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Estágios de Verão

Uma Aposta Estratégica nos Estudantes do Ensino Superior O Governo Regional da Madeira tem priorizado, ao longo dos sucessivos mandatos, uma ação incisiva na área da Juventude, numa dialética de proximidade com os jovens e numa convergência contínua com as guidelines da União Europeia. Neste quadro referencial, têm sido múltiplas as atividades, projetos e programas promovidos pela Direção Regional de Juventude e Desporto, cujas premissas assentam em metodologias de educação não-formal, enquanto instrumento por excelência de capacitação dos jovens, nos seus tempos livres. Numa perspetiva de tornar mais holística a oferta de programas existentes ao nível regional, em 2018, foi criado o programa Estágios de Verão, enquanto resposta aos desideratos dos jovens que se encontram a frequentar o ensino superior. Assumindo uma tónica completamente distinta dos demais programas, o Estágios de Verão reveste-se de uma lógica completamente disruptiva, na medida em que os jovens são os principais agentes do processo. Pauta-se, igualmente, pela inovação no envolvimento de entidades dos diversos quadrantes de atuação, localização e qualificação jurídica, dando resposta, por um lado, às necessidades de formação académica e, por outro, ao reforço das sinergias transetoriais que o governo regional estabelece com os stakeholders da sociedade civil. É com muito regozijo que a Direção Regional de Juventude e Desporto reconhece neste programa uma plena concretização da sua missão, comprovada pelo número de candidatos que apenas em duas edições, já ultrapassou mais de mil alunos. Referia-se a este propósito, que, em 2019, ficaram colocados 683 estagiários em 529 entidades, cobrindo todos os concelhos da Região Autónoma da Madeira, numa taxa de colocação de 82%. Possibilitou, à semelhança do ano transato, integrar participantes com diversos níveis de habilitações – doutoramento, mestrado, pós-graduação e licenciatura – que sejam estudantes em qualquer estabelecimento regional, nacional ou estrangeiro. Especial ênfase para uma taxa de 67,6% de estudantes cuja escolaridade mínima é o 3.º ano da licenciatura, pelo que as oportunidades de criação de um vínculo profissional com a entidade de estágio, ganha particular expressão. Relativamente aos cursos que frequentam, a panóplia é muito diversificada, registando-se uma maior incidência nas áreas de Gestão, Engenharia, Medicina, Gestão, Psicologia, Comunicação e Desporto. Paralelamente à grande recetividade por parte dos jovens, são já muitas as entidades que reconhecem a relevância da oportunidade de ter colaboradores com elevadas qualificações a trazer valor acrescentado às suas organizações, durante os meses de julho, agosto ou setembro. Atendendo ao afluxo de atividades que desenvolvem durante o verão, efetivamente, este programa tem constituído uma resposta profícua à falta de recursos humanos com que se debatem muitas coletividades sem fins lucrativos. A título referencial, a Associação Académica representa uma das entidades que fazem uma eficiente gestão desta oportunidade, nos seus múltiplos projetos, que passam pelos campos de férias, visitas multiculturais, acolhimento de voluntários, entre outras iniciativas nas quais os estagiários auferem de uma experiência inolvidável em termos de capacitação. É desta profícua cooperação entre o setor público e privado que se tem obtido resultados tão impactantes ao nível de todos os intervenientes neste compromisso com a Juventude da Madeira e do Porto Santo. A todos, a Direção Regional de Juventude e Desporto expressa a sua gratidão e confiança, na perspectiva de, conjuntamente, continuarem a superar novos desafios de sucesso! David Gomes Diretor Regional

A saúde dos nossos animais

O Anaplasma spp é um hemoparasita intracelular transmitido pelas carraças, sendo responsável pelo aparecimento de um quadro clínico de trombocitopenia. Os sinais clínicos mais comuns são anorexia, letargia, perda de peso, hipertermia, anemia e depressão. Outros menos comuns incluem vómitos, diarreia, tosse e dificuldade respiratória. São também possíveis infecções sem sinais clínicos. As espécies que são patogénicas para cães incluem Anaplasma phagocytophila (anteriormente nomeada Ehrlichia phagocytophila), Anaplasma bovis e Anaplasma platys. O diagnóstico só é possível pela identificação microscópica de parasitas em esfregaços de sangue do animal infectado, por ELISA ou por PCR. Cães com anaplasmose apresentam, frequentemente, os mesmos sintomas que aqueles com doença de Lyme (também chamada febre da carraça), e a infecção com ambos os agentes (co-infecção) não é incomum. Tanto os parasitas da doença de Lyme como da anaplasmose são normalmente encontrados na mesma localização geográfica e são transmitidos pelas mesmas espécies de carraças. No caso da anaplasmose o tratamento envolve a utilização de um antibiótico (a doxiciclina), ou de um antiparasitário (o imidocarbe) e tem um bom prognóstico. Apesar de ser considerada uma zoonose, a transmissão é feita apenas pela carraça e não directamente pelo animal de companhia. A prevenção é fundamental para a erradicação de doenças transmitidas por carraças em regiões endémicas, através do controle de populações, em cães com a aplicação de desparasitantes externos específicos. Raquel Estudante SPAD – Funchal Nota dos editores: o título original do artigo publicado era: “Anaplasma spp”.

As Palavras: Uma Invenção Inigualável

Consegue imaginar um mundo sem palavras? Sem elas, teríamos, decerto, uma vivência pré-histórica, em que uma gravura na rocha poderia significar mais do que um gesto ou um grunhido. Diz-se que “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Para quem não saiba, talvez seja assim, mas, para quem souber mil ou mais palavras, estas podem valer mais do que uma imagem. Uma criança em idade pré-escolar não as possuirá e preferirá um desenho. A análise deste permitirá aceder ao seu mundo interior, já que retratará a sua vivência feliz ou infeliz. Há adultos que são como essa criança. Não conseguem “encontrar” as palavras para explicar o que sentem ou vivem. Alguns preferem o desenho, a música, a dança ou outra forma artística para se expressarem. Porém, contarão com o contributo da linguagem verbal (oral ou escrita), quando o desejarem, na medida do que forem capazes de dizer ou escrever. A invenção da escrita data, sensivelmente, de 4 000 anos a.C., mas a da palavra dita é, garantidamente, muito anterior. Não é fantástica esta possibilidade? É inigualável porque, com um número finito e bem circunscrito de fonemas, se produz um número infinito e completamente aberto de monemas (morfemas, lexemas, palavras, vocábulos – os nomes vão variando, sendo ou não sinónimos, consoantes os contextos), isto é, “unidades mínimas significativas”, segundo o linguista André Martinet. Os falantes de uma comunidade vão produzindo palavras porque precisam delas. Assim, um “eurodeputado” é diferente de um “deputado”. Todos sabemos que uma “esferográfica” não é uma “caneta” ou que uma “sopa” não é um “caldo”. As diferenças são substanciais, embora haja quem confunda as palavras e empregue uma pela outra como poderá suceder com uma imagem. O desenho de um coração equivalerá a “apreciar”, “gostar”, “amar” ou “adorar”? Como representar “espoletar”/ “despoletar” ou “vitelo”/ “novilho”/ “bezerro”? 1. Eles pretenderam …………………….. uma guerra interna com notícias falsas Preencher o espaço com a forma certa: espoletar/ despoletar. Solução: Eles pretenderam espoletar uma guerra interna com notícias falsas. Explicação: Na área do armamento, o verbo “espoletar” significa “colocar espoleta em” (“espoleta” é o elemento que inflama a pólvora nas armas de fogo). O oposto é “despoletar”, significando “tirar a espoleta”. Logo, “despoletar” é sinónimo de “desarmar”. No entanto, com o significado de “desencadear”, é inadequadamente usado em vez de “espoletar”. Significando o contrário, não podem ser sinónimos. 2. A cria da vaca, ao nascer, é o ……………………..  . Preencher o espaço com a forma certa: vitelo/ novilho/ bezerro. Solução: A cria da vaca, ao nascer, é o bezerro. Explicação: A palavra “bezerro” (ou “bezerra”) corresponde à cria da vaca desde o nascimento até cerca de um ano. Terá uma origem controversa, podendo ser ibérica. O conceito de “vitelo” equivale ao mesmo animal, mas por volta de um ano. O “novilho” é um boi novo, sendo mesmo essa a origem espanhola (“novillo”=“novo”). Os citadinos, mais ignorantes do que os camponeses nesta área, reencontram a diferença entre “vitelo” e “novilho”, por exemplo, quando compram carne. Helena Rebelo Professora da UMa

O peso da liberdade

Como já dizia o meu pai, “só quem esteve preso é que reconhece o peso da liberdade.” (embora ele mesmo haver garantido nunca ter visto o sol aos quadrados). Eis como os próprios filhos de Abril estão a assistir à queda da Democracia moderna em Portugal, e, mesmo assim, escolhem ficar na ignorância, ou são ignorados. A 21 de agosto de 1973, em Bissau, é realizada a primeira reunião clandestina do Movimento das Forças Armadas (MFA). Na noite de 24 de abril de 1974, às 22:55, o programa Limite, da Rádio Renascença, emite E Depois do Adeus, interpretada por Paulo de Carvalho, que alerta os revolucionários para se colocarem nas suas posições. Na madrugada do dia seguinte, às 00h20, é emitido o segundo sinal que dá início à revolução, pela voz de José Afonso com Grândola, Vila Morena. Durante as dezasseis horas que se seguiram, os regimentos militares irão ocupar a RTP, o Estado Maior do Exército, o Banco de Portugal, o Ministério do Exército e o Aeroporto de Lisboa. Entre as 16:00 e as 16:30, é feito o cerco ao Quartel do Carmo, liderado pelo capitão Salgueiro da Maia, onde estava refugiado Marcelo Caetano. Entretanto, após negociações, aquele que foi o último presidente do Conselho (equivalente a primeiro-ministro) do Estado Novo acaba por ceder. O Quartel do Carmo hasteia a bandeira branca. Portugal sai, então, da Ditadura, e entra numa jornada para democratizar Portugal, realizando, no ano seguinte, as primeiras eleições livres em mais de 40 anos de repressão, que dariam a 1.ª Constituição Pós-Ditadura. Em 1989, o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusa a atribuir a Salgueiro Maia uma compensação. Isto acontece depois de, nas palavras de José Pedro Castanheira, autor do artigo “Cavaco tenta corrigir erro com 20 anos”, para a revista Expresso, “em 1988, o próprio Salgueiro Maia [teria requerido] a concessão de uma pensão destinada a contemplar os chamados «serviços excecionais ou relevantes prestados ao país»”. Apesar de Cavaco ter, no final, decidido homenagear o capitão, não pôde evitar uma grande onda de protesto popular. Para as pessoas que, haviam participado ativamente na revolução, ou dela tivessem conhecimento na década seguinte, foi um murro no peito. Para elas, não conceder uma pensão a Maia era não reconhecer os valores de Abril. Era não reconhecer todas e quaisquer pessoas que lutaram pelo derrube de uma Ditadura que deixou Portugal moral e materialmente pobre. Era não reconhecer cada injustiça, restrição dor ou humilhação a que havia sido submetidos pelo Regime. Era uma chapada na cara da Revolução. Em 2015, de acordo com os dados da PORDATA, a Base de Dados de Portugal Contemporâneo, a taxa de abstenção de votos para a Assembleia da República foi de 44,1%. Em 1975, foi de 8,5%. Ora, isto deve-se a muitas razões. Deve-se, por exemplo, ao desinteresse da população mais jovem. Vivemos numa altura em que estamos a ser constantemente bombardeados por informação, vinda de várias fontes. O nosso cérebro não pode processar tudo, porque tem prioridades, e a política parece não ser uma delas. Há uma falta de identificação com o sistema político vigente. A 5 de janeiro de 2014, O Público apresentou a opinião de oito jovens, nascidos no período compreendido entre 1980 e 1990. Para quatro deles “Os jovens não estão desinteressados, não se revêem é nas formas e nos mecanismos convencionais de fazer política em Portugal, com os partidos e com os políticos.” Ao que lhes parece, a política não é orientada para os mais novos e que nem sempre se trata da falta de vontade de participação, mas sim também da recusa ao reconhecimento desta minoria política. Foi 25 de abril de 1974 que Portugal saiu de uma Ditadura que o governara por quatro décadas. Em 2019, mais de quarenta anos depois, há eleitores portugueses que não se sentem ouvidos pelos políticos. Estes últimos, são uma classe caída em cada vez maior descrédito e assolada de escândalos, sobretudo num ano em que se elegem os legisladores europeus, nacionais e regionais. Não tarda nada e Paulo de Carvalho estará a cantar E Depois Do Adeus à Democracia, e não será para dar as boas-vindas. Liseta Pereira Estudante da UMa

European elections and the future of European Union

The elections to the European Parliament are approaching, and, once again, millions of Europeans are called to vote. These elections are especially important, as crucial decisions will be taken in the coming years that will affect climate change, the resettlement of refugees and asylum seekers and the sovereignty of the peoples of Europe. However, we can say that elections to the European Parliament do not usually attract much interest in the population, at least in Spain, because the power of the European Commission is perceived as something limited and distant that does not have much impact on the member States. Even so, I believe that we are living a decisive period in terms of the continuity of the Union since the resolutions adopted after the 2008 crisis and the subsequent rise of the extreme right worldwide have created a great discredit on the project of the European Union. This will be surely the biggest challenge for the next legislature because, although it is true that many wrong decisions were made during the crisis, the solution should be to create a joint project in which we can all believe and trust and not isolate ourselves behind our borders and see others as enemies. In spite of this, it would be perhaps interesting to review the current Treaties, I mean the one of Lisbon, because, through it, the European Union has taken some liberties related to international trade and consumer (un)protection (remember the TTIP and the CETA) that have profound labour, health and environmental consequences and whose negotiations have been made behind the European population’s back. Anyway, I think there is one aspect of the European Union to which we could all contribute, and it is the cohesion of the peoples of Europe. It is true that the European Commission will have to continue funding and promoting programs such as Erasmus or EVS to boost the feeling of unity of European citizens, but each one as an individual has the responsibility to have an open mind to what surrounds them; and to understand that, in the end, we are not so different. Project co-financed by ERASMUS+. Jone Areta Students’ Union Basque Country Volunteer

Together we can do better!

In May, the call for European elections is opening and all European citizens are needed to express their desire to get involved in politics. These are not simple elections, this is an international event in which we are involved as protagonists because the future of the European Union depends on us. The EU is experiencing a moment of crisis due to the national political transformations that are happening, the international emergency related to the migratory fluxes that are occurring and the lack of common intents between the countries that constitute the monetary and economic union. The number of populist parties that are rising in power in national contexts is increasing as a result of the boom in nationalism, economic autarky and political distrust. The aim of these parties is a counter-trend compared to the objectives of the EU, which can be summarised in the motto “United in diversity”. The hardest challenge that the European Union faces is promoting and convincing the European public to support its intent in order to transform the EU from an agglomeration of National States into the “United States of Europe”. This does not mean reducing the constitutional power that the single States have, but legislating common agreements. In contrast, in Italy, even if the parties that are governing are Eurosceptic, they nevertheless complain about their indifference to the EU, for example concerning problems such as immigration. Due to this lack of concern and willingness to share the problem and help to solve it, Italy is not supporting the aims of the European project. Moreover, unfortunately, the values that powerful parties are promoting do not allow the sense of belonging to a common European Union to grow. However, my expectations of the EU’s fate are encouraged by the experiences I am living, and by staying in contact with my Erasmus generation. The Evs project in Madeira and an Erasmus exchange through my university have enabled me to recognise the importance of bringing young people together from different projects across Europe. We are the future and what we are being shown, is that together we can do better. Autor: Cristina Demuro, 22 years and Italian. I am a globetrotter and a student of International and Diplomatic Science. I believe that “your vibe attracts your tribe”, that’s why I am in love with nature, animals and my friends! Project co-financed by ERASMUS+. Cristina Demuro Students’ Union Italian Volunteer

Não espirre sobre este assunto, proteja-se!

“A nossa saúde é muitas das vezes afetada pelos microrganismos que são invisíveis, impercetíveis e que vivem despercebidos mesmo ao nosso lado…” Apesar do inverno estar a chegar ao fim, a gripe veio para ficar! A gripe é uma doença viral contagiosa, que afecta predominantemente as vias aéreas. O vírus é transmitido através do contacto com partículas de saliva (tosse e espirros), sendo que na maioria dos casos cura-se espontaneamente sem a necessidade de intervenção médica (SNS, 2018). A tosse, febre, mialgias e fadiga são alguns dos principais sintomas da gripe. A principal medida de prevenção da gripe é a vacinação, que tem como objectivo minimizar o risco de contrair a doença e as consequentes complicações. A vacina da gripe contem o vírus influenza sem o agente patogénico, ou seja, sem o agente causador da doença, assim sendo importa desmistificar a ideia de que a vacina provoca a doença. O que pode incorrectamente ser confundido como sintomas de gripe são os efeitos secundários da vacina, que apesar de não muito comuns podem manifestar-se. O vírus da gripe distingue-se de outros pela sua capacidade de mutação constante, que garante a sua sobrevivência às resistências criadas pelo organismo. Deste modo importa relembrar que a vacina da gripe não é vitalícia, tendo a imunidade a duração de um ano. Uma das medidas de prevenção que é gratuita e indicada para todas as idades, é a protecção individual e colectiva através de uma etiqueta respiratória correcta. Estes pequenos gestos podem proteger a sua vida e a dos outros: · Quando tossir ou espirrar cubra a boca e o nariz com um lenço, ou então faça-o na direcção do braço e não para as mãos; · Descarte o material utilizado, imediatamente após essas acções; · Lave ou desinfecte as mãos com regularidade e sempre após o contacto com secreções e objectos contaminados como as maçanetas de portas, corrimões entre outros. A nossa saúde é muitas das vezes afetada pelos microrganismos que são invisíveis, imperceptíveis e que vivem despercebidos mesmo ao nosso lado, presentes no nosso dia a dia. Importe-se com a sua saúde e não espirre sobre este assunto, proteja-se! Ester Caldeira Alumnus

Como se posiciona face ao futuro e à vida?

Na vida assume, tendencialmente, o papel de condutor ou de passageiro? Ainda que não tenha controlo sobre todos os acontecimentos, pode decidir como se posiciona face aos mesmos, ou seja, se assume uma postura mais proativa ou mais reativa. O futuro é um projeto de autor. Não vale fazer cábula ao projeto de outra pessoa. Por isso, quando excessivo, o papel de “passageiro” é perigoso – são as escolhas e os caminhos do outro, certamente não alinhados com quem é. Por outro lado, uma postura mais ativa – de “condutor”, está associada a níveis mais elevados de autoeficácia e bem-estar. Estudos da psicologia positiva mostram que indivíduos com maior bem-estar psicológico são mais capazes de “alargar e construir”, ou seja, são mais capazes de ativar recursos pessoais e sociais, superar adversidades e adotar uma postura de resolução de problemas, elementos essenciais na construção de um projeto de vida. A reflexão sobre estas questões tem servido de mote para iniciativas desenvolvidas neste 2.º semestre (ex.: workshops integrados no Projeto “Investe em ti. Ganha vantagem competitiva na transição para o mercado de trabalho”; workshops em contexto de sala de aula “Passion and Drive: caminhos para o sucesso” e colaboração no VII Fórum da Empregabilidade). A forma como perceciona os acontecimentos da vida e o que diz a si próprio sobre tal, influencia os comportamentos e atitudes que adota. Por isso, importa envidar esforços para substituir eventuais discursos mais reativos “não há nada a fazer”, “sou assim e pronto”, por outros mais flexíveis e assertivos “eu escolho fazer”, “vou procurar alternativas”. Assumir este papel de “condutor” implica preparação prévia, respondendo a perguntas como “Para onde quero ir? Que recursos tenho? Que skills preciso desenvolver?”. Implica ainda desenhar um plano de ação, definindo objetivos e passos a dar, antecipando dificuldades e planeando formas de as ultrapassar. Segue-se o colocar o plano em marcha, lidando com inquietações e dúvidas (“Irei conseguir? Será que tenho o que é necessário?”) e perseverando. Importa ressalvar que este plano deverá ser feito a “lápis”, porque é necessário fazer uma avaliação e reflexão contínuas, bem como proceder a ajustes no mesmo (ex.: o que corre bem e menos bem, o que me aproxima/distancia dos objetivos). Ser curioso sobre a envolvente e sobre si próprio, experimentar com intenção, criar oportunidades, dar passos e tentar ser um pouco melhor do que ontem, numa postura de abertura à aprendizagem, são outros elementos essenciais para conseguir se posicionar na vida de forma mais proativa. E porque sem a ajuda e o feedback dos outros, a caminhada torna-se mais difícil, pode ser importante a escolha de se fazer acompanhar de um ou mais copilotos e assumir também este papel para si. Na UMa pode contar com o apoio dos psicólogos do Serviço de Psicologia. Saiba mais em scp.uma.pt e siga-nos no Facebook, onde partilhamos informação sobre o bem-estar psicológico. Carla Vale Lucas, Filipa Oliveira e Luísa Soares Serviço de Psicologia da UMa

Livro Azul

Olá! Eu sou o Pedro Vale, professor de primeiro ciclo e aluno universitário de Cultura na UMa. Vivo na ilha desde 2002 e adoro. Quando não estou a trabalhar ou a estudar leio e vou aos espetáculos. Gosto de fotografar à noite sempre em busca de uma nova narrativa e mergulho frequentemente, quer nas levadas da Laurissilva, quer no azul do mar. Em casa, se não estiver a ler ou a ver um filme, encontro-me geralmente a cozinhar ou a trabalhar na perfeição das bolas de lama brilhantes japonesas, chamadas “Hikaru Dorodango”. A parte preferida do meu dia é quando fico uns minutos a olhar para o teto sem pensar em nada. Azul Instantâneo é o meu primeiro livro e resulta de um exercício de escrita imediata e livre empreendido no Facebook durante um ano e meio. Poesia lírica, dadaísta, visual e concreta, filosofia, observação, experimentalismo e até haikus formam uma obra de arte portátil que apela diretamente aos sentidos dos leitores, resultando numa provocadora viagem sensorial. Convido-vos desde já à sua descoberta. A segunda edição está aí à porta! Podem acompanhar a caminhada azul instantânea no Facebook nos perfis “Pedro Vale” e “Livro Azul Instantâneo”, no Instagram em “pedro.vale.1293” e “pedro_a._vale” e no Twitter em “vale10pedro” e “livro_azul”. Por vezes Acontece entrarmos Num maravilhoso jardim árabe E sentarmo-nos logo ali No primeiro banco de pedra lisa Imaginando o azul do mar. Talvez um dia recordes num qualquer espelho torto quão simples fora a tua salva e te lembres daquela vez em que ceáramos apenas meia laranja e nada de pão naquela casa cega com o telhado a verter lágrimas de fel. Os meus sonhos são simples. Um coreto atual, uma praça ficcional, mistura de estranho jardim, bordel e prisão, um vestido dormido, milhões de línguas cortesãs, uma maçã trincada, jazz moderno, uma imposição vitoriana, talento comercial, cruzamentos, estações por abandonar, sorrisos satânicos, belas rameiras, uma precetora desenhada e cobras, e mais cobras. Os meus sonhos não sei se são simples. Helen Gruegge Students’ Union German Volunteer

European elections and the future of European Union

In a short time, it will be May 23-26, time for the next elections for the European Parliament. These elections are especially important, as they concern the future of Europe and its standing towards important subjects such as work, security, migration and climate change, some of the most discussed topics, be it in global or local politics. Topics which have a huge influence on our future and well-being in said future. These elections may also mark an important turning point, seeing as the European Union is trying, and often struggling, to fight against the apathy of its citizens and the strong populist tide many countries seem to find themselves in. The situation in my country, Germany, may be described as borderline apathy: European challenges such as the Brexit have proven to us, that, though many like to criticise, there are more than enough advantages for staying in the EU. In fact, three out of four Germans believe the European membership to be success bringing for Germany, in contrast to a more nationalist solution. It is also agreed on, that challenges such as the climate change must be fought against together, however, as of now, Germany has, despite this belief, stayed rather passive in contributing to find compromises and final solutions. Hopefully, the coming elections will be able to compete with these threats, seeing as the European Union has brought so many advantages to its citizens, especially my generation is able to enjoy a mobility unknown to our parents or grandparents. Thanks to programmes, such as ERASMUS programmes, Europe’s inhabitants can study or take part in voluntary projects all over our continent, or, as it is in our case, support the University of Madeira here in Funchal. Moreover, this is not the only benefit of the European Union, to take Madeira as an example again, most of its modern infrastructure, which allows people to travel all around the island in a matter of hours and not, as previously, days and weeks, was payed for, by the European Union. Consequently, I hope that the coming elections are our first stop towards a European Union fitting its motto “United in diversity” and that, in 50 years, the EU will be appreciated as a way to unite people, ideas and live-changing innovations. Project co-financed by: ERASMUS+ Helen Gruegge Students’ Union German Volunteer