Universidade da Madeira: breve balanço de 2013-14

O ano de 2013-14 foi difícil, a começar, desde logo, por todos nós, docentes, funcionários não docentes e alunos, termos visto partir colegas, que nos eram queridos, e que deixaram a Universidade mais pobre.

A nível externo prosseguiram as restrições à autonomia das universidades e os cortes orçamentais. Em 2013, em adição aos cortes iniciais, verificou-se, a meio do ano, um corte de mais 236 mil euros. Em 2014, a uma nova redução inicial de 2%, juntou-se o dito erro técnico decorrente da aplicação cega às universidades dos cortes salariais médios da função pública. Um corte adicional de cerca de 420 mil euros que se espera corrigido no próximo orçamento retificativo.

Do ponto de vista interno, há dois problemas fundamentais por resolver:

· Estancar a saída de recursos humanos (com quebras superiores a 5,5% nos docentes e a 13% nos funcionários não docentes, de 2009 para 2013);

· Melhorar a eficiência da UMa, simplificando regulamentos e procedimentos, informatizando e delegando competências.

No que respeita aos estudantes, que são a razão de ser da Universidade, procurou-se apoiar os com dificuldades financeiras: manteve-se o valor das propinas e seu pagamento em 10 prestações, o fundo de apoio de emergência e a comparticipação nas bolsas de alimentação; alargou-se o número de prestações de pagamento das dívidas; diminuiu-se a propina dos estudantes a tempo parcial; e, aos alunos a que só falte concluir a tese e o façam em 5 meses, só se exige uma prestação da propina por cada mês usado.

A quebra do número de alunos foi de 7,2% de 2011-12 para 2012-13, e de 2,6% de 2012/13 para 2013/14, registando-se mesmo um crescimento nos 2.os e 3.os ciclos.

Tal como em 2012/13, foram ocupadas 85% das vagas no Concurso Nacional de Acesso, embora com diminuição de candidatos em certas áreas, acompanhando o que se passou a nível nacional. O número de reingressos cresceu 46%, e o número de estudantes Erasmus também cresceu.

É necessário captar mais estudantes internacionais e do continente, abrir novas pós-graduações e mestrados, e iniciar a oferta dos cursos Técnicos Superior Profissionais.

A UMa tem de prosseguir na sua internacionalização e na sua afirmação como um dos motores do progresso económico da Madeira, e do seu desenvolvimento cultural e social.

É importante reforçar a ligação da UMa aos antigos alunos e responder às suas necessidades. Em relação aos atuais alunos, devemos incrementar o apoio ao empreendedorismo e a promoção do mérito. Mas, acima de tudo, temos de garantir formações com qualidade. Essa será a melhor arma que disporão para enfrentar o mundo à sua volta. E, a esse respeito, registamos que todos os cursos, objeto de avaliação pela A3ES em 2013, foram acreditados, em alguns casos após se terem tomado as medidas necessárias, como a revisão do modelo curricular uniforme dos 1.os e 2.os ciclos, e a contratação de docentes para as áreas mais carenciadas.

Apesar de vivermos tempos difíceis, tenho a certeza de que seremos capazes de ultrapassar as dificuldades.

José Carmo
Reitor da UMa

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