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Eurovisão: uma rampa de lançamento

Muitos são os formatos atuais que conseguem colocar um artista musical ou, por sua vez, um desconhecido, nas “bocas do mundo”. Apesar de vivermos numa era digital, o formato televisivo através dos mais diversos concursos promove este mesmo acontecimento. Um dos mais antigos fenómenos que permitiu a abertura de diversos palcos a pequenos artistas foi o Festival Eurovisão da Canção.

Fundado em 1956, possibilitou que a música se tornasse ainda mais global, mas com um twist – o toque cultural e individualista que cada nação europeia poderia lhe atribuir. Foi graças a este acontecimento que muitos intérpretes, dos mais distintos países, começaram a ganhar mais reconhecimento. Podemos atribuir este fator aos mais diferentes artistas.

A vitória dos ABBA, em 1974, funcionou como um reforço, maior que aquele que já tinham, no mundo do espetáculo para o grupo. A música “Waterloo” é um dos sucessos europeus do festival mais reconhecíveis por qualquer indivíduo, mesmo após tantos anos. Esta vitória deu-lhes longevidade tal, que se prolongou até uma participação na banda sonora do filme Mamma Mia, em 2008, e que continuou até a atualidade.

Um dos mais antigos fenómenos que permitiu a abertura de diversos palcos a pequenos artistas foi o Festival Eurovisão da Canção.

Muito antes do surgimento de “My Heart Will Go On”, Celine Dion participou e sagrou-se vencedora desta competição. A partir desse momento, a sua carreira ganhou um novo patamar, sendo uma das cantoras mais vendidas no mundo. Em 2021, a entrada dos Måneskin concedeu-lhes um reconhecimento na mesma onda. Após o boom da sua entrada, tornaram-se uma das bandas Pop Rock mais conhecidas dos últimos tempos. Inclusivamente, participaram na banda sonora do filme Elvis.

Mas não só de vitórias se lançaram carreiras. No início da competição, a música “Volare”, apresentada por Domenico Modugno, assemelha-se ao fenómeno que foi a entrada dos ABBA, tendo sido relembrada na edição deste ano, em Itália. Outros dois nomes que podemos reconhecer são Olivia Newton-John, que devido à participação dos ABBA em 1974 não conseguiu um melhor resultado e Julio Iglesias. Apesar de não terem ganhado, o reconhecimento internacional possibilitou-lhes um futuro no mundo da música.

É através de iniciativas deste género que temos a possibilidade de encontrar novos talentos, especialmente num mundo tão vasto e distinto que é o mundo musical. Como nos diz Herbie Hancock, pianista americano, a música é uma forma de arte que transcende a linguagem. É uma ligação maior do que qualquer elemento visual que consigamos observar, permitindo-se crescer em significado entre os diferentes ouvintes.

Sofia Malho
Aluna da UMa
Com fotografia Michal Czyz.

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