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Compreender a diferença e aceitar a diversidade

“Não há, não,
Duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
não há, de certeza, duas folhas iguais.”

– António Gedeão

Ao longo do ano vemos assinaladas no calendário várias efemérides, as quais vão sendo comemoradas de diferentes formas. O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência celebra-se a 9 de Dezembro. Nesse dia, importa olharmos também para dentro de nós porque a inclusão faz-se de dentro para fora, ou seja, a forma como sentimos e pensamos a diversidade vai traduzir-se em comportamentos, vai condicionar relações e movimentos sociais.

No contexto educativo todos os alunos necessitam de diferentes estratégias pedagógicas, quer do tipo humano, técnico e material, com o objetivo de assegurar os fins da educação, por exemplo, atingir a autonomia. Contudo, ao longo do percurso escolar, para alguns alunos, poderão surgir eventualmente necessidades educativas especiais (NEE). Assim, quem são os alunos com necessidades educativas especiais? São os alunos que devido a uma problemática específica, além das estratégias mais comuns atrás referidas, necessitarão de outras complementares mais específicas e personalizadas, com metas singulares e progressivas (Batista, 1997).No que concerne às metas e objetivos, é importante referir que estas devem ir ao encontro das particularidades de cada aluno, independentemente de este estar inserido numa turma de ensino regular ou especial.

Tem-se vindo a assistir, de fato, a uma passagem de um ensino “discriminatório”, que privilegia os alunos que obedecem aos padrões estandardizados, para um ensino mais inclusivo e aberto à diversidade a todos os níveis. Na construção de uma escola mais inclusiva, é cada vez mais comum a participação e a cooperação dos diferentes elementos que compõem a comunidade educativa, assim como todos aqueles que interagem com o aluno. O importante é compreender o aluno numa perspetiva ecológica. O enfoque do ensino não tem como objetivo primordial formar alunos recetáculos de informação e grandes conhecedores teóricos, mas sim, pelo contrário, formar pessoas capazes de utilizarem e praticarem o conhecimento adquirido e aceitarem a diferença. É imperativo, mais do que conhecer as vantagens da escola inclusiva, praticar e contribuir para um ensino mais inclusivo.

Reconhecendo que não existe fórmula mágica que nos permita ficar imunes a qualquer tipo de dificuldade quer seja como consequência do envelhecimento, de acidente ou de outras circunstâncias, é necessária esta consciencialização para não avaliar negativamente o impacto das necessidades educativas especiais em todas áreas da vida da pessoa (Fernandes, Almeida & Mourão, 2007).

Embora se reconheça a importância de uma escola inclusiva, no sentido de que alunos com diferenças (raciais, NEE, físicas, étnicas, religiosas, entre outras) sejam integrados, ainda parece utópico pensar numa inclusão em plenitude. Mas sabemos que é por aí que devemos avançar, urge à sociedade ser inclusiva, e cada um de nós pode começar já com gestos singulares no quotidiano, percebendo a riqueza e o colorido da diversidade.

Referências Bibliográficas
Baustista, R. (Coord.) (1997). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro.
Fernandes, E. M., Almeida, L., & Mourão, J. (2007). Inclusive university education viewed by the non disable students. The International Journal of Diversity in Organizations, Communities and Nations, 7(1), 169-178.

Dina Freitas
Carla Rodrigues
Raquel Santos
Tatiana Nunes
Catarina Faria

Estagiárias de Psicologia da Educação

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