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Falta de materiais nos hospitais

Um assunto que tem vindo a preocupar cada vez mais e a gerar polémica, não só entre os profissionais de saúde mas também em relação às pessoas que necessitam de internamento hospitalar ou unidades de residência (lares), é a falta de recursos nos mesmos, consequência das crescentes dificuldades financeiras e, quem sabe, possível má gestão de recursos pela própria instituição.

No processo de internamento hospitalar, pede-se à pessoa que leve alguns bens essenciais, tais como roupa, objectos de higiene e até alguns medicamentos, sendo muitos destes aproveitados, se a pessoa continuar o regime medicamentoso, que fazia no domicílio, no hospital. Existe cada vez mais uma situação de “carência de materiais básicos, como gases, fraldas, leite especial para os bebés nas maternidades e medicamentos. Coisas que vão sendo pedidas aos utentes”, como afirmou, não há muito tempo, o deputado Bernardino Soares. Mais grave é a falta de medicamentos, que pode colocar em risco a saúde de quem depende deles.

Confrontados com esta situação, os utentes e respectivas famílias não vêem outra opção senão mobilizar recursos, ainda que grande parte não os possua, sendo que a grande maioria dos utentes não se apercebe da dimensão da falta de recursos materiais hospitalares.

Esta falta de recursos implica uma maior dificuldade de prestação de cuidados de excelência, pelo que as pessoas internadas podem eventualmente serem prejudicadas, pois não existe material suficiente para que, até os cuidados mais básicos, sejam prestados da forma mais correcta.

Sendo estudante de Enfermagem e já tendo estagiado tanto no Hospital Dr. Nélio Mendonça como no Hospital dos Marmeleiros, fiquei impressionada com a dimensão da falta de recursos materiais. Pedem-nos que tenhamos criatividade e que pensemos em alternativas, não descurando o modo correcto de executar os procedimentos. Por enquanto, a falta de recursos hospitalares vai sendo diminuta, e facilmente corrigível, porém, quando esta falta atingir grandes proporções as consequências irão ser catastróficas…

Se não há material para efectuar um determinado procedimento, como tratamento a uma ferida e o utente é prejudicado, de quem é a responsabilidade?

As pessoas têm o direito de receberem cuidados de qualidade, e os profissionais de saúde fazem o possível e o impossível para que tal aconteça, pois faz parte da sua responsabilidade e dever, enquanto prestador de cuidados de saúde. Mas há-de chegar o dia em que tal nem sempre será o suficiente…

Joana França
Estudante de Enfermagem

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