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Entre livros e filmes

Desde a concepção do primeiro filme que muitas obras literárias foram passadas para o formato de película. Muitas delas foram bem-sucedidas e marcaram gerações, tornando-se ícones do cinema, tais como Frankenstein (1931) ou até Bram Stocker’s Dracula (1992). No género de aventura, os heróis britânicos James Bond e Sherlock Holmes tornaram-se boas adaptações ao cinema ou televisão, embora diferentes versões tenham tido diferentes aceitações. Grandes desvios à história original, orçamentos demasiado baixos, entre outros, fizeram muitos passarem despercebidos aos olhos do público. O que torna interessante é a mudança de atitude das massas levam filmes e livros a venderem-se mutuamente, como que se complementando.

Os melhores exemplos para demonstrá-lo são as bem-sucedidas sagas, tanto nas bilheteiras, como nas estantes das livrarias, da trilogia de J. R. R. Tolkien O Senhor dos Anéis e da enorme saga Harry Potter, da autora britânica J. R. Rowling. Qualquer uma delas já contava com um número considerável de fãs, porém, com o lançamento dos respectivos filmes, algo inesperado (ou não) aconteceu. Em 2001, o Mundo viu e deslumbrou-se com estes mundos de fantasia nos cinemas, dando a essas histórias o estatuto de livros mais vendidos de todos os tempos. O sucesso foi tão elevado, que é difícil haver alguém que não conheça os seus títulos.

Com tais sucessos começou-se a apostar em projectos cada vez mais ambiciosos e um pouco fora do comum. Os filmes de super-heróis estão em moda em Hollywood. O primeiro grande projecto deste género deu-se em 2002 com o lançamento de Spiderman e, desde então, cada vez mais heróis entram nas salas de cinema. Em 2005 alcançou o auge, quando Christopher Nolan abordou Batman de uma forma completamente nova, retratando-o mais realisticamente e distanciando-se das versões da década de 90. O resultado foi muito maior do que se esperava e o Mundo começou a olhar os super-heróis de uma forma muito diferente, deixando meros protagonistas de banda desenhada. Tanto a Marvel como a DC Comics começaram a passar os seus heróis para o cinema e para a televisão e prevê-se que continuem a fazê-lo nos próximos anos. Ambas as empresas têm planos para juntar vários heróis num só filme, dando origem a uma ligação entre todos os seus filmes e séries.

Da película para o papel, algumas séries e filmes como LOST, Star Wars e Supernatural, são exemplos de livros nascidos das artes cinematográficas e não o contrário.

Chegámos a uma Era onde todos os meios de entretenimento estão a conectar-se uns aos outros, completando-se e que por fim acaba beneficiando todos. Mesmo que a conversão para um filme não seja bem executada, ou simplesmente não seja bem recebida por aqueles que vêm o produto final, o público ficará ao menos a saber que existe algures por aí um livro que relata uma determinada história que, de outra forma, não lhes chamaria a atenção.

João Andrade

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