As palavras-chave permitem que o leitor tenha acesso aos artigos que foram classificados com esse vocábulo enquanto etiqueta. Dessa forma, o repositório digital de notícias da ET AL. é filtrado para que o leitor consulte o grupo de artigos que corresponde à palavra-chave que selecionou. Em alternativa, pode optar pela procura de termos na barra de pesquisa.

Etiqueta Selecionada

tradição

A Praxe já não é o que era?

Há um saudosismo que pode atingir quem passou pela Praxe. A Universidade da Madeira, ao contrário de outras instituições, apenas atravessou cinco décadas desde a sua fundação, no final do anos 80 do século passado. Esta juventude, que desvanece, também pode ajudar a fixar tradições que, mesmo assim, não são estanques. Em 2023, estarão os estudantes a perpetuar as tradições que foram plantadas na fundação da Academia madeirense? Como era a praxe nos primórdios da Instituição? A ET AL. conversou com dois antigos estudantes, figuras emblemáticas da nossa História.

LER MAIS...

Jovens e Rebeldes

Enquanto um grupo de trabalhadores tunisianos colhe figos, várias tunisianas criam amizades entre si através da partilha das suas opiniões sobre diversos assuntos. Algumas namoriscam com rapazes ao redor, enquanto outras expressam descontentamento com as limitações das suas vidas numa sociedade ainda profundamente patriarcal.

LER MAIS...

Além das palavras

Emília, uma velha governanta numa casa senhorial no Norte de Portugal, conta com a ajuda de Ana para cuidar do espaço. Quando Emília adoece, Ana abdica de sua vida familiar para cuidar dela, enfrentando novos desafios. Três gerações de mulheres buscam compreender um mundo em transformação, onde o ciclo da vida se renova a partir de finais inevitáveis.

LER MAIS...

Apostar na tradição… o Caminho de Ferro do Monte

No passado dia 15 de outubro, o Centro Interpretativo do Caminho de Ferro do Monte, no largo da Fonte, foi palco para uma das muitas iniciativas no âmbito do projeto teatral “Estórias a vapor”, que recriou a lembrança do tempo em que o caminho de ferro do Monte existia.

LER MAIS...

Centenas de estudantes presentes no batismo

“In nomine solenissimae et semper potentissimae praxis”, no sábado, 8 de outubro, centenas de estudantes da Universidade da Madeira reuniram-se para celebrar a praxe e a tradição académica. As buzinas que centenas de estudantes ouviram durante o percurso entre o Campus Universitário da Penteada e a praia do Almirante Reis eram o sinal de que a tradição académica não diverte apenas os estudantes da academia madeirense, mas também envolve várias pessoas. Além dos colegas, dos amigos e dos familiares que se reuniram para partilhar o Batismo do Caloiro com a comunidade praxista da UMa, muitos curiosos, nacionais e estrangeiros, acompanharam o evento. As atividades tiveram início com o juramento, feito por Hugo Pestana, caloiro do curso de Medicina. Segundo Tiago Camacho, vilão do curso de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, o evento foi “foi incrível” e “todos os estudantes deram o máximo que podiam”. A envolvência com a cidade foi um ponto de destaque para o estudante, além da passagem pelo túnel da avenida Calouste Gulbenkian, que continua a fazer “arrepiar de emoção” vários participantes. A preparação dos cursos de engenharia e matemática era visível na madrugada de sábado, com dezenas de estudantes a realizar faixas e bandeiras no exterior do Campus. Logo na manhã desse dia, vários cursos marcavam presença no campus para continuar os trabalhos de preparação do Juramento, do Cortejo e do Batismo. Carolina Rodrigues Silva, veterana do curso de Educação Física de Desporto, explica que adquiriram “material durante a semana para confecionar a bandeira para o cortejo, com os caloiros vestidos de guerreiros”. Um desfile até ao centro do Funchal, com muita música e guerras entre os cursos, tornou o evento inesquecível para os participantes com quem a ET AL. conversou. No calhau da praia, “bandeiras, o grito académico e o anúncio que iriam passar a caloiros” ditaram o início do batismo, o culminar de um “mês que correu muito bem; os caloiros participaram e gostaram bastante”. Da licenciatura em Gestão, João Pedro Freitas, doutor e representante de curso, descreveu o evento “muito bem organizado, a polícia esteve sempre a acompanhar o cortejo”, com um “ambiente espetacular”. Durante anos, salvo algumas exceções, foi eleito um curso do ano, um rei e uma rainha dos caloiros. Se há expetativas sobre o curso do ano? “Há cursos fortes como Desporto, Enfermagem ou Gestão”, segundo João Pedro Freitas. No domingo, ao fim do dia, desenrolou-se a tradicional Procissão das Velas, com centenas de estudantes, amigos e familiares, pelas ruas do centro da cidade. A noite terminou com a atuação dos FATUM, o grupo de fados da ACADÉMICA DA MADEIRA. Carlos Diogo Pereira, como solista, e Carlos Abreu, na guitarra clássica, antigos membros do Conselho de Veteranos, juntaram-se a David Freitas, decano dessa estrutura, na guitarra de Coimbra. Com eles tocaram Gonçalo Direito, na guitarra de Coimbra, e Júlia Dória, na guitarra clássica. Na atuação, os FATUM interpretaram a “Canção das Lágrimas”, o “Vira de Coimbra” e a “Balada da Despedida de 1988-1989”. Segundo Carlos Abreu, “foi uma oportunidade para que os caloiros tivessem contacto com uma parte importante da tradição académica, através da Canção de Coimbra”. Luís Eduardo Nicolau ET AL. Com fotografia de Salvador Freitas. Na imagem, os estudantes da UMa na praia do Almirante Reis, no Funchal.

LER MAIS...

A importância dos instrumentos tradicionais

“A Região Autónoma da Madeira é uma das regiões com maior diversidade musical e cultural, onde as tradições ainda se mantêm vivas…’’ A história de um país escreve-se não só sobre as suas conquistas, mas também sobre a sua arte, pois, como disse Simone de Beauvoir, é na arte que o homem se ultrapassa definitivamente. Através de pinturas rupestres, que retratam pessoas a dançar e a produzir sons vocais, é que é possível verificar-se a existência, na história, de formas de arte desde cedo. Inicialmente o ser humano procurava imitar e reproduzir os sons da natureza, mas a partir do momento em que começou a ter consciência de si mesmo, a música passou a ter uma correspondência directa com o universo, adquirindo assim grande importância espiritual, completando a sua essência e alma. Com o passar do tempo a música e os instrumentos musicais desenvolveram-se de formas distintas em diferentes regiões, dando assim origem a uma diversidade cultural e musical esplêndida. Desta forma apareceram os chamados ‘’instrumentos tradicionais’’ que representam não só estilos musicais característicos, como diversas culturas. Cada vez mais os instrumentos tradicionais são desvalorizados e até mesmo esquecidos. Porque razão isto acontece? Talvez por estarem relacionados com tradições de outros tempos, por não se passar o interesse por estes às gerações mais novas, ou até mesmo por não terem uma sonoridade comum presente na industria da música. Mas será esta individualidade e características algo imperfeito? A Região Autónoma da Madeira é uma das regiões com maior diversidade musical e cultural, onde as tradições ainda se mantêm vivas, devido aos músicos e professores que tentam passar estas tradições aos mais novos. Com este empenho colectivo os instrumentos tradicionais como os cordofones (viola de arame, braguinha e rajão) já são ensinados em escolas por toda a região e cada vez mais com a ajuda da investigação da Associação Musical e Cultural Xarabanda entre outras, se descobre e se faz história. Os instrumentos tradicionais madeirenses são utilizados também por grupos de música tradicional madeirense como o Xarabanda, Banda de Além entre outras, mas ainda dão-lhe uso bandas com géneros de música mais alternativa como os Emperium. Um instrumento musical não é feito com o propósito de tocar apenas um género de música, a experimentação deste dá asas à imaginação de quem o toca, podendo, desta forma, interpretar qualquer estilo musical desde o clássico ao pop e ao rock. Os instrumentos tradicionais, servem assim de união entre as gerações passadas e futuras, dando características únicas à região onde foram feitos, porque são nada mais que pedaços vivos de história, que podem juntar pessoas de todas as idades. É preciso continuar a valorizar e a inovar os instrumentos tradicionais, porque só depende de nós a decisão de fazer ou não história. Ester Caldeira Estudante da UMa

LER MAIS...

O fado de Coimbra também é fado

Também é património de Portugal e da humanidade! A elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade constitui um marco assinalável para a nossa cultura, um motivo de orgulho para os portugueses nestes tempos difíceis de crise. É também a ilustração de que um trabalho bem pensado, bem realizado e bem apoiado dá frutos. No meio destas comemorações e festejos Coimbra constitui, ao estilo ‘Gaulês’, uma irredutível cidade no meio de Portugal que ostenta ‘com orgulho’ o facto de não ter sido enquadrada nesta efeméride. Será verdade que o Fado de Coimbra não é Património da Humanidade? Sempre vi o Fado como uma das expressões mais genuínas da cultura do nosso povo e é inquestionável que quem é português ou admire a cultura portuguesa, não deixa de ficar indiferente ao som das suas melodias. O Fado cresce no seio do povo e diferencia-se de acordo com os grupos sociais que o acolhem. Se em Lisboa o Fado passou dos indigentes para a aristocracia e depois para burguesia, em Coimbra o Fado sempre esteve ligado à comunidade universitária. Os diferentes géneros de Fado exaltam as diferenças dos grupos sociais mas comungam a mesma arte, cantar em português, tocar guitarra portuguesa e acompanhar à viola. Se os burgueses, aficionados tauromáquicos, monárquicos e outros demais sectores da nossa sociedade vêem a sua música reconhecida, julgo que não faz sentido deixar os universitários de fora. Portanto o Fado de Coimbra também é Fado, também é património de Portugal e da humanidade! Ou teremos agora que mudar o nome ao “Fado Hilário”, ao “Fado da Mentira”, ao “Fado dos Olhos Claros”, ao “Fado Corrido de Coimbra” e a tantos tantos mais? Não me parece que seja esse o caminho, pois faz parte do senso comum português que a música de Coimbra é o Fado. Aliás, de acordo com um estudo recente de notoriedade depois de Universidade a palavra que melhor define Coimbra é Fado. Este Fado não é regional, aliás muito pelo contrário, basta ver a origem dos nomes mais sonantes: o madeirense Edmundo Bettencourt, o açoriano Fernando Machado Soares, o aveirense Zeca Afonso, o fornense António Menano, o gaiense Nuno Guimarães, o leiriense Afonso de Sousa, o visiense Augusto Hilário ou os conimbricenses Artur e Carlos Paredes ou Luís Goes. Todos estes grandes nomes da cultura portuguesa emprestaram o seu génio ao Fado de Coimbra tornando-o em mais um símbolo inconfundível da cultura portuguesa e creio que seria muito limitador dizer que o Fado é só de Lisboa ou só de Coimbra. De qualquer modo, o Fado de Coimbra enquadra agora a candidatura da Universidade de Coimbra a Património da Humanidade, iniciativa que é naturalmente de louvar e de esperar que tenha o mesmo sucesso que a recente candidatura do Fado onde, em meu entender, já deveria ter figurado. Quer atinja ou não esse tão almejado galardão, uma coisa é certa, esta música tradicional manterá certamente todo o encanto, continuará a fazer sonhar os seus ouvintes e continuará a deixar a sua marca nas gerações futuras tal como o tem feito já hà mais de século e meio. João Farinha Membro do Centro Cultural e Artístico Fado ao Centro, em Coimbra

LER MAIS...
OS NOSSOS PARCEIROS