Os FATUM, ouvidos em 58 países, anunciam novo videoclipe: “Barco Negro”

Os FATUM, ouvidos em 58 países, anunciam novo videoclipe: “Barco Negro”

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Dia 25 de dezembro os FATUM, o grupo de fados da ACADÉMICA DA MADEIRA, apresenta um novo videoclipe. O grupo acumula quase 100 mil visualizações no You Tube. No Spotify, só em 2022, os FATUM registaram mais de 21 mil faixas ouvidas, com 3 mil utilizadores regulares, em 58 países.
João Freitas, na guitarra de Coimbra, e Júlia Dória, na guitarra clássica, dos FATUM, em atuação na Blandy's Wine Lodge, em novembro de 2022.

Matheus Nunes, músico brasileiro conhecido por Caco Velho, foi um dos mais notáveis sambistas do século XX, tido como a referência de Walt Disney, que conheceu no Rio de Janeiro, para a criação do famoso papagaio Zé Carioca. Este é o homem que criou o popular fado de Amália Rodrigues, “Barco Negro”, cujo videoclipe será apresentado pelos FATUM a 25 de dezembro.

O grupo acumula quase 100 mil visualizações no You Tube

O compasso que sustenta a música, é um ritmo africano de uma ginga brasileira que Caco Velho compôs para o poema Mãe Preta de Piratini (Antônio Amabile), sobre uma ama negra que “embalava o filho branco do senhor”, “enquanto a chibata batia no seu amor”. A música teve várias adaptações internacionais, muitas a contragosto de Caco Velho, porque a desvirtuavam. Em Portugal, Mãe Preta original foi gravada pelo Duo Ouro Negro, mas só depois do sucesso de Barco Negro.

Os FATUM, no Spotify, registaram mais de 21 mil faixas ouvidas, com 3 mil utilizadores regulares, em 58 países.

Foi numa digressão no Brasil, que Amália ouviu a canção e, com o acordo de Caco Velho, o poeta David de Jesus Mourão-Ferreira escreveu uma nova letra, mais ao gosto do Fado. A ama escrava deu lugar à mulher do pescador que, à beira da loucura, sofre o desaparecimento do amado no mar, a bordo de um Barco Negro. O fado foi gravado na Holanda, pela Columbia, em 1954, atribuindo autoria a Caco Velho, a Piratini e a D. J. Ferreira, num disco de Amália Rodrigues, com “acompanhamento de guitarras” e “cantado em português”, como indicava na língua francesa o LP.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Pedro Pessoa.

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