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A Summer in Iceland

If you find yourself in Iceland during the summer months, you will be spoilt for choice as there are plenty of activities available, helped by the extended daylight hours. After the long, dark nights of the winter, Icelanders look forward to the summer and make the most of the opportunity to spend time with family and friends in the great outdoors. There are no shortage of festivities for you to take part in during this time of year. Independence Day, on 17th of June, is a nationwide celebration. A 17th June party is also around the time when Icelanders might dust off their old barbecues, and serve up some of their famous hot dogs, SS Pylsur. Mid- to late-June is also the time of the summer solstice, which is when you might experience the midnight sun. On a clear night, head out to a western part of the island and watch the sun approaching the horizon before beginning to rise again without fully setting. If you’re not used to sleeping when it’s still light outside, you might need an eye mask! While school children enjoy long holidays, teenagers and adults will typically work for the majority of the summer. However, on the first Monday of August is Verslunarmannahelgi, a long weekend initially intended for the country’s merchants. Today, it’s become part of the summer calendar for everyone. This weekend is packed with events across the country. Many Icelanders try to get away for the weekend, to a sumarbústað [summer house] or on a camping trip. There are also several large open-air festivals, such as Þjóðhátíð, a popular one for young people which takes place annually on Vestmannaeyjar (an island just south of mainland Iceland). For those who want to stay in Reykjavík, there’s a weekend-long festival there too, called Innipúkinn, which might be translated to ‘homebody’. Make sure you visit the open-air pools and thermal baths and then treat yourself to ice cream afterward. Hrafnkatla Students’ Union German Volunteer Project co-financed by: ERASMUS+

Sportswoman

Magdalena Neuner is a German biathlete. She won several heats and three times the overall WorldCup. She has also twice won the gold medal in the Olympics in 2010. Her career started in 2006 and ended in 2012. Neuner was born on February 9th, 1987 in Garmisch-Partenkirchen, a small village next to the border to Austria. She started skiing at a very young age. At the age of 9, she had the opportunity to join a biatheletic trial lesson. Since then, she was fascinated by the sport and continued it successfully for many years. She mastered her first huge competition, the junior WorldCup, at the age of 16 and even won the Gold medal for several times. Finally, at the age of 19, she was a triple world champion and a steady part of the national team. She joined the Olympics 6 times. At the height of her career in 2012, she decided to retire. Nowadays, she is married to Josef Holzer and has two children. Lavinia Haas Students’ Union German Volunteer Project co-financed by: ERASMUS+

Fake news e influência no comportamento das pessoas

Muito poucos ficcionaram até hoje que a terceira guerra mundial seria travada contra a natureza, sem ter como protagonistas principais em conflito, os poderes bélicos clássicos. A ordem mundial relativiza-se e dissolve-se de modo surpreendente perante a pandemia que assola o mundo neste momento. A Covid-19 está a ter custos humanos e económicos gigantescos, uma catástrofe que é uma ameaça de saúde pública e uma emergência económica no presente e no futuro. Sobre o presente e o futuro fala-se 24 horas por dia, mas… e sobre o passado? Discutir os primeiros momentos de progressão do vírus é uma forma de distração política usada por líderes de países onde o surto continua a progredir? Ou é uma forma de xenofobia em relação à China? O regime chinês fez todos os esforços para avisar o mundo do que aí vinha? Foi negligente? Incompetente? Agiu de forma intencional? E se não fez tudo o que podia, é possível prová-lo? Um estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, calculou que ter atuado com medidas restritivas (desde logo nas viagens aéreas) uma semana antes, duas semanas antes ou três semanas antes teria reduzido o contágio internacional em 66%, 86% e 95%, respectivamente. O rigor é aliado da eficácia e todas as questões retóricas terão que um dia ser esclarecidas de forma transparente e fundamentada. Enquanto isso, o encerramento compulsivo de esplanadas, cinemas, cafés, restaurantes e todos os locais públicos não essenciais foi uma inevitabilidade. Os dias que vivemos de isolamento e confinamento aumentam dia para dia, a incerteza do que nos espera. E que ninguém tenha ilusões. A ameaça é bem real. Quando a crise sanitária se transformar numa crise económica e depois numa crise social, será que vai ficar tudo bem? As catástrofes são acontecimentos muito ambivalentes. São uma excelente oportunidade para repensar e mudar alguma coisa, sobretudo se as conseguimos antecipar sem termos de passar por elas. Antecipar o inesperado torna-o menos inesperado e, conhecendo-o, permite responder-lhe melhor. Porém tornam-se também numa oportunidade para agravar desigualdades. Ora, é nesta terrível ambivalência que estamos. Ao lado do medo da próxima catástrofe, inesperada, da morte por um vírus que não conhecíamos, cresce o medo da pós-catástrofe ou, dizendo melhor, da catástrofe do regresso ao esperado que conhecemos das vidas que levamos, mas mais endurecido. A necessidade de fazer frente à recessão, a défices multiplicados, a recuos de uma década de juros de dívidas, dados todos por certos, mistura-se agora com restrições movidas pelo imperativo da saúde, a justificar uma austeridade soberana e impiedosa, sem apelo nem agravo. E, ao mesmo tempo, a compressão de liberdades individuais em contexto de emergência mistura-se com critérios etários, restrições de circulação assimétricas, dirigidas apenas aos mais velhos, de que já se fala e se discute a constitucionalidade. Uma vez adquirido o precedente, é preciso perceber que outros critérios, de género, modo de vida, que uma qualquer racionalidade de meios determine, farão caminho. Este é um quadro distópico, não imaginado, mas apontado como certo. Lê-se até à exaustão que não haverá regresso ao normal e que começará um “novo normal”. Mas, fundamentalmente, o que há de novidade é “apenas” a intensificação do que não é novo. A catástrofe ao serviço da aceleração, da eficiência da extração. A novidade significativa que vamos vivendo angustiadamente não apresenta o novo, o diferente, mas o mesmo reiterado e empedernido como nunca vimos. A economia dita que terminem as medidas que a abrandaram, que aceitemos a condição de existirmos doravante ainda mais como massa colectiva biológica para assim tornar possível continuá-la, cada indivíduo com uma autonomia que não será maior do que a de uma célula. O ultimato que obtém a sujeição voluntária das sociedades, enquanto subsistir vontade democrática (e mesmo individual) é brutal: todas as alternativas serão piores. Mas até que ponto pode esta alternativa ser aceitável? Pode a economia avançada do conhecimento, do terceiro milénio, da sociedade da informação, pós-industrial, etc., valer, afinal, apenas a escolha entre a vida e a servidão voluntária de um país? Se nos conformamos a uma competição de catástrofes, resignamo-nos à degradação da dignidade colectiva, admitimos que a lógica da competição até da catástrofe faça oportunidade. Diante do desastre do capitalismo do desastre, as melhores esperanças são que o desastre natural de uma pandemia viral (mesmo se com razões humanas por detrás) conseguisse estar para o que ameaça seguir-se, socialmente devastador, como Chernobyl foi, no passado, para um regime político. Ricardo Fonseca Aluno da UMa   Post scriptum: Ainda a este propósito, vale a pena ver um filme recente extraordinário: Milagre da cela 7. Está lá tudo. A luta entre a realidade e as aparências. A relação entre os normais e os diferentes. A desproteção dos mais fracos perante o Estado dos fortes. Mas, acima de tudo, o factor humano, aquilo que nos torna únicos e irrepetíveis, capazes da transcendência independentemente dos padrões que nos queiram impor. Será sempre um desafio, de encontrar o equilíbrio do fim ou o fim do equilíbrio que minimizem uma recessão futura.

As torres no coração do Funchal

Uma das maravilhas da cidade do Funchal é o seu bosque de torres que se ergue sobre as águas dos telhados. Muitas ainda são usadas para habitação, trabalho ou armazenamento. Ao subi-las, tiram-nos o fôlego não só pelo número de degraus (que nos deixam de pulmões a arder), como pelo deslumbre da vista, lá em cima, em qualquer direcção. Para os pouco amantes do campo e para todos os curiosos em geral, um excelente sítio a visitar são as torres do centro do Funchal. Estão abertas ao público as que rodeiam a Praça do Município: uma no Colégio dos Jesuítas, outra nos Paços do Concelho e uma terceira no Museu de Arte Sacra. A dos Jesuítas é um dos torreões da fachada da Igreja, cuja subida atravessa uma exposição de arte sacra e fotografias antigas do templo. A da Câmara Municipal albergou a primeira central telefónica da cidade e tem uma vista de 360º sobre o anfiteatro do Funchal. A do Museu, finda uma sucessão de espaços imponentes de altos tectos e intermináveis escadarias, abre para um mirante ao mar revestido a azulejos barrocos dedicados a São Miguel Arcanjo e às três Virtudes Teologais. É um passeio cultural e uma caminhada dentro da cidade. CARLOS DIOGO PEREIRA Alumnus da UMa

Berlin’s Symbol of Unity

The Brandenburg Gate is one of the most important monuments in today’s Berlin with over two hundred years of history. Throughout its existence, it has been often a site for major historical events. Currently, this 18th-century neoclassical monument is considered as a symbol of turbulent German history as well as European unity and peace. The building is located in the western part of the city and it faces Pariser Platz, regarded as one of the city’s most attractive squares. It is the entry to Unter den Linden, the renowned boulevard of linden trees, which led directly to the royal City Palace. It was designed by the German artist Carl Gotthard Langhans and was built from 1788 to 1791. It was damaged in 1945 during II World War and reconstructed from 1956 to 1957. This 26-meters high monument was inspired by the Propylaea in Athens’ Acropolis and is crowned with a 5-meter copper sculpture of Victoria-the Goddess of Victory. The Brandenburg Gate never closes, it is part of memorable events and is a magnet for locals and tourists every day. Jan Röhrleef Students’ Union German Volunteer Project co-financed by ERASMUS+.

Estudar em tempo de pandemia

O Arquivo e Biblioteca da Madeira (ABM), a uma curta distância do Campus Universitário, tem neste grupo de estudantes um dos seus públicos mais fiéis. Em tempo de frequências e exames, mas também durante o ano letivo, são uma presença constante na sala de leitura para pesquisar e aproveitar o espaço para estudar. Eis que, em 2020, chegou um momento inédito na história recente desta instituição. O encerramento de todos os serviços do ABM durante dois meses consecutivos, em virtude da pandemia de COVID-19 que assolou o nosso planeta e decretou o confinamento de milhares de madeirenses no domicílio. Em maio de 2020, o regresso dos leitores ao Arquivo e Biblioteca da Madeira aconteceu, com novas regras. Um novo horário de funcionamento, entre as 10h00 e as 16h00, a redução dos lugares disponíveis para 1/3 da capacidade e a limitação no livre acesso às estantes, colocaram constrangimentos à permanência dos estudantes e ao usufruto dos recursos da biblioteca. Um espaço antes cheio, tem agora leitores de máscara, com distanciamento social, desinfeção obrigatória das mãos e solicitações de rotatividade. Porque assim nos abrigam estes novos tempos. Face a esta realidade, as plataformas de pesquisa de arquivo e biblioteca ganham um novo protagonismo. Mas afinal, o que são estas ferramentas e de que forma podem ser úteis aos alunos? A plataforma de pesquisa de biblioteca permite aceder ao catálogo, com todas as espécies bibliográficas descritas na base de dados PRISMA e que constituem o fundo do ABM. Junta os acervos bibliográficos dos extintos Arquivo Regional da Madeira, Biblioteca Pública Regional e Biblioteca de Culturas Estrangeiras. Integra ainda os fundos bibliográficos disponíveis nas bibliotecas e centros de documentação da Região, no âmbito do projeto cooperativo Catálogo Coletivo Bibliotecas da Madeira (CCBM). A plataforma de pesquisa de arquivos possibilita o acesso à base de dados geral de descrições arquivísticas do ABM e respetivas representações digitais. Agrega informação até aqui dispersa em bases de dados específicas, como as bases de dados de registos de casamentos e batismos, entre outras. Recentemente, foi atualizada com um volume considerável de fotografias, provenientes do riquíssimo acervo do Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s. Pesquisar nas plataformas de arquivo e biblioteca. O acesso às espécies bibliográficas, disponível na página institucional do ABM https://biblioteca-abm.madeira.gov.pt/ permite a pesquisa de monografias por autor, título ou assunto. Nesta fase, incentivamos à reserva dos livros por email, através do nosso serviço de referência: referencia.biblioteca.srtc@madeira.gov.pt ou do telefone 291 708 400. Na plataforma, também é possível consultar os nossos jornais e revistas onde se inclui, por exemplo, a coleção completa do Diário de Notícias do Funchal. Recentemente, foi criado um tutorial para facilitar a exploração do catálogo, disponível tanto na página institucional como no nosso Facebook. Para aceder aos documentos de arquivo, dos quais destacamos fundos municipais que remontam ao séc. XV, fundos paroquiais, arquivos privados ou fundos fotográficos, basta recorrer à plataforma dedicada aos arquivos, em https://abm.madeira.gov.pt/pt/acesso-aos-documentos/arquivos/. Aqui, a pesquisa pode ser simples ou avançada, filtrando por datas, fundos ou coleções ou apenas registos com representações digitais, entre muitos outros parâmetros de pesquisa avançada. Futuramente, retomaremos as formações de utilizadores, dirigidas ao público universitário, nas quais vos indicamos as melhores formas de conhecer e explorar o nosso acervo. Até lá, bom trabalho! Natércia Gouveia Arquivo e Biblioteca da Madeira

Novo ano letivo começa com apoio

Ser embaixadora de um curso que não o meu foi desafiante dado que é um curso novo na UMa. Tentei orientar os colegas e criar uma ligação positiva entre a universidade e o estudante, garantindo a adaptação do mesmo a uma nova realidade. Este programa é importante pois prioriza as necessidades do estudante e esclarece as dúvidas do mesmo. Cátia Rodrigues   Fazer parte do programa é uma mais valia quer para ajudar os novos alunos a conhecerem melhor a universidade e sentirem-se bem recebidos, quer também para o meu desenvolvimento profissional e pessoal. A minha experiência como embaixador tentou co0ntribuir para que os novos alunos fossem mais autônomos e a nível pessoal melhorou as minhas capacidades de comunicação. Fábio Pita O programa Embaixadores, da responsabilidade da Académica da Madeira e com o apoio da Direção Regional da Juventude, prevê que um conjunto de estudantes de anos avançados receba e oriente, nos primeiros dias de aulas, os estudantes recém-chegados à Universidade. Devido às circunstâncias decorrentes da pandemia e da não organização da Receção ao Caloiro, do formato incerto das aulas (à distância ou presenciais) e do maior grau de incerteza, stress e de ansiedade com que chegam os estudantes ao ensino superior e à Universidade da Madeira, os Embaixadores assumiram uma importância extrema. Os estudantes que responderam afirmativamente ao desafio da Académica da Madeira tiveram uma valiosa experiência de trabalho, além de devolver algo à comunidade local e à sua Universidade”. O programa complementa todas as outras ações que foram desenvolvidas quer pelos Conselhos de Curso, quer pelas Tunas quer, ainda, pelo Conselho de Veteranos. Numa época incerta, como a que hoje vivemos, o trabalho conjunto é fundamental”. Este projeto está a ser muito gratificante, pois revejo-me nos meus colegas. Compreendo bem os seus receios e preocupações e é nesse sentido que tenho tentado deixá-los o mais confortáveis possível, explicando o funcionamento do novo ano e da própria Universidade e estando disponível para qualquer esclarecimento. Penso que o nosso papel de Embaixadores, no dia das Matrículas, foi sem dúvida uma mais valia para os novos alunos, uma vez que muitos deles se sentiam perdidos com tudo o estava a acontecer e este foi o seu primeiro contacto com a Universidade. Inês Correia O programa não objetivou ocupar o lugar ou substituir as atividades da praxe, atividades que este ano foram suspensas pela Reitoria da UMa. Os embaixadores intentam ser uma ligação entre a UMa e os estudantes do 1.º ano, dos cursos profissionais e licenciaturas, ajudando naquelas que são as dúvidas e anseios dos primeiros dias de aulas. Com este novo programa da Associação Académica, foi possível acolher os novos alunos na Universidade da Madeira, de um modo que se sintam em casa. Criei um grupo virtual com todos os novos alunos de Engenharia, de forma a esclarecer todas as dúvidas que lhes ocorram acerca do seu curso, da Universidade ou de qualquer outro assunto do Ensino Superior. Ainda está para ser agendada uma visita guiada pelo Campus da Penteada, de forma a conhecer as instalações da UMa. Alex Faria Presidente da Direcção da ACADÉMICA DA MADEIRA

Não deixemos que outra pandemia prospere

Seja ao nível da saúde mental ou física, como no caso da Covid-19, seja em questões ligadas ao género, orientação sexual, origem étnica, religião ou estatuto social, o estigma e a discriminação criam prejuízos para uma sociedade que se quer resiliente. Por este motivo, todos somos chamados a ajudar no combate ao estigma e à discriminação, evitando a propagação de mitos e crenças errados, assentes em preconceitos e estereótipos, provenientes do medo e do desconhecimento. Assim, a procura de conhecimento de qualidade e a reflexão crítica sobre a realidade, não agindo em piloto automático, aceitando as diferenças inter-individuais, constituem o caminho que importa seguir, mas que nos leva a uma viagem desafiante para fora da nossa zona de conforto. O ser humano está geneticamente preparado para responder às ameaças do meio envolvente. Assim, se por um lado somos máquinas de sobrevivência, por outro, somos seres biopsicossociais, determinados pela cultura e aprendizagens. Estas dinâmicas levam-nos a integrar a nossa identidade e a criar um sentido de pertença. No entanto, podem de igual modo criar limites, quando não aceitamos as diferenças do “outro”, considerando-as indesejáveis. É neste contexto que pode surgir o estigma e a discriminação. A discriminação refere-se ao tratamento negativo de uma pessoa/comunidade, por pertencer a um certo grupo. É, pois, o preconceito em forma de ação. Note-se que o preconceito representa um julgamento formado antecipadamente e sem fundamento crítico. Por tudo isto, a discriminação resulta, muitas vezes, na violação dos direitos e liberdades fundamentais, levando à rejeição, segregação e exclusão social. A pandemia da Covid-19 trouxe ao de cima muitas histórias deste tipo, tanto contra pessoas de certas origens étnicas, bem como qualquer pessoa que pudesse ter estado em contato com o vírus, o que acarretou múltiplos custos e perigos acrescidos para o bem-estar individual e social. O medo dos rótulos ou de poder ser percecionado como ameaça por outros, e ser excluído como tal, trouxe risco acrescido de contágio, pela possibilidade da pessoa esconder os seus reais sintomas e/ou adiar a procura de cuidados de saúde. Nesta e noutras situações, a própria pessoa pode chegar a internalizar as ideias estigmatizantes, acreditando que tem menos valor por conta do seu problema de saúde, condição física, escolhas e/ou crenças. Por tudo isto, e porque o conhecimento e a reflexão crítica são os nossos melhores aliados, não nos deixemos afundar em medos irracionais assentes no desconhecimento. Lembremo-nos que o Coronavírus e outros problemas de saúde não discriminam. Não discriminemos nós também, e evitemos assim perigar a nossa saúde e a saúde dos que nos rodeiam, contribuindo para construir uma sociedade mais amadurecida, empática e capaz de superar a adversidade, porque tal como dizia Darwin: “Não é a espécie mais forte ou a mais inteligente que sobrevive. É aquela que é mais adaptável face à mudança.” Luciana Ferreira e Carla Vale Lucas Serviço de Psicologia da UMa

Um pequeno tesouro

Com o desenvolvimento do Programa Eco-Escolas no Politécnico da Universidade da Madeira, iniciado no ano letivo 2018-2019, têm surgindo algumas atividades e medidas que vão contribuindo para que a vivência diária da nossa comunidade académica esteja cada vez mais acompanhada por valores ecológicos, os quais, aos poucos, vão transformando o campus universitário num espaço promotor de literacia e cultura ambiental. Neste contexto, tem vindo a ser promovido um pequeno espaço de frescura, diversidade e vida que reproduz o coração da natureza madeirense no interior do edifício da nossa Universidade. Falo-vos do Jardim de Plantas Indígenas, localizado junto à sala de estudo do piso zero, onde já podemos encontrar sete espécies da flora madeirense, devidamente identificadas e com informação sobre o seu porte, distribuição, família e nome científico. Dos quatro canteiros existentes no local, apenas um está presentemente ocupado pelas plantas nativas, mas no ano letivo que agora se inicia contamos continuar a expandir o jardim para os restantes e, assim, aumentar a diversidade florística ali representada. Um dos principais objetivos deste pequeno projeto é criar proximidade física e emocional entre a Comunidade Académica e a nossa biodiversidade (diversidade de vida). Por isso, a escolha daquele espaço para dinamizar esta atividade não foi um mero acaso, resultando do facto de ser muito frequentado em contextos de descontração, nas pausas das aulas e do estudo. Assim, além do envolvimento em contexto curricular através de algumas disciplinas, perspetiva-se que ocorra um contacto informal, e em contexto social real, proporcionando uma forma mais genuína e eficaz de promover a literacia ambiental relativamente à flora madeirense. Acresce que, devido ao uso frequente do espaço por fumadores e para pequenos lanches, o abandono de lixo no chão e nos canteiros é frequente (entretanto melhorou, mas não está resolvido), acreditando-se que a requalificação e valorização do espaço possa contribuir para minimizar estes comportamentos desleixados. Neste momento, quem visita o jardim encontra um espaço viçoso e verde, agradável, mas não imagina as mãos que ali se empenharam para hoje estar assim, nem tão pouco se apercebe do caminho que foi percorrido. Com o empenho de um grupo de alunos do Curso Técnico Superior Profissional em Agricultura Biológica e das plantas herbáceas e arbustivas cedidas pelo Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza, começou a nascer o novo espaço. O solo estava demasiado raquítico para nutrir as plantas e manter a humidade, mas depois de terem sido trazidas algumas sacas de composto produzido na quinta de São Roque, no Campo Experimental de Agricultura Biológica, o deserto transformou-se em oásis. A pujança e velocidade com que as pequenas plantas se desenvolveram comprovou a importância de aproveitar os resíduos orgânicos para, através da compostagem, fertilizar os solos. Algum tempo depois, com o imprescindível apoio da Associação Académica da Madeira, e a ajuda dos prestáveis carpinteiros da Universidade, foram concebidas e produzidas as placas de identificação, as quais foram associadas às respetivas plantas pelas mãos das alunas e dos alunos de Educação Ambiental do curso em Ciências da Educação. Para a continuação do projeto estão já disponíveis novas espécies cedidas pelo Parque Ecológico do Funchal (Câmara Municipal do Funchal). Contamos contigo para plantá-las, quando chegar o momento, e, desde já, para visitar e usufruir do espaço. Hélder Spínola Coordenador do Programa Eco-Escolas no Politécnico da Universidade da Madeira