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Alimentação mediterrânica: tradição, saúde e sustentabilidade

São muitos os padrões alimentares tradicionais que são transmitidos ao longo de gerações e que refletem inúmeros aspectos culturais. Contudo, há que destacar o PADRÃO ALIMENTAR MEDITERRÂNICO, que face aos seus grandes benefícios na saúde, nomeadamente na proteção cardiovascular e na prevenção de vários tipos de cancro, é considerado um dos padrões alimentares mais saudáveis. Para além disso, com este tipo de alimentação, conseguimos obter um equilíbrio entre as necessidades nutricionais e as capacidades do meio ambiente, devido à biodiversidade, sazonalidade, acessibilidade local, associada à elevada presença de produtos vegetais em detrimento de produtos de origem animal. Assim, há que privilegiar certas práticas alimentares: · Consumir alimentos de origem vegetal, que sejam produzidos localmente, frescos e da época; · Consumir frequentemente hortofrutícolas, pão de cereais pouco refinados, leguminosas e frutos oleaginosos; · Utilizar o azeite como principal fonte de gordura; · Consumir frequentemente peixe; · Evitar o consumo de carnes vermelhas; · Evitar o consumo de carnes vermelhas; · Consumir lacticínios de forma moderada; · Cozinhar de forma simples, recorrendo às sopas, aos cozidos e às caldeiradas; · Utilizar as ervas aromáticas para temperar em detrimento do sal; · Privilegiar a “convivialidade à volta da mesa”. Bruno Sousa Nutricionista

Ambiente. Já não há desculpas!

É o tema do momento. O alerta é geral. Ninguém fica indiferente. Mas isso não basta, é urgente agir, contribuir, mudar hábitos e dar o exemplo. O Planeta já não suporta tanta pressão, está a entrar num caminho sem retorno, a entrar em rutura. Cada um de nós sente o apelo, queremos ajudar, reduzir a nossa pegada ecológica, construir uma sociedade melhor. Por vezes ficamos confusos, sem saber o que fazer, pois há tanto para mudar e a sociedade em que vivemos nem sempre ajuda. Então comecemos por nós próprios, mudemos pequenos hábitos, sejamos um exemplo para quem nos rodeia. Vamos agir. O Programa Eco-Escolas que está a ser desenvolvido na Universidade da Madeira, numa parceria com a Associação Académica, tem sido um aliado no que à educação ambiental diz respeito. Não basta saber o que temos que fazer. É importante sabermos como, mas mais importante ainda é fazê-lo. Na UMa, e por ora, o nosso comportamento pode ser um pequeno passo no longo caminho a percorrer. Senão vejamos: Bebe água da nossa fonte A Associação Académica instalou, no corredor do piso zero, junto à sala de estudo, uma fonte de água fresca e filtrada proveniente da rede pública. Evita que compres garrafas de água (de plástico) e, caso prefiras, podes sempre utilizar este recurso para beberes o teu chá ou café soluvel. A fonte tem igualmente a opção de água quente. Se usares a tua garrafa ou caneca estás a consumir a quantidade de água que o teu organismo precisa e não poluis o ambiente (e sem custos financeiros para ti). Envia-nos uma mensagem (hspinola@uma.pt) e oferecemos-te uma. Já não há desculpas. Usa um lenço de pano Faz-nos lembrar os tempos dos nossos bisavós mas a utilização do lenço de pano, tal como muitos outros hábitos que outrora eram perpetuados, são muito mais ecológicos e fazem a diferença. Nas casas de banho da Universidade da Madeira o método disponível para limpar as mãos são as toalhitas de papel. Apesar de serem em papel reciclado, há dias em que constituem mais de um terço de todo o lixo produzido no edifício principal da UMa. Seguindo as instruções existentes no dispensador é possível enxugar as mãos com apenas uma toalhita. Mas podes fazer ainda mais, podes abdicar do seu uso, completamente. Como?! Usa um dos nossos lenços de pano. Oferecemos-to, não há desculpas. Beatas no chão?! Claro que não! As beatas de cigarro são um dos tipos de lixo mais comuns nos oceanos… mas não só, também na Universidade da Madeira, nos espaços frequentados por fumadores. Se ainda não conseguiste deixar de fumar, faz-te acompanhar por um dos nossos cinzeiros individuais, é oferecido e não é maior que um isqueiro, não há desculpas. Um bom café é num copo reutilizável Muitos de nós têm o hábito diário de tomar café o que, quando em copos descartáveis, produz muito lixo. Na Universidade da Madeira temos máquinas de venda automática que já substituíram os copos de plástico por papel, mas que não são recicláveis (estão sujos e possuem uma película impermeabilizante, pelo que devem ser colocados no lixo geral), podendo representar, em alguns dias, perto de 20% do lixo no edifício principal. Para incentivar o uso de copos ou chávenas reutilizáveis, o café na máquina fica mais barato se escolher a opção ‘sem copo’. Além disso há uma pequena pia junto à fonte de água, no piso zero, para lavar o copo … e, adivinha, quem tem copos de vidro para oferecer aos interessados… claro, nós, basta enviar uma mensagem. Além disso há uma pequena pia junto à fonte de água, no piso zero, para lavar o copo. Como vês, não há desculpas. Hélder Spínola Coordenador do Programa Eco-Escola do Politécnico da UMa

450 anos da fundação do Colégio dos Jesuítas do Funchal

Fundado há 450 anos pelo rei D. Sebastião, o colégio, a igreja e o seu edifício fazem parte integrante do quotidiano madeirense e são o retrato vivo de 4 séculos e meio de anos da História da Região. Assinalando o aniversário, a esposição foi inserida no programa do Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, sendo uma parceria do Museu de Arte Sacra do Funchal e da Associação Académica da Universidade da Madeira, envolvendo entidades regionais, religiosas, militares e particulares ligadas ao património. Tendo passado pelo edifício diversas instituições, mas onde o ensino e a edução tiveram sempre um especial papel, a exposição repartiu-se por diversos núcleos, com especial enfoque na História e na vida Companhia de Jesus, no sentido da sua universalidade no ensino, edução, espiritualidade e artes plásticas. Extinta a Companhia, no edifício ainda veio a funcionar uma Aula Militar e, depois, o Seminário Diocesano. A situação veio a mudar radicalmente com as ocupações militares inglesas dos inícios do século XIX, quando o edifício foi utilizado como aquartelamento militar daquelas forças, utilização que se manteve depois ao longo de mais de 150 anos por forças nacionais. No então Quartel do Colégio passaram a ser formadas e mobilizadas as forças de defesa do império ultramarino português, primeiro para o Estado Português da Índia e, depois, para os quadros de guerra de Angola, Guiné e Moçambique, calculando-se que 20.000 jovens militares madeirenses tenham sido mobilizados até 1974. Com a passagem do Batalhão para São Martinho, o edifício foi ocupado pela Escola Preparatória João Gonçalves Zarco, tal como depois, das escolas e institutos da Universidade da Madeira e, em 1988, a Reitoria. Com a passagem dos então departamentos da universidade para a Penteada, em 1991, passou o edifício a sede da Reitoria e os pisos térreo e superior da ala virada à Praça do Município, para a instalação da delegação da Universidade Católica. Com as obras de reabilitação do antigo Pátio dos Estudantes e abertura à antiga Rua do Estudo, hoje Rua dos Ferreiros, o antigo Colégio, de certa forma, passou a funcionar como uma “sala de receção” para as visitas de Estado à Região. Em novembro de 2011, também a Associação Académica da Universidade da Madeira começou o projeto Gaudeamus – Loja Académica – que num curto espaço de tempo se ampliou a uma série de projetos culturais, genericamente denominada por Madeiran Heritage, a partir deste espaço, com uma série de visitas guiadas na parte baixa do Funchal, History Tellers, em várias línguas, lançando mão dos inúmeros estudantes Erasmus da Universidade. Rui Carita Professor da UMa

A importância do escrutínio de todas as gerações

O nosso país tem tudo para ser apetecível. Somos dos países mais seguros da europa, temos uma gastronomia singular e um clima de fazer inveja a muitos outros por essa Europa fora. Contudo, estas características são cada vez mais manchadas pela falta de idoneidade e de transparência da nossa classe política. Torna-se evidente, a cada ato eleitoral, um desinteresse e um afastamento dos eleitores acerca das decisões do nosso país, com maior enfâse dos nossos jovens. Resultado? Uma enorme taxa de abstenção tendo chegado aos 51% nas últimas legislativas. Estes dados espelham a decadência em que está mergulhado o nosso sistema político, num país onde se privilegia a “chico espertice”. As promessas das campanhas eleitorais não passam disso mesmo, promessas, a honestidade é aniquilada pela ambição desmedida, a transparência vira opacidade, que semeia o vírus da descrença e indiferença em todos nós que, diariamente somos blindados com noticiários, sempre sobre o mesmo tema, a corrupção. Depois de José Sócrates e Ricardo Salgado, surge Isabel dos Santos, entre tantos e tantos outros. Perante este status-quo, é perfeitamente plausível que nós jovens, não queiramos pactuar com este compadrio e aldrabices. Todavia, a solução não pode ser ignorar, desligar e fingir que nada se passa. Cabe-nos a nós questionar, cabe-nos a nós colocar em causa tudo isto. Não é concebível que um chamado “hacker”, como Rui Pinto esteja em prisão preventiva tudo porque conseguiu reunir um conjunto de documentação que coloca em causa o nosso sistema. A nossa justiça tem de funcionar, porém não é isso que acontece. Temos uma justiça forte com os fracos e fraca com os poderosos que continuam a minar, a corromper e a esvaziar os cofres do nosso país. Mas isso depende de nós e da nossa articipação activa na sociedade. Queremos mudar? Temos que votar, temos que lutar. Portugal precisa de jovens ativos, irreverentes, atentos, preocupados e vigilantes. A mudança, essa, acontece em cada um de nós. Fiquem atentos e não se deixem manipular! Emanuel Camacho Aluno da UMa

Ambiente: já não há desculpas!

É o tema do momento. O alerta é geral. Ninguém fica indiferente. Mas isso não basta, é urgente agir, contribuir, mudar hábitos e dar o exemplo. O Planeta já não suporta tanta pressão, está a entrar num caminho sem retorno, a entrar em rutura. Cada um de nós sente o apelo, queremos ajudar, reduzir a nossa pegada ecológica, construir uma sociedade melhor. Por vezes ficamos confusos, sem saber o que fazer, pois há tanto para mudar e a sociedade em que vivemos nem sempre ajuda. Então comecemos por nós próprios, mudemos pequenos hábitos, sejamos um exemplo para quem nos rodeia. Vamos agir. O Programa Eco-Escolas que está a ser desenvolvido na Universidade da Madeira, numa parceria com a Associação Académica, tem sido um aliado no que à educação ambiental diz respeito. Não basta saber o que temos que fazer. É importante sabermos como, mas mais importante ainda é fazê-lo. Na UMa, e por ora, o nosso comportamento pode ser um pequeno passo no longo caminho a percorrer. Senão vejamos: Bebe água da nossa fonte A Associação Académica instalou, no corredor do piso zero, junto à sala de estudo, uma fonte de água fresca e filtrada proveniente da rede pública. Evita que compres garrafas de água (de plástico) e, caso prefiras, podes sempre utilizar este recurso para beberes o teu chá ou café soluvel. A fonte tem igualmente a opção de água quente. Se usares a tua garrafa ou caneca estás a consumir a quantidade de água que o teu organismo precisa e não poluis o ambiente (e sem custos financeiros para ti). Envia-nos uma mensagem (hspinola@uma.pt) e oferecemos-te uma. Já não há desculpas. Usa um lenço de pano Faz-nos lembrar os tempos dos nossos bisavós mas a utilização do lenço de pano, tal como muitos outros hábitos que outrora eram perpetuados, são muito mais ecológicos e fazem a diferença. Nas casas de banho da Universidade da Madeira o método disponível para limpar as mãos são as toalhitas de papel. Apesar de serem em papel reciclado, há dias em que constituem mais de um terço de todo o lixo produzido no edifício principal da UMa. Seguindo as instruções existentes no dispensador é possível enxugar as mãos com apenas uma toalhita. Mas podes fazer ainda mais, podes abdicar do seu uso, completamente. Como?! Usa um dos nossos lenços de pano. Oferecemos-to, não há desculpas. Beatas no chão?! Claro que não! As beatas de cigarro são um dos tipos de lixo mais comuns nos oceanos… mas não só, também na Universidade da Madeira, nos espaços frequentados por fumadores. Se ainda não conseguiste deixar de fumar, faz-te acompanhar por um dos nossos cinzeiros individuais, é oferecido e não é maior que um isqueiro, não há desculpas. Um bom café é num copo reutilizável Muitos de nós têm o hábito diário de tomar café o que, quando em copos descartáveis, produz muito lixo. Na Universidade da Madeira temos máquinas de venda automática que já substituíram os copos de plástico por papel, mas que não são recicláveis (estão sujos e possuem uma película impermeabilizante, pelo que devem ser colocados no lixo geral), podendo representar, em alguns dias, perto de 20% do lixo no edifício principal. Para incentivar o uso de copos ou chávenas reutilizáveis, o café na máquina fica mais barato se escolher a opção ‘sem copo’. Além disso há uma pequena pia junto à fonte de água, no piso zero, para lavar o copo … e, adivinha, quem tem copos de vidro para oferecer aos interessados… claro, nós, basta enviar uma mensagem. Além disso há uma pequena pia junto à fonte de água, no piso zero, para lavar o copo. Como vês, não há desculpas. Hélder Spínola Coordenador do Programa Eco-Escola do Politécnico da UMa

Inquérito às Dificuldades dos Estudantes

Com o objectivo de garantir a defesa dos interesses e necessidades dos alunos da nossa Academia, a ACADÉMICA DA MADEIRA implementou, novamente, o Inquérito às Dificuldades dos Estudantes da UMa, dando assim continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, desde 2012. Bolsas de Estudo Ano após ano, as estatísticas da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) têm demonstrado que a Universidade da Madeira possui uma das mais elevadas taxas de alunos bolseiros em todo o País. 2018-2019 manteve a tendência, com 40% dos alunos a beneficiar de Acção Social Directa. Mais surpreendente será a percentagem de alunos bolseiros contemplados com o valor mínimo da Bolsa de Estudo, que, de acordo com os dados recolhidos, ascende aos 57%, bastante superior à média nacional que se cifra nos 40%. Este é um indicador preocupante pois significa que 57% dos alunos beneficiários de Acção Social Directa vive em agregados com rendimentos anuais iguais ou inferiores a 4717.90 €, muito abaixo do valor anual do Limiar de Risco de Pobreza (actualmente definido como 5607.00 €). Outros apoios à frequência do Ensino Superior Uma das questões inéditas na edição de 2019 do Inquérito às Dificuldades tinha como objectivo saber se os inquiridos se candidataram a mais algum apoio além da Bolsa de Estudo da DGES. Como apresentado na figura 2, 61% dos inquiridos procuram, de forma activa, outros apoios financeiros para a frequência do Ensino Superior, o que é um reflexo da situação económica desfavorável da maioria dos estudantes da Universidade da Madeira. Com 9 dos 11 municípios da Região Autónoma da Madeira a disponibilizarem bolsa de estudo para os seus residentes, é normal que seja este o tipo de apoios complementar mais procurado pelos inquiridos. Transportes Públicos Desde 2016-2017 que uma das perguntas do inquérito tem como intuito saber qual é o meio de transporte preferencial dos estudantes da UMa. A entrada em vigor do Passe Sub-23, em Maio de 2018, foi muito importante para a comunidade estudantil da UMa, como apresentado na figura 3. O facto de 87% dos utilizadores de transporte público indicar que beneficia do Passe Sub-23 é comprovativo do quão importante foi a implementação desta medida. Dificuldades Económicas Novamente, os inquiridos foram questionados se sentiram dificuldades económicas no corrente ano lectivo. As respostas obtidas indicam que 41% dos bolseiros e 30% dos não bolseiros admitem ter experimentado constrangimentos de ordem financeira em 2018-2019, o que é uma melhoria face aos anos anteriores. Pese a evolução positiva, retratada na figura 4, é preocupante que 4 em cada 10 alunos bolseiros continuem a assumir dificuldades económicas, mesmo com a: · Entrada em vigor do Passe Sub-23 e de novas tarifas de transporte público; · Existência de vários apoios e bolsas complementares; · Implementação de um serviço autónomo de cópias, impressões e digitalizações a preços mais vantajosos; · Reposição do salário dos trabalhadores da administração pública. Esta situação demonstra a importância da existência de um órgão que acompanhe todo o percurso académico, de forma a identificar os casos mais complicados e agir em conformidade de forma célere e eficaz. É com esse objectivo que nasce, assim, o Observatório da Vida Estudantil dos alunos da UMa (OVE-UMa), que terá como missão desenvolver actividades que permitam conhecer o contexto sócio-demográfico dos estudantes da nossa Academia e dinamizar esforços no sentido de prevenir a possibilidade de abandono e/ou desistência, consequentemente maximizando o sucesso académico. Ricardo Martins ACADÉMICA DA MADEIRA

Trabalhar vs. Estudar: como ser adaptável?

“Da mesma forma que tive que me adaptar ao ensino superior, aos professores e aos horários de estudo intensivo, tenho que me adaptar a tudo o que aquele trabalho me irá trazer.” Deixar um trabalho para estudar é uma experiência que dói, na mente e no bolso, mas o meu gosto pelo trabalho permaneceu muito. Por isso tornei-me trabalhadora-estudante e há três anos que sou lojista. O facto de me ter sujeitado a esta mudança fez com que, hoje, valorize o ser adaptável e considere a importância que isto tem nas minhas escolhas de curto a longo prazo. As primeiras duas semanas no meu primeiro emprego não foram fáceis, mas eu tinha de me adaptar a isso se queria ser uma trabalhadora destacada pela positiva. A importância de nunca perder o foco e ser, essencialmente, resiliente é tão grande que não se faz justiça ao escrever. Em cada experiência de trabalho que eu vivo conheço cada vez mais pessoas com ambições diferentes das minhas, mas com duas coisas em comum; nenhuma delas nasceu ensinada e todos eles começaram do zero com um currículo vazio como era o meu. Existem, também, algumas questões que podemos já trazer connosco que são trabalhadas juntamente com esta adaptabilidade que temos com o trabalho. Questões de controlo de ansiedade e insegurança podem muitas vezes tentar bloquear a nossa capacidade de socialização, se não as trabalharmos. Também tive, e tenho, ansiedade num trabalho, seja quanto ao meu horário, ao meu chefe ou aos meus colegas. Mas, ao final do mês, a sensação de dever cumprido é gratificante se soubermos delimitar o nosso ser profissional do nosso ser emotivo. Uma das características de um trabalhador destacado e de sucesso é precisamente o saber colocar as suas aptidões e conhecimento em prática, ao mais alto nível, enquanto as suas emoções mais frágeis são controladas. Ao longo do tempo em que vamos praticando este exercício o trabalho torna-se mais simples e habituamo-nos a ele, passando a rotina. Apesar do meu tempo como trabalhadora ser curto ainda, sinto que o meu crescimento foi crucial para a maneira como encaro a vida académica, sendo trabalhadora-estudante. Eu escolhi fazer trabalhos diferentes a cada ano que passa, até encontrar aquele que me vai realizar a longo prazo em função da minha licenciatura. Assim, quando estou prestes a começar um novo trabalho faço um exercício comigo mesma com base no primeiro ano do meu curso. Da mesma forma que tive que me adaptar ao ensino superior, aos professores e aos horários de estudo intensivo, tenho que me adaptar a tudo o que aquele trabalho me irá trazer. São ensinamentos que eu mesma concluí ao longo deste tempo de constante adaptação e é crucial, nos tempos que correm, estarmos preparados para uma mudança cada vez mais urgente e até prematura. O mercado de trabalho está constantemente a evoluir e, se eu já estiver previamente preparada com alguma capacidade de adaptabilidade, o meu percurso será mais ágil em função daquilo que me tornei. Para concluir, vou inserir aqui só mais um pouco do meu percurso laboral e em como me estou cada vez mais a tornar adaptável e resiliente. Sempre fiz tudo em horários diferentes, com vencimentos muito distintos e com métodos de trabalho incomparáveis. A experiência de um levou-me ao outro e os ensinamentos desse outro levaram-me ao próximo. Este ciclo levou-me a variar muito os meus locais de trabalho e a desenvolver a minha adaptabilidade a este mundo. Por incrível que pareça, e assim termino, dei por mim a tirar cafés e a servi-los à mesa. Isto levou-me a trabalhar em muitos eventos turísticos da região que hoje é o que mais me orgulho de fazer. Sempre que se lembrarem, dentro dos possíveis, não tenham medo de tirar cafés e servi-los. Sejam resilientes, adaptáveis. Nunca sabemos que portas nos serão abertas. Laura Antunes Estudante da UMa

Um novo curso, novos desafios

“Inserida numa região turística por excelência, a Universidade da Madeira abriu, recentemente, uma nova licenciatura vocacionada para esta área económica, Direcção e Gestão Hoteleira.” Apreciando o primeiro ano de funcionamento deste curso, colocámos algumas questões à sua Directora, Rossana Santos, que seguidamente transcrevemos. Como avalia o 1.º ano do curso de Direcção e Gestão Hoteleira? O ano letivo 2018-19 foi o primeiro ano do funcionamento do primeiro curso de Direção e Gestão Hoteleira da Universidade da Madeira. Assim sendo, foi um marco importante na história da hotelaria em Portugal e na Região Autónoma da Madeira (RAM). A Reitoria da UMa está de parabéns por ter lançado a primeira pedra de um projeto crucial para o turismo na região. Sendo a RAM uma região de tradição hoteleira, o primeiro ano do curso de Direção e Gestão Hoteleira foi o primeiro passo para a conciliação entre o profissionalismo e simpatia do capital humano e o conhecimento. Os protagonistas deste curso – alunos e corpo docente – tiveram um papel fundamental para que o primeiro ano tivesse sido possível e com níveis satisfatórios de aproveitamento. Qual a resposta do sector do turismo com a abertura de um curso tão esperado? A resposta tem sido muito positiva, quer da parte dos organismos oficiais do turismo, quer da parte das empresas turísticas. A comunidade residente, em geral, tem sido a que mais interesse tem manifestado através da procura ativa de informações sobre o curso na universidade e em exposições. Como comenta os problemas relacionados com o excesso de carga horária dos alunos que, em alguns períodos, ultrapassou as 30 horas semanais? Qualquer projeto que inicia enfrenta desafios. Foi graças à colaboração dos nossos alunos e corpo docente que os conseguimos ultrapassar. Neste momento, ainda contamos com a colaboração de 2 professores externos da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril e as aulas práticas são lecionadas na Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira e em outras empresas com as quais a universidade tem protocolos de colaboração. Assim sendo, inevitavelmente, os horários têm de ser definidos em concordância. Quais foram as principais queixas que chegaram à direcção de curso neste primeiro ano? A sobrecarga horária em determinados períodos, do segundo semestre, para que a concretização das aulas práticas fosse possível. Houve pontualmente outras questões, mas que não deixam de ser transversais a outros cursos e realidades do ensino superior em geral. Como gostaria de ver o curso dentro de 10 anos? Gostaria que daqui a 10 anos o curso também fosse ministrado por doutorados em áreas de necessidade a nível internacional, nomeadamente em Hotelaria, Cozinha e Restauração, e num novo hotel de aplicação na RAM.

Plágio da UMa?

Em 2019, a Universidade da Madeira celebra 10 anos da introdução do sistema de detecção de plágios. O sistema, em teoria, permite mais segurança em todo o processo de verificação de fraude académica. Pode, por exemplo, evitar que um aluno seja surpreendido, anos mais tarde e em funções governamentais, com acusações de plágio em algum trabalho do passado. O problema é quando a Universidade corre o risco de ser acusada de plágio nos seus documentos, ao exemplo de alguns programas eleitorais deste ano, que foram alvo do “copiar e colar” descuidado.

Primeira exposição LGBTQ faz estreia na Ilha da Madeira

A busca de espaços inclusivos pela comunidade LGBTQ também ocorre no mundo das artes, onde, em Portugal, os tópicos da discriminação e suas dificuldades diárias não ocorrem tanto quanto no espaço digital. Nesta situação surgiu o coletivo artQUEERis, que traz pela primeira vez uma exposição de arte feita apenas por pessoas LGBTQ na Ilha da Madeira. Trazendo diversos artistas, locais e estrangeiros, o coletivo quis romper com os padrões heteronormativos ao mesmo tempo que critica a opressão e os comportamentos da sociedade. “Devido aos ideais religiosos ou a falta de conhecimento seguimos caminhos que podem não nos representar” declarou Luiz de Jesus, pintor madeirense que expôs três obras distintas no evento. Ainda assim, alguns artistas optaram por seguir ideais mais pessoais. “Nada é infiel àquilo em que creio e que sinto.” Define Francisco Mata, que em sua série fotográfica expôs a sua visão a temas pessoais vividos. Com diversos tópicos, artistas e formas distintas de arte, a exposição 100Normas trouxe conteúdo diversificado e até curiosos para seus espetadores, que puderam esperar desde desenhos em cartoon até poesia em peças de casas abandonadas. A exposição teve início no dia 4 de outubro e permaneceu durante todo o mês, no Caravel Art Center, no Funchal. Tendo apoio da ALLUMa, Núcleo LGBTQ da UMa, e do Madeira Pride, a exposição abriu as comemorações do Mês do Orgulho na Ilha da Madeira. Eduardo Morais e Filipe Eannes ACADÉMICA DA MADEIRA