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IASAUDE

É sempre Natal, desde que assim o queiramos

O Natal é uma época de muito Amor e Magia! Decorar a casa, enfeitar a árvore, fazer o presépio, confecionar os doces típicos, ir ao Circo, divertir-se no parque de diversões, trocar as prendas com os amigos secretos, conviver com os familiares e amigos, e presentear aqueles que mais amamos, fazem parte da alegria e do entusiasmo que se vive na época natalícia. Nessa época as prendas adquirem um significado tão importante que os desejos da maioria das pessoas refletem-se apenas em objetos materiais, e no consumismo exagerado. Devemos incutir desde cedo às nossas crianças, a importância de valorizar e apreciar as coisas mais simples da vida, as que não têm preço. Podemos presentar aqueles que mais estimamos com verdadeiras prendas de carinho e amizade, que estão ao alcance de todos nós. Ofereça-lhes o seu tempo, ajuda, conforto, lealdade, atenção e dedicação. Todos nós tendemos a esquecer os bens materiais, e as “coisas” que nos oferecem, mas recordamo-nos das maiores alegrias, das maiores gargalhadas, das melhores conversas, e dos melhores momentos que partilhamos com os nossos amigos e familiares. Existem outras prendas valiosas tais como o exemplo das nossas ações, comportamentos e atitudes, enquanto pais, amigos, colegas e professores. Assim como educar e informar sobre os riscos e malefícios do comportamentos aditivos e dependências, potenciar as competências pessoais e sociais dos jovens, e dotá-los de ferramentas para estarem aptos a tomar decisões conscientes e responsáveis para a sua vida, livre de vícios. Mónica Melim Psicóloga do Instituto de Administração da Saúde, IP-RAM

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“Drogas leves” e consequências pesadas

“(…) Tenho 35 anos e decidi partilhar alguns pontos da minha vida na esperança que muitos jovens não sigam as minhas pisadas. (…) Com 21 anos casei, já tinha carro e comprei casa. A minha ex-mulher estava grávida do meu filho, tudo me corria bem, era feliz, tinha muitos amigos e uma vida social ativa. Sempre adorei futebol, principalmente ver os jogos do meu clube do coração era uma presença assídua em todos os encontros. Foi neste contexto que um dia, um amigo que me acompanhava me ofereceu um charro para fumar. Num primeiro momento disse-lhe que não, ele insistiu, disse que ia ficar “zen”, voltei a dizer que não, ele acendeu um para ele, voltou a insistir, acabei por aceitar e dar uma passa. (…) Foi nesse dia, com 22 anos, que começou a minha autodestruição. Sempre que ia ver um jogo do meu clube fumava um charro. O consumo desta droga começou de forma ocasional e esporádica, passou a regular, depois a frequente, a diária e por fim já consumia várias vezes ao dia. Com 23 anos, novamente durante um jogo de futebol, fumei um pouco demais. Durante o jogo senti-me mal, comecei a ficar com os meus sentidos muito apurados, o som era ensurdecedor, tinha a sensação que toda a gente olhava para mim e queriam fazer-me mal. Já não consegui trazer o carro, quando cheguei a casa fechei-me no quarto durante dois dias, não queria falar nem ver ninguém, apenas rezava e queria que aquele mau estar desaparecesse. Com o passar do tempo comecei a sentir um cheiro permanente a podre, um cheiro que só eu sentia. (…) Com o passar do tempo o cheiro a podre começou a ser acompanhado por vultos de familiares que já tinham falecido. Estava cheio de medo, por vezes não queria dormir, outras vezes não conseguia, recusava-me a sair do quarto, passava os dias e as noites a rezar e a acender velas pelos meus familiares, queria que me deixassem em paz, mas isso não acontecia, até que um dia, chegou a minha casa a polícia e o INEM, fui internado compulsivamente. (…) Em 2 anos tive cerca de 30 tentativas de suicídio e outros tantos internamentos em Psiquiatria. Num desses internamentos o Médico Psiquiatra que me acompanhava disse-me que já não tinha uma psicose tóxica, mas sim Esquizofrenia Paranóide, uma doença crónica que não tem cura, mas sim tratamento. Que ia piorar com o tempo se não parasse de fumar canábis” (…) António (nome fictício), in revista dependências, fevereiro de 2016. Serve este testemunho para alertar as consciências daqueles que desconhecem ainda o perigo do consumo da canábis. Estão a aparecer nas urgências dos hospitais, psicoses agudas e esquizofrenias, desencadeadas por estes consumos, evidenciando a perigosidade, associada ao aumento do teor de THC (tetrahidrocanabinol), obtido através de novas técnicas de cultivo. Há muitas ideias erradas que circulam por aí e que é preciso esclarecer e a melhor arma de prevenção começa pela informação. Artigo elaborado ao abrigo do protocolo com a Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências – UCAD | IASAÚDE, IP-RAM. Idalina Sampaio Socióloga

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Crescer é um desafio

Caberá a cada um fazer a sua escolha porque crescer é um desafio. A maioria dos jovens reconhece que as drogas fazem mal à saúde e julga-se bem informada sobre os riscos do seu consumo. Mas muitos são mestres em arranjar desculpas para fumarem só mais um cigarro, beberem só mais um shot, darem só mais uma passa. Só mais uma vez, só mais uma noite, só mais um fim-de-semana, só durante as férias, dizem eles. “É claro que tenho medo…”, relatava-me Duarte, pai de um adolescente de 17 anos, durante uma acção de sensibilização. “…que o meu filho possa consumir drogas, ou tornar-se delas dependente. É esse o meu maior medo”. Duarte acompanha o filho na escola, conhece muitos dos seus amigos e os respectivos pais, vão ao cinema e fazem programas em conjunto ao fim-de-semana, no entanto, sabe que o seu filho é como os outros jovens, tem as mesmas tentações e está sujeito às mesmas pressões. Importa-lhe saber que esta ou aquela droga lhe possa vir a fazer, mas importa, sobretudo, a ideia de que o seu filho possa não ser capaz de encontrar dentro de si os recursos necessários à sua felicidade e, em lugar de a construir, entre perigos, guerras esforçadas, frustrações e muitas desilusões -, como a maioria de nós o fez – se limite a consumi-la em versão – “pronto a ser feliz”. Por vezes questiono os jovens com quem trabalho “se consomem drogas”. São alguns os que me relatam, por exemplo, já ter fumado, ou fumar ocasionalmente haxixe. Não são a maioria, não são “todos”, mas de facto o fenómeno conhece uma generalização a nível europeu e nós não lhe escapamos. Para alguns foi uma experiência, para outros foi um consumo ocasional, para outros, ainda, o consumo tornou-se regular. Não existem drogas boas ou drogas más. Existem drogas. A evidência científica diz-nos que o consumo precoce destas substâncias explica-se por um conjunto de factores. Os jovens começam a sair à noite cada vez mais cedo, o tabaco surge com naturalidade num grupo de amigos, a acessibilidade ao álcool é enorme, o controlo parental nem sempre existe, a pressão do grupo com o qual os jovens se identificam é grande. O saber “dizer não” implica tomar decisões, ter uma certa maturidade para resistir, atitude que alguns não conseguem, efectivamente, ter. É na adolescência que os jovens se sentem mais tentados em explorar novas sensações e procuram fazê-lo junto do grupo com o qual se identificam. É evidente que a diversão é algo fundamental e faz parte do ser humano a socialização, o estar integrado num grupo. Dizem os mais velhos, que no seu tempo de juventude, viajavam menos, ou nem viajavam, passavam o tempo em casa ou na rua e saía-se pouco, iam às matinés. Actualmente, os jovens tendem a sair muito mais, têm mais opções de diversão e este é um processo normal de uma sociedade em evolução e mudança. Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM.

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Cigarro eletrónico

Paralelamente aos cigarros convencionais emergiram no mercado mundial novos produtos de tabaco/nicotina, incluindo cachimbos de água, outros produtos de substituição de nicotina (sistemas transdérmicos, gomas e pastilhas), e mais recentemente os cigarros electrónicos. O cigarro eletrónico tem sido alvo de muita atenção e de divergência de opiniões em relação à existência ou não de potenciais riscos para a saúde dos utilizadores, e pela insuficiência de estudos que comprovem a sua segurança. Diversas entidades de saúde têm vindo a adotar uma posição sobre este produto, mas a questão revela-se muito complexa… Enquanto alguns especialistas acolhem estes dispositivos como um caminho para reduzir o tabagismo, outros consideram que podem prejudicar os esforços que têm sido realizados para desnormalizar o uso de tabaco. (OMS, 2014) O cigarro electrónico (e-cigar ou e-cigarette) foi inventado na China em 2003, e depressa se tornou conhecido. Alguns destes produtos são publicitados como um auxílio para deixar de fumar e uma alternativa mais saudável ao cigarro convencional, por ter menos substâncias e não haver combustão. Consiste num dispositivo mecânico-eletrónico desenvolvido com o objetivo de mimetizar um cigarro tradicional e o ato de fumar, que pode ser usado em ambientes fechados e espaços públicos, por não libertar fumo. É um aparelho que não arde ou usa folhas de tabaco, mas que vaporiza uma solução que o utilizador inala. Com frequência tem a forma de um cilindro metálico, pode ser descartável ou recarregável, e possui uma bateria, um cartucho (contém o líquido, com ou sem nicotina) e um atomizador (contém uma resistência que aquece o líquido e o vaporiza). Os principais constituintes da solução são o polipropileno glicol, glicerina e aromatizantes (frutas, especiarias, etc.). As soluções e emissões destes dispositivos contêm outros químicos, alguns dos quais considerados tóxicos. O Infarmed (2011) e a OMS (2014) não recomendam a utilização destes produtos, por não ser possível assegurar a sua qualidade, segurança e eficácia e pela necessidade de regulamentação. Em Portugal, não existe regulamentação – legislação específica para o consumo e venda destes produtos. Esta situação poderá vir a ser alterada, uma vez que em julho de 2014, a Comissão Europeia aprovou a Diretiva n.º 2014/40/EU, que substitui a Diretiva n.º 2001/37/CE sobre produtos de tabaco, e que prevê o aumento das advertências de saúde nas embalagens, a proibição de certos aromas bem como a regulamentação dos cigarros eletrónicos. Esta Diretiva estabelece normas de qualidade e de segurança para os cigarros electrónicos e obriga os fabricantes a notificar novos produtos do tabaco antes da sua introdução no mercado da União Europeia (EU). Cada membro Europeu dispõe de dois anos para decidir como legislar nesta matéria. Teresa Dias Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM Unidade Operacional de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências

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Escolhas

Em plena primavera já parece verão! Dias longos, tardes na esplanada, praia, amigos, e muita Festa! Sol e calor são sinónimos de diversão, por si só, convidativa a excessos. Surgem as festas, os concertos, em que os consumos podem tornar-se apetecíveis para alguns. É essencial definirmos um ponto de equilíbrio entre o tempo de lazer e o tempo de estudo, para que possamos concretizar os nossos objetivos relacionarmo-nos com os outros de uma forma positiva, com o prazer de desfrutarmos da Vida! Para isso as nossas escolhas têm de ser conscientes e saudáveis, livres do consumo de álcool, de tabaco e de drogas! Apesar do nível de consumo de álcool ter descido em Portugal, este continua a ser dos mais elevados da Europa e nunca é demais relembrar os cuidados a ter! Segundo o relatório de maio de 2014, da OMS, a média de consumo de álcool em Portugal desceu de 14,4 para 12,9 litros per capita, entre 2003 e 2010, mas continua acima da média europeia (10,9 l), mantendo-se entre os 10 países da Europa com mais consumo médio por pessoa. Em Portugal, a média do consumo per capita diminuiu de 14,4 l, no período 2003-2005, para os 12,9 l, no período 2008-2010, representando uma redução de 1,5 l per capita. No que se refere ao consumo de bebidas alcoólicas pelos portugueses, os homens consomem em média 18,7 l per capita e as mulheres, por outro lado bebem 7,6 l de acordo com os dados de 2010. A sinistralidade rodoviária não dá tréguas 17,2 em cada 100 mil homens portugueses e 4,8 em cada 100 mil mulheres morreram na estrada devido ao álcool. O vinho continua a ser a bebida de eleição, representando 55% do álcool consumido, seguindo-se a cerveja, com 31%. As bebidas espirituosas representam 11% do consumo. Portugal apresenta também uma grande percentagem de abstémios, com 43% da população a não ter consumido álcool nos 12 meses anteriores ao estudo. É importante, todos contribuirmos de uma forma responsável para o nosso bem-estar e o bem-estar coletivo. Para os que optem por consumir bebidas alcoólicas deixamos algumas dicas: – Respeita os teus limites. Ao perceberes que estás a ficar alterado, diminui o ritmo do consumo. Aprende a saber quando parar; – Bebe água ou sumo entre cada bebida alcoólica e ingere alimentos para reduzires a absorção do álcool; – Nunca percas de vista o teu copo, ou tem cuidado com quem o deixas; – Não mistures bebidas alcoólicas com medicamentos, ou outras drogas; – Têm cuidado com o consumo de shots, pois o seu teor alcoólico é muito elevado; – Não conduzas se já consumiste bebidas alcoólicas, mesmo que aches que estás bem, e não aceites boleia (mesmo que seja amigo) de alguém que esteja sobre o efeito do álcool. Diverte-te Sem Riscos! Cláudia Freitas Assistente social – Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP- RAM

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Projeto de prevenção na Universidade da Madeira

Alertar os alunos da Universidade da Madeira para o consumo excessivo de substâncias psicoativas é o objetivo geral deste projeto que deu os primeiros passos no ano letivo 2013/2014, com um grupo de alunos do Curso de Psicologia. O Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM, através da Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências (UCAD) ministrou 2 sessões letivas no âmbito da disciplina de Psicologia do Desenvolvimento II, através da articulação estabelecida com a professora Maria João Beja. Nestas sessões foram abordados os conceitos relacionados com a prevenção das toxicodependências, as teorias subjacentes à prática preventiva e as estratégias de intervenção desenvolvidas na RAM. Na última sessão foi lançado um desafio aos alunos, que consistiu na apresentação de propostas de atividades que pudessem ser desenvolvidas na UMa. O envolvimento dos alunos nas ideias apresentadas constituiu o ponto de partida deste projeto de prevenção do consumo de álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas, dirigido à população estudantil da Universidade da Madeira, que é apoiado pela Associação de Estudantes e pelo Núcleo de Estudantes de Psicologia (NEPUMa). Os 16 alunos que abraçaram este desafio, participaram como agentes de prevenção, numa ação de formação que se realizou no mês de junho de 2014, para aprofundar os temas e planear a operacionalização das ações futuras. A formação contemplou uma vertente prática, foram organizados grupos de trabalho e projetadas as iniciativas. Neste arranque do novo ano letivo 2014/2015, foram realizados encontros e o projeto esteve presente tanto no Arraial Académico da UMa, como na Feira da Saúde. A designação do projeto ficou a cargo dos alunos bem como a preparação do logótipo e a criação de um grupo no Facebook de suporte à comunicação. Ao longo do ano, os alunos serão acompanhados por uma equipa técnica da UCAD, dando continuidade à formação inicial e apoiando a concretização das iniciativas previstas pelos 4 grupos de trabalho. O projeto prevê a continuação da disseminação de mensagens preventivas no contexto universitário, recorrendo à produção e divulgação de materiais diversos na área da prevenção, que serão posteriormente divulgados nas atividades preventivas por eles desenhadas. Este grupo de alunos do Curso de Psicologia pretende marcar a diferença, assumindo um papel mais ativo junto da comunidade estudantil, compreendendo e reforçando a identidade e o papel do psicólogo nesta área que, apesar de alguma complexidade na procura de uma intervenção multifatorial, se encontra revestida de uma diversidade científica aliciante para os profissionais que nela atuam. Alicia Freitas Psicóloga Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM

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Tomar decisões…

Tomar decisões é uma constante. Com mais ou menos importância, todas têm impacto na nossa vida. Neste início de ano a maioria das pessoas tomam decisões, acerca das mudanças que pretendem introduzir na sua vida. E assim inicia-se o novo ano com a certeza de que este é que vai ser o ano em que vai mudar para melhor. É importante ser-se optimista e essencialmente ter vontade de cumprir a decisão tomada. Todos os dias há situações em que é preciso fazer escolhas, algumas simples, algumas mais complexas das quais depende o desenrolar do futuro. A decisão poderá ser imediata, ou exigir maior reflexão, mas do seu resultado poderá depender o desenrolar do futuro. Muitos são os fatores a ponderar quando é preciso tomar uma decisão: é necessário reflectir acerca do problema, sobre a qual se vai decidir, quais os acontecimentos que causaram este problema? Quais as possíveis soluções, respostas para o problema? Quais as consequências para cada solução encontrada? As consequências analisadas serão positivas ou negativas? Qual a solução a escolher? A quem afeta esta decisão? Será só à pessoa, que está a decidir, ou também a outros que a rodeiam? Após ponderação de todas as opções possíveis para o problema, é nos seus conhecimentos, valores e atitudes que encontramos as respostas às questões colocadas, assim poderemos então escolher a resposta que nos parece mais adequada. Preferencialmente que seja aquela que está em maior harmonia com os objetivos que desejamos alcançar. O resultado desta pode ser positivo ou negativo, tanto para nós como para os outros. É essencial aprender cedo a tomar decisões porque esta aprendizagem ajuda-nos a sermos responsáveis, independentes e a desenvolver um pensamento crítico respeitante aos acontecimentos que nos rodeiam. É indispensável ponderar as influências do meio, da sociedade, porque todas as nossas ações também aí se refletem. A tomada de decisão é uma da competência importante a ser desenvolvida em programas de prevenção de toxicodependência. Pois é pertinente que o indivíduo tendo a informação imprescindível para decidir, saiba distinguir o que é mais importante para si e para o seu futuro e objetivamente faça uma escolha. Com a experiência de que a reflexão sobre o que está bem e sobre o que está mal, o que pode fazer para mudar? Como pode fazê-lo? Precisa de ajuda? Onde a pode encontrar? Por vezes, o simples facto de não saber a que serviços recorrer, para ajudar a concretizar os planos, poderá ser o suficiente para que a pessoa desista. Daí que seja indispensável que, sabendo que não pode decidir sozinho, se procure quem possa ajudar. Maria Nazaré de Freitas Animadora educativa e sociocultural do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM

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Amizade e pressão de grupo

“A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.” Abraham Lincoln A amizade, provavelmente, surgiu no início de tudo, quando o mundo era um lugar inóspito e repleto de perigos. Nessa época cooperar na defesa das tribos era essencial para sobreviver. Ser expulso dessas comunidades era o mesmo que ser condenado à morte. Atualmente, as relações de amizade são mais complexas e apesar de não serem tão diretamente essenciais para a nossa sobrevivência, é fundamental nos rodearmos de pessoas que nos possam dar suporte social, adicional à família, contribuindo imenso para a nossa saúde mental e tornando os nossos dias mais risonhos. Desta forma, não é de estranhar que nos diversos estudos sobre a felicidade, um dos preditores seja as relações positivas que estabelecemos com os outros, incluindo a amizade (Ryff 1989; Argyle 1987, Myers 2000). Sheldon et al (2001) vai mais longe, demonstrando no seu estudo que as relações sociais, a auto-estima e a autonomia, são competências mais importantes para o bem-estar das pessoas, do que a saúde, a segurança, o dinheiro ou a popularidade. A amizade também tem dado origem a diversos estudos, concluindo-se que ela pode surgir rapidamente ou demorar anos a se desenvolver, que tendemos a criar relações de amizade com pessoas com as quais partilhamos interesses, valores e identidades, com quem partilhamos espaços e com quem estamos continuamente a nos cruzar. Para mantê-la é necessário existir expressividade emocional e o apoio incondicional, seguidos por aceitação, lealdade e confiança, (Fehr) proximidade geral, contato e apoio (Weisz & Wood). No entanto, os amigos tanto influenciam de modo positivo como de modo negativo. Desta forma, por vezes eles também nos arrastam para situações problemáticas, onde o risco convive de mãos dadas com a amizade. É o caso do consumo de drogas, sendo a pressão de grupo um dos principais motivos apontados para a experimentação das referidas substâncias, principalmente em jovens e adolescentes. Hawkins et al (1992) evidenciaram um risco acrescido quando o jovem ou adolescente tem amigos que tenham atitudes favoráveis face às drogas ou que as consumam. Desta forma, é necessário apostar na formação do jovem, dotando-o de competências pessoais e sociais que o ajudem a lidar com os amigos, decidindo positivamente nos momentos capitais, em prol da sua saúde, catapultando-o para a vida adulta e para relações de amizade positivas. Ao longo das nossas vidas, com estes e outros amigos, descobriremos novos mundos, trazendo outros valores aos nossos dias, ajudando-nos a crescer, a partilhar alegrias e tristezas e correndo tudo na melhor forma, olharemos para elas e saberemos com toda a certeza, que seguiremos mais felizes e completos por aquele caminho que nos aproxima dos nossos sonhos e objetivos. Sérgio Cunha Psicólogo do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM

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Universo jovem, a vida vale a pena!

No segundo semestre de 2011 foi desenvolvido, na Região Autónoma da Madeira, o projeto “Universo Jovem”, uma iniciativa no âmbito da juventude e da promoção da saúde, com especial destaque para a prevenção da toxicodependência, aliada à preservação ambiental. O projeto resultou da sinergia entre os vários parceiros, nomeadamente, a Associação Cultural e Recreativa – Juventude Interactiva, o IASAÚDE, IP-RAM, através do Serviço de Prevenção de Toxicodependência, a Direcção Regional da Juventude e as Câmaras Municipais da Madeira e do Porto Santo. Estas parcerias maximizaram esforços do ponto de vista dos recursos humanos e materiais necessários à prossecução das atividades. Co-financiado pelo Programa Juventude em Acção (PJA), contribuiu para que os jovens sejam interventivos e ativos e disseminem as boas práticas sobre a prevenção da toxicodependência. Os resultados do projeto estão a ser divulgados junto de outras associações no domínio da promoção da saúde, contribuindo desta forma para uma melhor cooperação nacional e europeia no domínio da juventude. Neste Ano Europeu do Voluntariado, sentimos que poderíamos realizar um projeto tendo por base o voluntariado de jovens educadores de pares que trabalharam directamente com a comunidade local, aliando desta forma a ocupação do seu tempo a uma experiência gratificante para si e para os outros. Dirigiu-se à população em geral e aos jovens em particular, entre os 15 e os 30 anos, de forma a abranger toda a população na Região Autónoma da Madeira. O Projeto ‘UNIVERSO JOVEM’ baseia-se na metodologia da Educação de Pares, com a formação de vários jovens voluntários do Programa ‘Jovem em Formação’, os quais planificaram, dinamizaram e coordenaram as atividades que influenciam positivamente os seus pares e que, simultaneamente, incentivam os jovens a aderirem a iniciativas associadas às questões sociais que mais preocupam as instituições regionais, nacionais e europeias, fomentando o voluntariado. Implementaram-se atividades de carácter não-formal maioritariamente ao ar livre, nas praias e serras da Região Autónoma da Madeira, nomeadamente espaços de diálogo e esclarecimento sobre questões ligadas à saúde, atividades lúdico-pedagógicas (gincanas e jogos, construções na areia), murais preventivos, marchas, caminhadas nas levadas, provas de orientação, prova de BTT, canoagem, golfe, demonstrações de capoeira, karaté, muay thai, hip-hop, aeróbica, hidroginástica e distribuição de materiais de informação e sensibilização. A ACRJI e o SPT agradecem os preciosos contributos dos jovens voluntários, parceiros, técnicos envolvidos, participantes e de todas as entidades da sociedade civil que diariamente se disponibilizam para que o Projeto ‘UNIVERSO JOVEM’ se tenha realizado nas melhores condições. A Vida Vale a Pena! Promova a saúde e a dos que o rodeiam! Bebiana Ribeiro Psicóloga Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais,

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Educação pelos pares

“Peer education is also a way to empower young people: it offers them the opportunity to participate in activities that affect them and to access the information and services they need to protect their health” (Youth Peer, 2006:14) “PUMa” é um projeto de educação para a saúde no âmbito da prevenção da toxicodependência que utiliza a metodologia de educação pelos pares, uma metodologia pedagógica na qual se treinam jovens estudantes universitários, para que eles possam informar e educar os seus pares, também eles estudantes. Desde o seu início, em 2008, o PUMa já formou 64 alunos da Universidade da Madeira (UMa) e conta este ano com mais um grupo de jovens dos cursos de gestão, enfermagem e biologia que se encontram em processo de formação. Não sendo um fenómeno novo, a Educação pelos Pares (EP) surgiu na década de 50 do século passado em diferentes partes do mundo como Europa, Canadá, Estados Unidos da América e Austrália, onde foram realizadas intervenções com o objetivo de divulgar, informar e educar populações jovens difíceis de atingir, transmitindo mensagens relacionadas com a saúde, especialmente na prevenção de HIV-Sida. Atualmente a EP experimenta uma popularidade crescente em países desenvolvidos (por exemplo, na Austrália) e em países em desenvolvimento (por exemplo, Zâmbia), por ser um meio útil de chegar a populações “ocultas” (McDonald e tal., 2003) fornecendo-lhes informações essenciais e profícuas. Neste sentido é bastante utilizada em programas de promoção da saúde a nível mundial e nacional, nomeadamente de educação sexual, de prevenção de infeções sexualmente transmissíveis, de violência e do uso ou abuso de substâncias psicoativas, entre outras áreas de intervenção (Brito, 2009). A educação pelos pares é considerada uma estratégia educativa muito vantajosa, eficiente e pouco dispendiosa (UNESCO, 2003), sem descurar o nível de exigência pretendido pelo facto de ser necessário investir muito quer na qualidade da formação dos educadores de pares, como na monitorização e avaliação das intervenções educativas e preventivas realizadas (Druglnfo, 2006). O consumo de substâncias psicoativas em geral e o consumo de álcool em particular no contexto académico é frequentemente abusivo e por isso constitui uma preocupação de Saúde Pública (Calvário et. al., 1997). Em Portugal surgiu um conjunto de projetos de prevenção de pares no âmbito da prevenção da toxicodependência, da minimização de riscos e redução de danos, sendo o “Antes que te Queimes” aquele que alcançou uma maior notoriedade. Criado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra em 2007, o “Antes que te Queimes” desenvolve um trabalho preventivo e de sensibilização durante a “latada” junto dos estudantes de Coimbra, baseando a sua atividade no aconselhamento e reflexão sobre os comportamentos de consumo e outros associados ao consumo, nomeadamente o da sexualidade ou o da condução de veículos. Seguindo um trabalho semelhante, o PUMa conta já com um conjunto de atividades desenvolvidas na Universidade da Madeira, nomeadamente, campanhas de sensibilização sobre o risco do uso e abuso de substâncias psicoativas, criação de um vídeo preventivo, peddy-paper, jogo preventivo à escala humana, fins-de-semana formativos, criação de perfil no facebook, entre outros, resultado da parceria estabelecida em 2008 entre o Serviço de Prevenção de Toxicodependência e a Associação Académica da UMa. O grupo que faz parte da IV edição do PUMa já está a planear novas atividades que irão decorrer durante o ano letivo 2011-2012. FICA ATENTO E JUNTA-TE A NÓS. Teresa Fernandes Socióloga IA SAUDE, IP-RAM Serviço de Prevenção de Toxicodependência

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