A sustentabilidade das Tradições Madeirenses

A sustentabilidade das Tradições Madeirenses

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São muitos os elementos naturais que se mantêm na arte decorativa popular, embora nos últimos anos substituídos, aos poucos, por novos elementos importados de outros povos.

A população da Madeira tem orgulho nas suas tradições, registos dos costumes dos seus antepassados ao longo dos tempos. Durante o ano são várias as “Festas” pagãs e/ou religiosas que se sucedem em diferentes momentos do calendário como a época natalícia, festas regionais e locais, como os arraiais que proliferam pelas ilhas da Madeira e do Porto Santo e que são momentos de reflexão e momentos de diversão. Neste sentido os madeirenses desde sempre aproveitaram os recursos naturais (recursos recolhidos na Natureza) para decorar as suas “Festas” – as “lapinhas” (rochinha ou em escadinha – altares), os arcos e os tapetes das festas religiosas, as “barraquinhas” de comes e bebes, os enfeites das romagens. São muitos os elementos naturais que se mantêm na arte decorativa popular, embora nos últimos anos substituídos, aos poucos, por novos elementos importados de outros povos ou porque a cidadania e a responsabilização ambiental são cada vez maiores. No entanto, tudo é pouco em prol do equilíbrio, entre a preservação dos costumes e a necessária preservação da Natureza que nos rodeia e dos ecossistemas em que vivemos. Na atualidade é urgente ser-se um cidadão responsável, mobilizado para a defesa das causas ambientais, do equilíbrio Natureza-Homem.

Aqui ficam algumas notas para que possamos “Prevenir… para Proteger!”

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Os elementos naturais mais utilizados nas tradições madeirenses são os musgos (diversas espécies), os líquenes, o azevinho, o alegra-campo, os ensaiões, os fetos (como as cabrinhas), a areia amarela do Porto Santo, as rizoconcreções das Dunas da Piedade, algumas rochas extraídas de grutas vulcânicas, ou a pedra de cantaria de diversas tonalidades (património protegido).

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Também são utilizados “socas” de cana-vieira, “searinhas” – pequenos vasos de milho, trigo, lentilha, ervilha, favas e tremoços, frutas da época – as tangerinas, os pêros e as laranjas;

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A ornamentar uma “lapinha”, uma árvore de natal e as festas e romarias em geral, lembre-se sempre que:

· Os musgos são pequenas plantas que contribuem para a proteção do solo, para a retenção de grandes quantidades de água (elevada humidade) e que a sua recolha, sem regras, causa impactos negativos na proteção dos solos e na segurança das populações;

· Os líquenes são seres vivos que também retêm grande quantidade de água contribuindo para o potencial hídrico de uma dada região;

· O alegra-campo (Semele androgyna) é uma planta trepadeira que vive na Floresta Laurissilva do Barbusano, é uma espécie indígena da Madeira e Canárias e protegida;

· O azevinho é uma espécie protegida a nível nacional, apesar de ser exótica na Madeira.

· O feto – “cabrinhas” (Davallia canariensis) – é uma espécie indígena da Madeira e protegida.

· A areia amarela da Ilha do Porto Santo é um recurso não renovável, que é afetado pela ação do Homem e das frequentes tempestades.

· Prefira os elementos que podem ser semeados, ou cultivados, cuide da sua “árvore” em vaso, adquira produtos certificados;

· Utilize elementos artificiais que podem imitar os naturais, utilize materiais recicláveis ou reutilizáveis. Aproveite algumas plantas exóticas de jardim ou invasoras contribuindo para o controle ambiental;

· Cumpra as boas práticas ambientais;

· Inove e utilize a sua criatividade para manter as tradições de modo sustentável…contribua para a PRESERVAÇÃO DO PLANETA TERRA, A NOSSA ÚNICA CASA!

Direção Regional de Florestas

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