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As várias formas de chegar ao ensino superior

Hoje em dia, frequentar o ensino superior adquire uma importância cada vez maior ao nível do contexto social em que estamos inseridos. O percurso que é efectuado até à data de saída raramente é esquecido. A forma como é alcançado um determinado objectivo não é posta de parte, pois os meios podem ser a explicação para determinados fins.

Servindo uma entrevista de emprego como exemplo, ao dirigirmo-nos ao entrevistador para apresentar o currículo, com certeza que ele avaliará todo o passado, com base nas informações do mesmo, tendo em conta como foram atingidos vários patamares da vida académica e profissional do entrevistado. Esse resumo das nossas aptidões, que são ganhas durante toda a nossa vida, não é apenas uma forma de poder. Ele, assume um papel cada vez mais importante, e ganha um grande sentido de notoriedade sendo, por determinadas vezes, o único poder que realmente interessa.

Várias são as vias de entrada no ensino superior. Podemos concorrer através do concurso nacional, tendo que para isso ter finalizado o ensino secundário ou o profissional, concursos locais, regimes especiais e até por concursos especiais com a via para maiores de 23 incluída. A nível sociológico, para muitos, nem todas possuem o mesmo valor, apesar de o tal fim, ser o mesmo. A diversificação desses modelos escolares tem servido para categorizar todos os que o frequentam.

Comparando vários tipos de ensino, nomeadamente o ensino secundário e ensino profissional, podemos tirar várias ilações. O ensino secundário, para muitos, o caminho exemplar para o ingresso no ensino superior, tende a ser visto como o trilho que os académicos e os intelectuais têm de percorrer de forma exemplar para que no futuro, não se questione o mérito da sua entrada numa grande universidade. Propõe-se a dar aos seus utilizadores, capacidades viradas para o desenvolvimento do raciocínio e do espírito critico.

Já o profissional, visa ao ensino de competências técnicas adaptadas e vocacionadas para o mercado de trabalho, sendo frequentado tanto por estudantes que procuram terminar o ensino secundário como por profissionais que procuram certificar as suas qualificações.

Este último é muitas vezes olhado com descrença por parte dos outros alunos pois os seus cursos do secundário são como dito por muitos mais fáceis por as disciplinas leccionadas terem um nível de dificuldade inferior quando comparadas com as do ensino secundário.

O ensino tende a ser cada vez mais racionalizado e os saberes que são teóricos do conhecimento sobrepõem–se aos técnicos. Esse ensino virado e dominado pelo enciclopedismo, focado numa imagem especializada/fragmentada do mundo, acaba por menosprezar e diminuir toda a aprendizagem de outros saberes, principalmente dos mais objectivos, onde entra o ensino profissional.

Cada ser humano tem capacidades únicas. A forma como as quer desenvolver são da sua responsabilidade e nenhuma das escolhas do tipo de ensino que quer se deve sobrevalorizar perante as outras.

Rúben Castro
Estudante de Ciências da Cultura

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