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76% dos jovens acreditam ter sido expostos a desinformação nos últimos sete dias

76% dos jovens acreditam ter sido expostos a desinformação nos últimos sete dias

O inquérito Eurobarómetro 2024 revela que os jovens europeus estão mais preocupados com o custo de vida, o ambiente e a desinformação, enquanto as redes sociais se tornam a principal fonte de notícias.

O mais recente inquérito Eurobarómetro dirigido a jovens europeus destaca que o custo de vida e as alterações climáticas estão entre as principais preocupações desta geração. A sondagem, conduzida pelo Parlamento Europeu junto de cidadãos dos 16 aos 30 anos, demonstra ainda que as redes sociais ultrapassaram a televisão como a principal fonte de informação sobre questões políticas e sociais. Além disso, revela uma elevada perceção do problema da desinformação digital.

A inflação e o aumento do custo de vida são indicados por 40% dos inquiridos como as questões mais prementes, seguidos pelas preocupações ambientais, assinaladas por um terço dos jovens. Em terceiro lugar, com 31% das respostas, surge a situação económica e a criação de emprego. A segurança e defesa ocupam um lugar de maior destaque nos países do Leste da Europa, sendo a principal prioridade para os jovens da República Checa, Polónia e Estónia.

No que toca às fontes de informação, 42% dos jovens referem as redes sociais como o meio mais utilizado para se manterem informados, enquanto 39% ainda recorrem à televisão. Entre os mais novos (16-18 anos), a confiança nas redes sociais é superior (45%), ao passo que a faixa etária dos 25-30 anos apresenta uma maior preferência por plataformas noticiosas online e rádio. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sublinhou a importância de os decisores políticos estarem atentos a estas tendências para combater a propagação de desinformação.

O inquérito revela que 76% dos jovens acreditam ter sido expostos a desinformação nos últimos sete dias. Além disso, 70% consideram-se aptos para identificar conteúdos falsos. No entanto, existem variações significativas entre países. Em Malta, Hungria e Grécia, mais de metade dos inquiridos afirmam ser frequentemente expostos a notícias falsas, enquanto na Roménia e na Bulgária a percentagem de jovens que dizem nunca ter sido afetados por desinformação é mais elevada.

O Instagram e o TikTok lideram como plataformas utilizadas para o consumo de notícias políticas e sociais, sendo mencionados por 47% e 39% dos jovens, respetivamente. Em contrapartida, o X (antigo Twitter) tem uma adesão significativamente menor, com apenas 21% de utilizadores. O estudo demonstra que a forma como os jovens acedem à informação está a transformar-se rapidamente, colocando desafios acrescidos à literacia mediática e à regulação do espaço digital.

As conclusões deste Eurobarómetro serão tidas em conta no European Youth Event 2025 (EYE2025), que decorrerá em junho, em Estrasburgo. O evento reunirá milhares de jovens de toda a União Europeia para debater políticas e apresentar propostas concretas para o futuro da Europa. O período de inscrições decorre até 21 de fevereiro, permitindo aos participantes contribuir para a construção de um projeto europeu mais alinhado com as suas expectativas e desafios.

Carlos Diogo Pereira
ET AL.
Com fotografia de Alexis Brown.

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