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Quando a timidez nos trava

“Nunca fui muito conversador. Sinto-me incapaz de dizer algo significativo. Quando sou apresentado a alguém ou tenho oportunidade de expressar as minhas opiniões, sinto-me muito ansioso e preocupado com o que vão pensar de mim. Gosto de estar com pessoas extrovertidas porque as deixo controlar a conversa.”

Já se sentiu alguma vez assim? O que pode estar na origem destes sentimentos?

Provavelmente, a razão mais comum é a timidez. A timidez é caraterizada por grandes níveis de desconforto, ansiedade, inibição social e dificuldade em expressar as suas ideias e em interagir ativamente num grupo. Todos nós já experienciámos níveis mais ou menos elevados de timidez, principalmente em situações de avaliação ou julgamento social. Existem pessoas que tipicamente se apresentam mais tímidas que outras, com traços de personalidade mais reservados.

A tendência de ser tímido não é necessariamente prejudicial, sendo até mais fácil lidar com uma pessoa tímida do que com alguém que se apresente dominador ou agressivo. Além disso, as pessoas que se consideram mais tímidas são geralmente aquelas que numa conversa têm menos dificuldade em dar espaço e ouvir os outros, e as pessoas, em geral, apreciam bons ouvintes

Contudo, ser demasiado tímido ou prolongar a timidez em todas as situações sociais poderá constituir um problema, empurrando para um ciclo de isolamento. Esta condição pode ser agravada pela utilização da tecnologia como escapatória para determinadas situações, privilegiando o envio de e-mails ou mensagens de texto em detrimento da conversação face a face.
Que estratégias poderão ser úteis nestas situações de timidez extrema?

Em primeiro lugar, é necessário reavaliar a forma como se encara a si mesmo. Não estará constantemente a rebaixar-se e a dizer a si próprio que os outros não vão gostar de si ou que não tem nada de valor a dizer? Estes pensamentos levam a sentimentos negativos e impedem-no de se relacionar com os outros de uma forma descontraída e extrovertida. Encontre aspetos positivos em si e procure razões para que outras pessoas queiram relacionar-se consigo.

Mantenha o sentido de humor. É embaraçoso “meter os pés pelas mãos”, mas aprender a relaxar e a rir de si mesmo nestas situações incómodas pode ajudar.

Seja sincero com os outros. Não necessita esconder os seus medos. Os seus amigos e família são aqueles que melhor o conhecem, por isso comece com eles. Expressar a dificuldade que sente em se relacionar com os outros pode ser um primeiro passo para iniciar uma interação agradável, na medida em que as pessoas farão o possível para deixá-lo mais à vontade no diálogo, ganhando assim maior confiança nas suas competências relacionais.

Procure grupos e locais que favoreçam a sua participação. Em vez de evitar o contato social, procure situações em que a sua participação seja importante e em que tenha sucesso. Se o grupo em que se encontra é debilitante para si e não promove o seu envolvimento, procure pessoas que conheça e que poderão ser um apoio à sua integração.

Serviço de Consulta Psicológica da UMa

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