Mecânica e Ondas, lecionada na Universidade da Madeira, pode estar prestes a sofrer um verdadeiro maremoto académico na Penteada. O regente da unidade curricular enfrenta uma moção de confiança que, ao que tudo indica, será chumbada com estrondo. A principal causa? Um impressionante índice de chumbos que transformou, ao longo dos anos, a disciplina numa espécie de buraco negro académico, de onde poucos conseguem escapar com 9,50 valores. Há quem diga que até os próprios vetores da dinâmica já desistiram de apontar um caminho viável para a aprovação.
Fontes internas garantem que a moção já reúne apoios suficientes para afundar a confiança no regente mais rápido do que um corpo largado em queda livre sem resistência do ar. Estudantes, que há semestres tentam superar a cadeira sem sucesso, argumentam que, se fosse um jogo, Mecânica e Ondas teria um nível de dificuldade digno de “modo impossível”. Alguns, em tom de ironia, sugerem que a universidade implemente um sistema de créditos por tentativa, semelhante a um cartão de fidelidade: ao fim de cinco reprovações, ganha-se um 9,5 e um beijinho de consolo do senhor da portaria.
Apesar do ambiente tenso, o regente mantém-se firme e defende que a elevada taxa de chumbos é apenas uma questão de seleção natural – apenas os mais aptos sobrevivem à cadeira. Os opositores argumentam que, se Newton tivesse frequentado a cadeira, nunca teria descoberto a gravidade, pois a única coisa a cair ali são as notas dos estudantes. Resta agora aguardar pelo desfecho da votação, mas uma coisa é certa: independentemente do resultado, a maioria dos alunos continuará a oscilar entre a esperança e o desespero – como verdadeiras ondas harmónicas de reprovação.
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