O artigo de opinião publicado no jornal Público por Patrícia Oliveira-Silva, intitulada “Proteger a segurança nacional sem sacrificar a internacionalização do ensino superior”, alerta para o impacto de políticas de segurança excessivamente restritivas na investigação científica global. A autora sublinha que “mesmo as preocupações mais legítimas, quando exageradas, podem transformar proteção em prejuízo, e sufocar a ciência e a sociedade”. Este equilíbrio é essencial para não comprometer a dinâmica colaborativa que define a inovação e a resolução de problemas globais.
Patrícia Oliveira-Silva ilustra como colaborações internacionais foram cruciais para avanços significativos, citando o exemplo da Estação Espacial Internacional e o desenvolvimento de vacinas como a da COVID-19. A autora ressalta que essas conquistas só foram possíveis graças à união de esforços e recursos entre países, apontando que “a investigação atinge novos horizontes de excelência e significado” quando potenciada pela diversidade cultural e científica.

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Contudo, Patrícia Oliveira-Silva adverte que a ciência tem sido alvo de tensões geopolíticas que ameaçam a sua internacionalização. Governos temem que colaborações académicas sejam exploradas para fins estratégicos ou militares, o que leva a políticas restritivas. Apesar de compreender essas preocupações, a autora destaca que “restrições excessivas sob o pretexto de segurança […] têm o potencial de isolar universidades e centros de investigação, e sufocar o motor das inovações”.
No artigo, a autora defende que proteger a segurança nacional não deve implicar sacrificar os princípios de colaboração e internacionalização do ensino superior. Para Patrícia Oliveira-Silva, “não se pode correr o risco de comprometer a essência colaborativa do ensino superior”, uma vez que isso resultaria num retrocesso para a ciência e para a sociedade global.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Miguel Henriques.