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Transportes públicos

A ilha da Madeira é coberta, em todo o seu território, por transportes públicos que, na maioria dos casos, seguem para o centro do Funchal. No entanto, e apesar desta cobertura, temos notado que o uso do automóvel próprio tem vindo a crescer e que o Funchal é quem mais sofre as consequências desse aumento.

Quem se lembra de passar pelo centro do Funchal e não sentir o efeito das horas de ponta, que já começam a tornar-se em dias de ponta. A pergunta é, porquê este grande aumento de tráfego? Será porque temos melhores condições de vida e já podemos ter o nosso automóvel? Será porque a política dos transportes públicos não é a melhor?

Pois bem, a única certeza que fica é que já sofremos o stress das filas de trânsito e o ambiente, nomeadamente a atmosfera, sofre as consequências deste aumento de tráfego com a emissão de fumos. O ar torna-se menos respirável e para correr ou passear a pé já temos de escolher bem os locais para o fazer.

As consequências do aumento do uso do automóvel ligeiro são grandes e graves quer para o meio ambiente quer para a população em geral (devido aos efeitos na sua saúde e no gasto do seu dinheiro). Por isso, é necessária uma maior consciencialização por parte da população para o uso dos transportes públicos e também uma maior exigência às autoridades para uma política de transportes mais vantajosa para todos os cidadãos.

O conforto, a rapidez e o preço são os factores encorajadores do uso do transporte público que têm obrigatoriamente que ser melhorados. O conforto em toda a rede de transportes tem de ser melhorado quer com a renovação dos autocarros quer com uma melhor formação por parte de todos os motoristas para que tenham uma condução segura e delicada tendo em conta todo o tipo de passageiros, jovens, velhos, mulheres com crianças, grávidas e outros.

A rapidez, não a velocidade com que se conduz, depende do cumprimento de horários e do ajustamento das carreiras conforme a procura, tendo em atenção as horas em que há mais utentes. É importante que se cubram as necessidades dos utentes, o que nem sempre equivale a que sejam só de manhã e à tarde. Existem horas durante o dia em que há necessidade de uma grande mobilidade, mas os autocarros não correspondem.

E por fim temos o preço. Talvez este seja o maior factor dissuasor da pouca adesão ao transporte público e até da perda de mais utentes. Um bilhete na Horários Funchal custa 1,10 €, na Carris (Lisboa) custa 1, 05 €; um passe estudante na Horários Funchal custa 35,50 €, na Carris custa 16, 00 €. Estes são só alguns exemplos de como o transporte público na Região é extremamente caro, isto para não falar nos preços de outras companhias regionais que cobram valores exorbitantes.

Seria importante que o Governo Regional tivesse uma aposta mais eficaz no que respeita a este importante serviço público. Seria essencial que houvesse uma baixa nos tarifários praticados, o que talvez fosse possível se o Governo Regional apoiasse mais este sector imprescindível para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e também para a qualidade ambiental e turística da Região.

É necessário rever prioridades e os transportes públicos têm de estar no topo dessas prioridades.

Idalina Perestrelo
Quercus-Madeira

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