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“Portuguese With Leo”, criado por um médico e antigo estudante da UMa, regista milhões de visualizações

Leonardo Coelho nasceu e cresceu em Lisboa. Como conta, a sua vida levou-o "a muitos caminhos diferentes ao longo dos anos, mas foi minha paixão pelo aprendizado de idiomas que me trouxe até aqui". O seu canal "Portuguese With Leo" regista mais de 12 milhões de visualizações.
Leonardo Coelho, criador do canal e do programa "Portuguese With Leo".

Leonardo Coelho sempre teve “uma grande paixão pela aprendizagem de línguas”, criando o “Portuguese With Leo” para “colmatar a falta de conteúdos interessantes para as pessoas que aprendem português europeu, ao mesmo tempo que partilho a minha paixão pela aprendizagem de línguas e pela História e Cultura Portuguesas. Ao longo dos anos, ajudei milhares de alunos a melhorar o português por meio dos meus vídeos e podcasts, dividindo conceitos de linguagem aparentemente complicados em explicações fáceis de seguir”.

Um percurso académico que passou por Medicina, na Universidade da Madeira e de Lisboa, mas que, na atualidade, apresenta outros contornos. Porquê a mudança?

Concluí o curso de Medicina da Universidade de Lisboa (em que os primeiros dois anos foram feitos na UMa) e ainda trabalhei nove meses como IAC (Interno do Ano Comum) no Hospital de Santa Maria. Para além dos dois primeiros anos fora de casa (na Madeira), ainda fiz um ano de Erasmus em Roma, Itália, e três meses de estágio em Mannheim, na Alemanha.

Ao longo dos últimos anos do curso, fui-me apercebendo de que a vida de médico não era exatamente aquilo com que eu sonhava e que não seria muito feliz sendo médico e tendo de fazer os sacrifícios pessoais que essa profissão acarreta, até porque as minhas grandes paixões sempre foram as línguas e as áreas mais criativas, como música, desenho, edição de vídeos, etc. Além disso, descobri que hoje em dia é possível trabalhar a partir de casa graças à internet e como tal poder viajar e viver em qualquer parte do mundo. Além disso, fazendo as coisas bem feitas, também é possível, mais uma vez graças à internet, criar fontes de rendimento passivo.

Quando estava a chegar ao final do Ano Comum, decidi arriscar e rescindir o contrato com o hospital para trabalhar como tradutor freelancer enquanto viajei pelo mundo durante sete meses. Quando voltei em 2019, comecei a trabalhar no Turismo, e em 2020, quando o Covid arrasou com esta indústria, criei então o meu canal.

O “Portuguese with Leo”, no You Tube, acumula cerca de 12 milhões de visualizações e 178 mil subscritores. No Patreon, há centenas de doadores regulares. Quantas pessoas estão envolvidas na produção do programa e como foi a sua evolução até à atualidade?

O “Portuguese With Leo” tem basicamente uma pessoa, que sou eu, e no último ano contratei um amigo que trabalha para mim como freelancer, ajudando na parte mais administrativa e em tarefas como criação de legendas.

Para o ano (2023), planeio contratar um editor para me ajudar a editar os vídeos e um copywriter para me ajudar com e-mails e marketing.

O conteúdo em Português também é procurado, regularmente, por estudantes que não sejam lusodescendentes? Quais os países onde os vídeos são mais procurados?

Os meus conteúdos têm dois tipos de público. Primeiro, os falantes nativos de português que veem os vídeos porque se interessam pelos temas tratados e não por quererem aprender a língua. Estes são na sua maioria brasileiros, depois há alguns portugueses e ainda alguns dos PALOP e Timor-Leste. Segundo, os falantes não-nativos, que querem aprender a língua. Destes, alguns são luso-descendentes, mas a maioria são pessoas que têm interesse em mudar-se para Portugal e, portanto, querem aprender a língua, especificamente a variante Europeia e não Brasileira.

O programa visitou a Madeira e várias cidades no estrangeiro. Qual a importância desses périplos para o programa?

Fazer vídeos fora (vlogs e entrevistas de rua) traz alguma variedade ao programa e, no caso dos vlogs em diferentes partes do país, permite misturar a componente linguística (aprender português) com a componente cultural e histórica (conhecer Portugal e aprender sobre Portugal).

Como é a preparação para o conteúdo de cada programa, considerando os temas particulares ligados, por exemplo, a fonética, que requerem um conhecimento aprofundado?

Para preparar cada vídeo faço alguma pesquisa na Internet. Não é necessário um conhecimento muito aprofundado porque eu não trato nenhum tema a nível académico, procuro sempre falar das coisas da forma mais simples e fácil de compreender. O que sim é necessário é garantir que não digo coisas erradas.

Ou seja, não se trata de aprofundar muito os temas, mas sim de os conseguir apresentar de uma forma fácil de entender e sem erros.

Entrevista conduzida por Luís Eduardo Nicolau
Com fotografia de Leonardo Coelho.

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