Já usaste os 20 euros que tens direito?

Já usaste os 20 euros que tens direito?

Os jovens residentes em Portugal, nascidos em 2005 ou 2006, podem usar, até 23 de abril de 2025, um cheque-livro gratuito no valor de 20 euros. Desde o início da implementação, em novembro de 2024, 29.729 cheques foram emitidos, mas apenas 44% foram efetivamente utilizados.

De acordo com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, entre 4 de novembro e 1 de dezembro de 2024, foram emitidos 29.729 cheques-livro, o que corresponde a 15% do universo de jovens elegíveis, tendo 13.197 cheques sido utilizados.

O programa Cheque-Livro, lançado pelo Ministério da Cultura, disponibiliza 20 euros para a compra de livros, tem como objetivo fomentar o hábito da leitura e incentivar a visita a livrarias físicas.

Aumento de estudantes dos PALOP em Portugal exige medidas de apoio à integração

Um relatório do ISCTE, de março último, sugere a criação de um semestre preparatório para estudantes dos PALOP que queiram estudar em Portugal. A medida visa facilitar a integração desses alunos no sistema de ensino superior português, que tem registado um aumento significativo de estudantes provenientes da África Lusófona, nos últimos anos.

Entre os beneficiários do programa, destacam-se histórias como a de Maria João Ferreira, noticiada pelo Expresso, que escolheu Binding 13, um romance da autora Chloe Walsh, influenciada por recomendações no TikTok. Por outro lado, Inês Gomes optou por Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, inspirada tanto pela sua professora de Português como por análises literárias em redes sociais. Ambas destacam a importância de iniciativas que tornem os livros mais acessíveis, especialmente para jovens que enfrentam barreiras económicas.

As livrarias, tanto independentes como as grandes cadeias, mostram-se empenhadas em atrair este público. Enquanto espaços como a Livraria 100.ª Página em Braga relataram uma adesão positiva, outras, como a Xylocopa, em Aveiro, ainda não sentiram um impacto tão significativo. Algumas livrarias têm reforçado as ofertas de literatura jovem adulta e clássicos para captar a atenção dos leitores mais jovens.

Apesar da adesão inicial, há críticas e sugestões para melhorar a eficácia do programa. Representantes das livrarias sugerem aumentar o valor do cheque e ampliar a abrangência para incluir obras alternativas e edições sem ISBN. Além disso, apontam para a necessidade de garantir a continuidade destas medidas, evitando que sejam iniciativas pontuais e efémeras.

Para os jovens, o programa não apenas facilita o acesso aos livros, mas também oferece uma oportunidade de explorar livrarias de rua e diversificar os seus hábitos de leitura. No entanto, observa-se que muitos jovens ainda preferem utilizar o cheque em grandes redes, como a Bertrand e a Fnac, com as quais já estão familiarizados, deixando um desafio às livrarias independentes para captar mais clientes.

O programa, que estará ativo até abril de 2025, foi aprovado pelo Governo anterior, mas a sua implementação tardia levanta questões sobre o impacto a longo prazo. Ainda assim, tanto os jovens como os livreiros mantêm a esperança de que esta seja uma medida transformadora para os hábitos de leitura em Portugal.

Luís Eduardo Nicolau
com Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Pj Accetturo.

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