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Classes (mais) jovens e o caminho da(s) sustentabilidade(s)

Na perspectiva dos grupos mais jovens e, sobretudo, ao nível académico, a sustentabilidade económica surge como preocupação crescente. Em tempos de crise, essa questão é um problema que se intensifica. Porém, outras soluções poderão ser reequacionadas nessa direcção e, tendo em conta a actual situação pandémica, a maior procura pelos meios digitais pode resultar precisamente numa eficaz e ponderada gestão dos recursos económicos.

Outrossim, o trabalho das Nações Unidas tem visado um desenvolvimento sustentável, no âmbito da Agenda 2030. Veremos se, à velocidade frenética advinda de um progresso científico e tecnológico diário, a sociedade não se descaracterize em termos do seu ethos cultural ou se, porventura, possa potencializar o crescimento do sistema económico ao nível global, de modo a garantir um caminho sustentável.

Certamente que, as classes mais jovens em questão, já tiveram a oportunidade de utilizar um cartão de débito ou, até mesmo, outra modalidade afim, que as permitisse efectuar operações sobretudo de transferência ou de levantamento. Caso ainda não tenha acontecido, em princípio, os pais e outros familiares decerto já usaram determinados cartões bancários. Quero dizer com isto que, desde muito cedo, apesar de não se manifestar directamente na prática, lidamos com métodos de sustentabilidade económica, no caso, em ambiente familiar. Contudo, em que medida utilizamos ferramentas de sustentabilidade económica, em fases da vida, como por exemplo, a que se sente actualmente?

Efectivamente, a resposta encontra-se nos meios digitais. A título exemplificativo, a criação de plataformas dedicadas ao mercado livreiro introduz-se como uma alternativa sustentável, visto que permite aos leitores na sua generalidade e, neste contexto, aos mais jovens, efectuarem uma selecção dos vários e-books, entrevistas e outras informações que se encontram disponíveis, dos(as) quais lhes suscite mais interesse, bem como encomendar algum livro e, neste sentido, dispondo daqueles que forem os métodos de pagamento mais convenientes: PayPal, MB Way, cartão de crédito, entre outros. Deste modo, a área do livro também recuperará nos vários sectores que dinamizam e contribuem para o seu crescimento económico, desde os agentes editoriais até aos autores.

Relativamente à Agenda 2030, esta pode servir como porta-estandarte para que os jovens se guiem numa linha de pensamento mais comunitária e associada aos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se estabeleceram em 2015. A base para uma sustentabilidade global não só está presente economicamente, mas também social e ambientalmente. Por outras palavras, são esses três pilares que funcionam articuladamente e permitem às gerações jovens actuais não comprometerem o futuro daquelas que lhes sucederão. Por isso, quando pensamos numa sociedade mais desenvolvida tecnologicamente em paralelo com o progresso científico, não há certezas que a questão da sustentabilidade esteja resolvida.

Como poderemos explicar essa evidência que nos conduz a uma reflexão?

Significa que ao caminharmos cada vez mais para uma óptica de manipulação do ser humano e, consequentemente, para uma substituição pelas máquinas robotizadas, estaremos inevitavelmente a associar-nos a uma corrente pós-humanista alicerçada a um transhumanismo, que apodera-se de uma sensibilidade humana entorpecida.

Os riscos de que incorremos serão: em relação à sustentabilidade económica, com a redução das horas de trabalho e com uma redefinição dos contratos laborais, que pode resultar em mais despedimentos; no domínio social, a descrença nas capacidades práticas que, naturalmente, o ser humano por ele próprio fazia, o que resulta num afastamento social em relação a algumas actividades em grupo e, por fim; no domínio ambiental, a presença de armas completamente autónomas é um dos exemplos, que pode proliferar maior destruição dos habitats naturais.

Cabe ao ser humano e, neste sentido, as classes mais jovens desempenham um papel fundamental, prever os prós e os contras destas alterações significativas ao nível da(s) sustentabilidade(s), programando as inteligências artificiais de forma segura e com uma distribuição equitativa por cada sector empresarial ou unidades de emprego.

Em conclusão, o caminho da sustentabilidade económica é desenvolvimento de uma estrutura holística, que trabalha quotidianamente para assegurar os recursos indispensáveis ao seu funcionamento. Em tempos de crise, as classes mais jovens representam a força motriz de uma economia mais digital, mas também mais social e ambiental. Assim, esperemos que essa dicotomia pós-humana e transhumana se mobilize como raiz ética para reflectirmos sempre em sustentabilidade(s).

Guilherme Vieira
Aluno da UMa

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