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Investigação: Apresentação e análise dos dados

Terminada a fase da recolha dos dados, segue-se a sua apresentação e interpretação à luz das questões de investigação ou das hipóteses formuladas.

Segundo Reis (2010), a análise dos dados é o processo sistemático de pesquisa e de organização de transcrições de entrevistas ou de outros instrumentos de recolha de dados, com o objetivo de aumentar a compreensão desses materiais e de permitir apresentar o que se conseguiu com o trabalho de investigação (p. 114).

Consiste, de igual modo, em categorizar e examinar esses dados de acordo com os objetivos e hipóteses previamente formulados.

Atente-se que se devem comunicar os resultados que têm relação direta com as questões de investigação ou as hipóteses.

De acordo com o tipo de estudo, os resultados dizem respeito tanto à descrição das variáveis e das suas relações, como à confirmação ou rejeição das hipóteses que foram testadas, com a ajuda de análises estatísticas.

Na análise descritiva dos dados, o investigador indica as características comuns dos sujeitos que constituem a amostra. Na análise inferencial, o investigador verifica hipóteses de associação ou de causalidade, com a ajuda de testes estatísticos, a fim de determinar a natureza das relações entre variáveis ou a significação das diferenças observadas entre os grupos em situações controladas.

Neste contexto, a análise dos resultados consiste em examinar de perto o conjunto dos resultados e em extrair o essencial de forma a abrir a via da interpretação. Na análise descritiva, consideram-se os dados que permitem caracterizar a amostra e estes são avaliados com a ajuda de medidas de tendência central e de dispersão. No que concerne às análises inferenciais, que tratam exclusivamente de verificação de hipóteses, consideram-se os diferentes teste estatísticos (correlação r, teste t de Student, análise da variância, etc.) utilizados para a verificação e os resultados que daí decorrem.

A interpretação dos resultados é frequentemente considerada uma etapa difícil pelo facto de exigir um grande esforço de reflexão, o que pressupõe um exame crítico do conjunto do processo de investigação. O investigador analisa e interpreta os resultados situando-os no contexto do estudo e confrontando-os com os de outros trabalhos já publicados. Faz emergir as ligações entre resultados obtidos e as questões de investigação, ou as hipóteses formuladas.

Em síntese, a análise envolve o estudo dos dados, a sua organização, divisão em unidades manipuláveis, síntese, procura de padrões, descoberta de aspetos importantes e do que deve ser aprendido e a decisão sobre o que vai ser transmitido aos outros.

Referências e sugestões de leitura
Reis, F. (2010). Como elaborar uma dissertação de mestrado. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas.
Fortin, M. (2003). O processo de investigação: Da concepção à realização. Lisboa: Lusociência (pp. 329-338).

António Bento
Professor da UMa

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