São Paulo em vez dos Efésios podia ter pregado aos Nipónicos “Mulheres sujeitem-se aos vossos maridos, como ao Senhor”, pois parece que para os japoneses mulher inteligente não dá boa esposa.
Um dos países mais ricos e tecnologicamente desenvolvidos do mundo, o Japão enfrenta um grave problema demográfico. Entre outras tendências, maior parte dos jovens prefere o sexo virtual relacionar-se com uma parceira de carne e osso (e personalidade própria), como noticiou, já em 2013, a BBC News. Ontem, a agência Reuters publicou, uma notícia igualmente incrível que vem destacar a ambivalência do tecnologica e cientificamente muito avançado Império do Sol Nascente – as mulheres cientistas são vistas como más escolhas para casar.

Novo Laboratório Nanova permitirá alavancar a investigação em materiais avançados sustentáveis
O novo Laboratório de Nano Caracterização e Materiais Avançados (Nanova) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, foi inaugurado no Campus da Caparica, Almada, e permitirá alavancar a investigação na área dos materiais avançados sustentáveis e a capacidade de investigação científica nacional, particularmente na Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Empresas e outras entidades poderão receber doutorandos
A Fundação para a Ciência e a Tecnologia emitiu um convite aberto para manifestações de interesse por parte de entidades privadas
Mariko Katsumura autora do artigo Smart girls don’t marry? Japan rushes to erase stigma for women in science, indica que apenas 16% de mulheres são estudantes universitárias nas áreas de Engenharia, Manufatura e Construção, ocupando o último lugar entre os países mais ricos nessa comparação. De igual forma, apenas um em cada sete cientistas nas universidades nipónicas é mulher.
Dada a tendência da verificada na União Europeia das mulheres terem menor apreço pelo estudo destas áreas do que os homens, poderíamos até considerar o fenómeno natural. Mas a verdade é que as mulheres japonesas têm realmente interesse académico nestas áreas, ocupando a segunda pontuação mais alta em matemática e a terceira nas áreas científicas no sentido estrito do termo, em toda a OCDE.

A ciência enfrenta desafios de inventividade nas últimas décadas
A ciência está a tornar-se menos inventiva, com uma redução significativa em trabalhos disruptivos devido à especialização crescente e à pressão para publicar mais, aponta um estudo recente.

Investigadores bolseiros juntam-se às manifestações dos professores
Numa nota enviada à nossa redação, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) informou que se irá juntar à FENPROF
O problema é o resultado cultural, da escolha entre o coração e a carreira. Ao que parece, no país dos robôs ainda se acredita que é impossível uma engenheira ou uma cientista conciliar a vida profissional com a família e muitas mulheres decidem sacrificar a carreira por melhores hipóteses de virem a ter filhos.
Porém há uma crescente escassez de recursos humanos naquela que é a terceira maior economia tecnológica do mundo. O Japão necessita de empregar quase 800.000 trabalhadores tecnológicos e científicos até ao final desta década, correndo o risco de perder produtividade e competitividade, pela falta de inovação, incluindo em gigantes multinacionais como a Mitsubushi ou a Panasonic, que defendem o incentivo ao emprego científico para o sexo feminino.

Supercomputador português mais rápido de sempre foi inaugurado
O Deucalion, inaugurado a 6 de setembro, vem garantir computação de alto desempenho à academia, empresas e administração pública.

O “lixo incorretamente depositado pode […] terminar no mar”
Entre julho de 2020 e abril de 2022, a investigadora Sara Bettencourt estudou os macro-resíduos em duas praias do Funchal, defendendo
Numa luta contra o tempo, o governo de Tóquio apelou às universidades que incentivem à entrada de mais mulheres nos seus cursos científicos e tecnológicos, havendo um dúzia de instituições a responder positivamente ao desafio. Entre as medidas tomadas, já para 2024, o Instituto de Tecnologia de Tóquio irá impor cotas para mulheres nas suas turmas, o que é uma reviravolta no país em que, em 2018, como indicou Katsumura, certas faculdades de medicina chegaram a reduzir as notas de acesso para favorecer a admissão de homens em vez de mulheres.
Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Jase Bloor.