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Jonas Ramussen e a questão de género em FLEE

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O peso do passado, a fragmentação da “casa” e a sensação de não pertença são os temas centrais em Flee, um documentário do dinamarquês Jonas Poher Ramussen.

Nas palavras de Carlos Nolasco, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, “o direito a deixar o respetivo país (…) confronta-se com um problema: a necessidade de acolhimento noutros países. Ninguém sai para o vácuo, é necessário um país de acolhimento”.

É Flee – A Fuga a sugestão do Screenings Funchal, numa parceria com os Cinemas NOS, e com o apoio da ACADÉMICA DA MADEIRA, para sexta e sábado, 13 e 14 de maio. Em particular para os clientes NOS, portadores do seu cartão, se for acompanhado, tem 2 bilhetes pelo preço de 1. Se for sozinho, ao comprar 1 bilhete de cinema, tem a oferta de 1 menu pequeno de pipocas e bebida. Não há, portanto, desculpa para não aproveitar mais um momento de grande cinema que o Screenings Funchal proporciona.

Este documentário, em formato de animação, arrecadou três nomeações para os Oscars, distinguido como melhor documentário, melhor filme de animação e melhor filme estrangeiro.

A narrativa acontece em voz-off, debatendo-se sobre temas como o desapego do lar, o confronto e a permanência social: “O medo da perda de identidade e a falta de pertença a um lugar, inesperáveis da condição de refugiado, são o leitmotiv do filme”.

Flee – A Fuga conta-nos a história dramática de um refugiado afegão, Amin, pseudónimo do realizador, na passagem da década de 70 para a década de 80, período em que o seu país vive dividido pela intolerância social. O conflito desenvolve-se em torno da sua orientação sexual direcionada à homossexualidade, o que no seu país de origem seria um vocábulo tabu, não havendo uma palavra para a designar. Consequentemente, tem de mudar de nome para se proteger dos traficantes que o trouxeram à Europa.

O documentário segue um estilo biográfico e diarístico, tendo por referência a novela gráfica Persépolis e adequando-se neste caso à questão de género – a condição frágil do refugiado no Médio Oriente. Desta forma, há uma luta para se construir uma personalidade para além do rótulo que o distingue. Para isso terá a ajuda do seu amigo Jonas, a quem o acompanha até à Europa e permite-lhe o esplendor da vida.

A ideia de Flee é espantar pela fatualidade dos acontecimentos, usando a animação para tornar mais acessível a sua visualização, para além de proteger a identidade de reais testemunhos. Desta forma, existe uma espontaneidade em testemunhar com segurança o que se passa. As atrocidades bélicas que vivera a caminho da Europa, assim como a camuflagem de género foram desenvolvidas e solucionadas através da memória e das imagens arquivo. É por esta estética que os críticos o consideram uma das mais interessantes animações em tempo-real a “chegar à exibição comercial”.

Consulta mais informações aqui.

Luís Ferro
ET AL.

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