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Marcela Costa lançou SKYLIGHT

A artista Marcela Costa, autora de diversos trabalhos publicados ao longo das últimas décadas, apresentou SKYLIGHT. A autora explica que “trata-se de uma peça que opõe a luz à escuridão, sendo esta última a ignorância vista como apego à matéria”.
Marcela Costa apresentou skylight na 50.ª Feira do Livro do Funchal, a 3 de março de 2024.

O texto dramático skylight (claraboia, em português), elemento arquitetónico central na peça e que ilumina um qualquer espaço construído, revela toda a força das metáforas produzidas pela linguagem, numa autora cuja obra é fortemente marcada por símbolos: “a luz vem mesmo ‘de cima’, é a iluminação que precede a consciência de quem somos”, afirma, sem rodeios, a autora. Algum simbolismo também está relacionado ao facto de a peça girar em torno de uma livraria, de um livreiro e da paixão pelos livros e pela literatura.

Nesta, como em outros dos seus textos dramáticos, Marcela Costa está sempre pronta a demonstrar as astúcias do mal e a sua superação pelo bem, sem falsos moralismos. O enredo é simples, embora dramático: uma família, como qualquer outra, às voltas com as suas dificuldades económicas e com complexas relações pessoais; um imponderável cruzar de caminhos que acabará por transformar relações tóxicas em soluções trágicas, algumas, e felizes, outras. Como explica a autora, “trata-se de uma peça que opõe a luz à escuridão, sendo esta última a ignorância vista como apego à matéria”.

Amor sob a Santa Cruz

No final do século XVI quando o cristianismo vindo do Ocidente foi proscrito no Japão a Senhora Ogin apaixona se pelo samurai Ukon Takayama que é um devoto cristão O guerreiro recusa os seus avanços preferindo dedicar se à sua fé e Ogin acaba por casar com um homem que

Marcela Costa nasceu no Funchal em 1965. Estudou Belas-Artes na antiga Escola de Belas-Artes de Lisboa, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (1985). Iniciou a carreira dramatúrgica, em 1996, com a peça para crianças O Natal do Gato Amarelo, encenada por Eduardo Luís (Teatro Experimental do Funchal). Integrou a fundação da Associação Juvenil Companhia Contigo-Teatro (Funchal, 1999), onde se estrearam três peças suas: Duas Horas Antes (escrita em coautoria com Carlos Varela), Grande Circo Real (escrita em coautoria com José Gil) e Stormy Weather, as duas primeiras encenadas por Carlos Varela, entretanto falecido. No contexto de uma especialização (mestrado) em Museologia, escreveu a Angústia do Museólogo (Antes da abertura da exposição), em 2001. Enquanto membro da Equipa do Serviço Educativo do Arquivo e Biblioteca Pública Regional da Madeira (ABM), criou o Auto de Santa Maria do Calhau, peça alusiva aos 500 Anos da Cidade do Funchal, encenada por António Pires e em colaboração com o Conservatório/Escola das Artes (Funchal, 2011). É docente de Artes Visuais, a exercer funções no Serviço Educativo e Extensão Cultural do Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira.

Em 2018, por ocasião dos 130 anos do Teatro Municipal do Funchal, a Câmara Municipal decidiu realizar a publicação de peças de teatro de autores madeirenses, dedicando o primeiro número precisamente à figura que dá nome ao Teatro, o dramaturgo e poeta cego Baltazar Dias, nascido na Madeira no século XVI e que deu o nome à coleção. Seguiram-se volumes dedicados a Eugénia Rego Pereira, João de Nóbrega Soares e Florival de Passos. Em 2023, a coleção inclui a peça Os qu’emigraRAM, levada ao palco do Teatro em fevereiro.

Timóteo Ferreira
ET AL.
Com fotografia da arte da capa da autoria de Pedro Pessoa.

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