Uma história assim, deveria começar como “No ano da Graça de 2016…”, mas vou direto ao assunto: os FATUM, o Grupo de Fados da ACADÉMICA DA MADEIRA, atuou na Torre de Londres. Esta notícia é o primeiro relato escrito que há sobre o evento.
Na ACADÉMICA, realizamos visitas pelo Colégio dos Jesuítas do Funchal, mostrando a Igreja de São João Evangelista, as alas ocupadas pela Reitoria e outros serviços da UMa e até a Adega Oliveira’s.
Certo sábado, recebi um senhor chamado John, que se apresentou como abade de uma comunidade religiosa de Bruges e capelão católico da guarda pessoal de Sua Majestade Britânica. O Father John realizou a visita, falámos sobre a história da Madeira e voltou, nessa noite, para o sarau dos FATUM, na antiga capela do Colégio dos Jesuítas.
Algum tempo depois, mostrei o Colégio a um senhor chamado Peter, amigo do Father John, que estava de férias na Madeira. Como me foi indicado, ele é o chefe dos Yeomen Warders, a Guarda da Torre de Londres, desde o período Tudor, e os responsáveis pela segurança das joias da Coroa britânica.
Passaram-se meses e nesse verão fui com um grupo de amigos de férias para Londres. Entre nós, estávamos três membros dos FATUM.
Quando fomos à Torre de Londres, encontrámos o Peter, o Chief Yeoman Warder, e o Father John, que nos mostraram a fortaleza.
Houve um momento em que nos levaram, a título especial, à cripta da Capela Real de São Pedro ad Vincula (São Pedro Acorrentado), onde está sepultado o mártir católico, São Thomas More.
Depois da oração e das bênçãos, o Father John pediu-nos que homenageássemos o lugar com a nossa música. Sem instrumentos, cantámos a capella, dois fados de Coimbra: “Coimbra é uma lição de amor”, de José Galhardo, e “Balada do 6.º Ano Médico de 1958” (Coimbra tem mais encanto), de Fernando Machado Soares.
São poucos os que têm oportunidade de atuar na Torre de Londres e menos ainda os que o fazem na sua cripta. Fruto do acaso ou do destino, nós, os FATUM, tivemos esse privilégio.
Carlos Diogo Pereira
FATUM