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“Gynaikeia”, coisas de mulheres…

Gynaikeia é uma palavra grega que, como substantivo plural, constitui o título de alguns tratados médicos antigos dedicados às doenças femininas. Significa, à letra, “o que diz respeito às mulheres” e pode designar os órgãos sexuais femininos, as doenças específicas das mulheres ou os remédios para essas doenças, ou a menstruação. Na história da medicina, estes tratados foram pouco estudados, quer por se considerar que abordavam um tema com pouco interesse, que normalmente se relegava para o âmbito feminino, quer porque as matérias que exploravam eram consideradas pouco dignas de atenção. A saúde reprodutiva das mulheres foi, no entanto, temática presente na medicina ocidental desde os seus primórdios. Do conjunto de textos médicos atribuídos a Hipócrates, fazem parte três livros a que se atribui o título de Peri gynaikeion, Sobre as doenças das mulheres, e que devem ter sido formados por um processo de compilação provavelmente terminado em finais do século V ou início do século IV a. C. Alguns séculos mais tarde, Sorano, médico grego que praticou medicina em Roma no século I-II d. C., compôs um tratado de ginecologia com o mesmo título. Este tratado foi traduzido e adaptado por vários autores posteriores e o seu conhecimento manteve-se durante séculos na Europa, especialmente graças à versão de um autor desconhecido, de nome Mústio ou Múscio, que, preservada em múltiplos manuscritos, é integrada nos compêndios de ginecologia impressos no Renascimento. No início do século XVI, a redescoberta dos textos hipocráticos sobre ginecologia está na base de um novo interesse por esta área da medicina. O facto de o “pai da medicina” poder ser também considerado “o pai da medicina das mulheres” legitima que o médico de instrução universitária se dedique ao que até então tinha sido maioritariamente um campo de intervenção feminina, dominado por parteiras sem preparação teórica. Nomes como o dos italianos Ludovico Bonaccioli e Girolamo Mercuriale (mais conhecido pelo seu tratado De re gymnastica), o espanhol Luis de Mercado, os franceses Nicholas de la Roche e François Rousset (autor do primeiro tratado médico sobre cesariana) ou o nosso tão pouco reconhecido Rodrigo de Castro Lusitano tornaram-se referências na génese da ginecologia como uma especialidade médica, dando continuidade à concepção hipocrática de que as mulheres carecem de um tratamento médico diferenciado. Como se lê no tratado hipocrático (1.62), as doenças das mulheres são difíceis de perceber porque “as mulheres têm doenças próprias e por vezes nem elas próprias sabem o que lhes está a acontecer até experimentarem as doenças que são causadas pela menstruação e irem envelhecendo.” Mas o papel dos médicos é igualmente importante, já que, “por não se informarem com exactidão do motivo de uma doença concreta” a tratam “como uma doença de homens”. Com base nesta diferenciação entre dois corpos que têm naturezas e condições diferentes, construiu-se um conjunto de textos médicos que caiu no esquecimento e que, na prateleira dos reservados de uma biblioteca ou num documento pdf do Google books, aguardam a devida atenção. Cristina Santos Pinheiro Universidade da Madeira/Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

The best “traditional university” in the Netherlands

Being located in Nijmegen, the oldest city in the Netherlands, the Radboud University was founded in 1923. Nowadays approx. 20.000 students study in seven different faculties: the Faculty of Arts, Law, Medical Sciences, Management, Philosophy, Theology and Religious Studies, Science and the Faculty of Social Science. Since the university is focused on international research in several fields, most master degrees are taught in English, whereas most bachelor degrees are taught in Dutch. One could name numerous note-worthy alumni of this university, but the most notable would probably be Frans de Waal. After graduating in Primatology and Ethology in 1970, he became very well known for his research in primate social behaviour and the comparison of primate and human behaviour. Besides famous people graduating from the RU, the public university also attracts important and well-known researchers from all over the world for events. Radboud Reflects is a university-intern organisation, run by students, which organises events, invites speakers and plans workshops. These are free for students, professors and alumni of the university. In 2018, they organised a discussion with Daniel Dennett, who is an American philosopher, writer, cognitive scientist – and superstar of the current scientific world. But also the day-to-day life at the Radboud University is very pleasant. Where as in Germany there is quite some distance between students and professors, in the Netherlands, it is the opposite. It might happen that you meet your professor in a karaoke bar at night, which is totally fine. Nobody addresses their professor with “Prof.” or “Dr.” but instead you just call them by their first name. This creates a comfortable and close atmosphere. All in all, this is a very good university to spend the best years of your life (: Project co-financed by: ERASMUS+ Rebecca Ferlemann Students’ Union Norwegian Volunteer

Musical education

I studied at Puolalanmäki Upper Secondary School for three years and graduated in 2018. It’s one of the upper secondary schools in Turku, which is a city on the southwest coast of Finland. The main reason I wanted to apply to Puolalanmäki was that the school offers a great music-oriented programme. The programme also ended up being the reason why I was motivated to go to school every day. Alongside normal subjects I had a lot of music courses, for example, music history, theory, singing lessons and classes on how to express yourself with music and how to get better at performing songs. I was one of the singers in our school’s choir, which consisted of more than 50 students. In my first year, our choir went to Hungary for a week to visit a local school choir. We performed in many places and stayed in the homes of the Hungarian students’ families. My favourite concert we ever did with the choir was when we performed for the families of the Hungarian students. We got a standing ovation, and I still remember vividly the happiness and fellowship we felt like a choir. Every other year before Christmas, the music programme puts together a big show called Valon Aika (Time of the light) in Turku’s Ice Hall. The show consists of all the students of the music programmes in primary school, junior high school and upper secondary school. The stage is filled with a big orchestra and singers aged from 7 to 18. There are also a lot of dancers and some famous Finnish singers. Last spring we did a musical of Romeo and Juliet. We made the costumes, script and songs by ourselves. That was one of my favourite experiences in Puolalanmäki Upper Secondary School. The three years were hard and tiring, and I was very happy to leave when I graduated. Even though the school made me very stressed, I’m happy that I went there because I learned a lot, especially about music. Project co-financed by ERASMUS+. Marikerttu Pöyhönen Students’ Union Finnish Volunteer

A Universidade da Madeira já pode hastear a Bandeira Verde

A Universidade da Madeira, através do seu Politécnico, já pode hastear a Bandeira Verde, como prova do sucesso do seu envolvimento num programa de educação ambiental: o Eco-Escolas. Ainda estamos a começar, há muito caminho pela frente, mas é, sem dúvida, motivador ver premiado este primeiro passo na transformação que se pretende para a Comunidade Académica. O Politécnico da UMa inscreveu-se neste programa da Associação Bandeira Azul da Europa com o propósito de contribuir para a constituição de um Campus sustentável, ajustado à necessidade de reduzir o consumo de recursos e de poluição, e ser, em si mesmo, um espaço educativo para os desafios ambientais. Iniciar um novo ano letivo na UMa com o hastear, pela primeira vez, da Bandeira Verde, eleva o compromisso de toda a Comunidade Académica para com este desafio e aumenta a nossa ambição em querer fazer melhor. Apesar do muito que ainda falta fazer, já são bem visíveis algumas melhorias, desde o início deste processo, no passado ano letivo. Por exemplo, com a reformulação dos contentores para recolha seletiva, incluindo o vidrão e a sinalética pormenorizada, constatou-se de imediato uma evolução significativa na qualidade da separação do lixo. O índice de qualidade ‘Bom’ de separação para o contentor amarelo (embalão), para embalagens de plástico e metal, passou de 48% para 82%, enquanto o de ‘Má’, que era de 12%, desapareceu. O contentor azul (papelão) mostrou melhorias muito menos expressivas, em que ‘Bom’ subiu de 4% para 13% e a ‘Má’ desceu de 66% para 49%. Os principais erros de separação, neste caso, devem-se à recolha de copos de café e de guardanapos usados. Apesar de serem de papel, estão contaminados pelo que não são recicláveis, devendo ser colocados no lixo geral (indiferenciado). Obtiveram-se ainda resultados interessantes para o contentor dos indiferenciados (lixo geral, cor preta), passando o índice ‘Bom’ de 18% para 44%, e o ‘Má’ de 41% para apenas 8%. Apesar das garrafas de vidro serem muito raras na caracterização inicial, feita em fevereiro de 2018, a adoção da recolha seletiva de vidro levou ao seu aparecimento, o que é de valorizar como alternativa às embalagens de plástico. Outras medidas foram já implementadas, e muitas estão previstas, com o propósito de diminuir a pegada ecológica da UMa, nomeadamente: reduzir a produção de resíduos e fomentar a sua separação para reciclagem; reduzir os consumos de energia e potenciar o aproveitamento das fontes renováveis; reduzir os consumos de água, potenciando a sua reutilização e prevenindo a sua poluição; e aumentar a diversidade biológica dos espaços verdes. Com as melhorias na logística e na sinalética do Campus já efetuadas, ou em curso, a maior aposta para o ano letivo que temos pela frente será na educação ambiental, procurando incrementar a literacia ambiental da Comunidade Académica e, dessa forma, melhorar os seus conhecimentos, atitudes e comportamentos face à necessidade de um maior equilíbrio com a natureza. Através de um processo educativo, apostado na interação social entre pares e potenciando os contextos socioculturais reais vivenciados dentro e fora do Campus, pretendemos promover a cultura ambiental e, dessa forma, contribuir para que a sociedade reduza a sua influência negativa sobre os equilíbrios naturais do Planeta. Hélder Spínola Coordenador do Programa Eco-Escolas no Politécnico da Universidade da Madeira

A minha experiência num Serviço Voluntário Europeu de curta duração

Quando decidi fazer um SVE, foi algo que começou por ser uma curiosidade, com o intuito de me divertir, conhecer pessoas de outros países e culturas e ter uma oportunidade para crescer e aprender. Na reta final desta experiência, posso afirmar que aprendi o verdadeiro sentido de voluntariado: é um dever cívico e não uma opção para um cidadão ativo. Com destino a Roménia na Europa de Leste, a cidade Craiova tornou-se na minha casa durante quase quatro meses. Ajudei a desenvolver o projeto “Be Fit”, que consistiu em ajudar adolescentes de uma prisão/centro de detenção/correção local. Através de atividades de desporto, pintura, artes manuais e dança, tentámos transmitir aos jovens os valores e a importância da inclusão social e da integração. Todas as semanas, o grupo de trabalho esteve responsável por desenvolver e difundir o site do projeto, de participar em eventos e de fazer experiências sociais, organizando uma competição, realizando entrevistas, entre outras. A intensidade aumentou de dia para dia, culminando num evento final, onde todos os trabalhos criados foram expostos juntamente com um flash mob organizado pelo grupo. Fiz amizades e conheci pessoas incríveis. Esta experiência fez-me crescer em diversos aspetos. Hoje entendo melhor o conceito de voluntariado e da sua utilidade na concretização de projetos que de outro modo não existiriam. O voluntariado produz resultados positivos na mudança e na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e saudável. A prossecução das atividades de voluntariado, especialmente com os mais desfavorecidos, deu-me imensa alegria e foi o troféu do dia-a-dia, sabendo que fiz a diferença. Todos desempenhamos um papel na sociedade: o de encorajar e servir o nosso vizinho tem sido esquecido – este projeto fui uma lembrança e uma aprendizagem para o resto da minha vida. Um enorme OBRIGADO a todos os que fizeram parte desta jornada. Project co-financed by ERASMUS+. Fabrício Perestrelo Voluntário Europeu

A celebração dos casamentos

Na relação esponsal entre as pessoas só o amor é que conta. Por isso, todas as formas de relação deviam ser consideradas Sacramento. Eis o que disse Jesus: «Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo» (João 15,12). Tudo dito. O amor é o essencial. Não está dito qual a forma ou formas de concretização do amor. O amor basta-se a si mesmo. Sobre esta minha convicção, o antigo João Paulo II ensinou que «é desta palavra do Senhor que depende a nossa credibilidade de cristãos. E é o próprio Jesus que nos admoesta: ‘É por isso que todos saberão que sois meus discípulos:  se vos amardes uns aos outros’» (Jo 13, 35). Santo Agostinho confirmou-o, do alto da sua sabedoria: «ama e faz o que quiseres». Ainda Santo Agostinho, grande figura do Cristianismo, acrescentou assim:  «Este é o amor que nos dá aquele que prescreveu: como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros (Jo 13,34). Para isto é que nos amou: para que nos amássemos uns aos outros. E deu-nos a graça, pelo amor que nos tem, de nos estreitarmos uns com os outros pelo amor mútuo e de sermos unidos os membros por tão doce vínculo, o Corpo vivo de tão ilustre Cabeça». O dom supremo de Deus é o amor. Viver o amor verdadeiro e habitar num lugar onde se é sujeito na vivência do amor, nesse lugar conhecemos, incondicionalmente, a presença de Deus. A condição única de salvação é a vida no amor, que não se consegue por simples meios humanos, como o confirma o Apóstolo São João: «Quem não amar não pode conhecer Deus, porque Deus é amor» (1 Jo 4, 8). O amor exorciza o medo e torna-nos livres diante do nosso ser e diante dos nossos semelhantes. Perante esta base, o amor é sempre um verdadeiro milagre. É sempre o dom que Deus dá de Si mesmo, é sempre uma experiência divina. Na comunidade de amor que pode ser a nossa, a presença de Deus é-nos oferecida sem preço algum livremente todos os dias. Se nos abrimos a esse milagre, podemos partilhá-lo com os outros em sinal de gratidão. É que nós gastamos o coração e a inteligência com lógicas matreiras e maquinações interesseiras que nos perdem e nos envolvem no esquecimento fatal da perdição. O coração e a inteligência, segundo a perspectiva de Deus por Jesus Cristo, são para gastar no que é fundamental, no que salva e no que conduz ao Reino de Deus ou, se quisermos, naquilo que nos faz felizes. Alguém proclamou que «quem economiza amor, morre pobre». O amor de Deus é forte como a morte, dirá o Cântico dos Cânticos e onde não há amor ponha amor, dirá São João da Cruz. Pois, então, que melhor caminho pode delinear para nós próprios senão estes que requerem de nós um bom uso da liberdade, da inteligência, da alma e do coração. Não devemos entregar-nos ao amor como se fosse um negócio com regras e condições, mas como o único modo que nos identifica com Jesus, o nosso mestre. William Shakespeare disse-o assim: «é um amor pobre aquele que se pode medir». O amor padronizado não existe. Desta forma compreendemos que o amor não é moeda de troca que requer condições, mas algo que nos envolve por dentro, nos anima e nos carateriza totalmente. Só com esta forma de vida podemos descobrir a presença de Deus, pois Deus é amor como já vimos. O amor por Deus e pelos outros é um modo de ser, uma vida e um dom que se acolhe como manancial da bondade de Deus, que nos torna grandes não aqui, no lugar da vida. E sempre que não somos amor, matamos Deus ou testemunhamos que Ele não existe mesmo. Durante mais de 300 anos vigorou, na Igreja Católica, uma intransigência surda e cega perante os fracassos do Sacramento do Matrimónio. O Papa Francisco teve a coragem de mudar alguma coisa (aliás, muita coisa face ao conservadorismo que ainda norteia este assunto dentro da Igreja) relativamente aos casais que tiveram a infelicidade de fracassar quanto ao seu vínculo matrimonial. Foi com grande entusiasmo e alegria que recebi esta novidade do Papa Francisco, que devemos acolher todos, particularmente, os que fracassaram. De outro modo não poderia ser, porque sei do grande sofrimento e tristeza por que passam tantos irmãos e irmãs nossos, porque, na Igreja, eram considerados pecadores e condenados para sempre impedidos de comungar na Eucaristia e até de serem chamados aos diversos serviços da comunidade cristã. Nem todos os casamentos são iguais. Eis aqueles que conhecemos entre nós: casamento religioso; casamento religioso com efeito civil; casamento civil; casamento na praia; casamento no campo; casamento num espaço interior; casamento dito moderno, isto é, «viver juntos» ou «União de facto»; casamentos homossexuais… Há quem diga que ir a um casamento é o mesmo que ir a todos. Se a maioria das pessoas que conhecemos fizer uma celebração na igreja e um copo-de-água numa quinta, é possível que todos os casamentos sejam parecidos. Mas se a religião dos noivos não for a católica, se os noivos preferirem casar pelo civil ou se quiserem fazer a festa num local completamente diferente, ao ar livre, então verão que os casamentos não têm por que serem iguais. E os noivos se tiverem dinheiro suficiente podem ter qualquer tipo de casamento que desejem. Quanto maior o aparato, maior deverá ser a bolsa do dinheiro. Enfim, que fique claro para todos nós. O amor é o único valor digno de ser Sacramento. Por causa disso, Deus deu-se todo, inteiro como sacrifício de morte. Por isso, seria suficiente pensarmos todos assim para que 99 por cento dos nossos problemas ficassem resolvidos, principalmente, tudo o que se relaciona com casamento assim, casamento assado, válido ou nulo, divorciado ou recasado, solteiro ou casado… Toda a forma de relação se condimentada, exclusivamente, com amor e com tudo o que ele implica, seria suficiente para ser Sacramento. Estamos longe disso,

A University based in a Central European city

The Wroclaw University of Economics is not only one of the top economic schools of higher education in Poland but also an important centre of science and research. The university is located in Lower Silesia, in south-western Poland, close to the German and Czech borders. There are more than 17 thousand students, including over 300 foreign students each academic year, more than 73 thousand graduates and over 780 academic teachers. The university has more than 120 bilateral agreements within the framework of the Erasmus Program. The Wroclaw University of Economics is divided into four faculties: Economic Sciences, Management, Information Systems and Finance, Engineering and Economics and Economy, Management and Tourism. The students have a wide variety of 100 specializations within the range of courses offered by these faculties. The Wroclaw University of Economics is also a long-established centre of research in logistics and mathematics and in economic sciences, social sciences, management, as well as technical, biological, chemical, and agricultural sciences. Moreover, the university strongly cooperates with the business environment. Apart from the academic and educational spheres, the university is also active in other areas. The professional staff and students are involved in numerous, local initiatives, for instance, the Lower Silesian Festival of Science or the European Club of Labour and Business of the Wroclaw Agglomeration. The priority of the university is the internationalisation of scientific research and didactic programs. Among many international partnerships, relations are educational establishments from Portugal, such as the University of Porto. Project co-financed by ERASMUS+. Magdalena Zawadkza Students’ Union Polish Volunteer

Bênção de um Universitário

Segundo Immanuel Kant, “Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha”. Este foi o lema que levei comigo ao longo da minha vida académica como caloiro e como novato nesta que é a fase crucial da vida de estudante. Quem não busca o seu futuro, não se identifica com aquilo que estuda ou com aquilo que segue e, por essa mesma razão, tomei a iniciativa de mudar efectivamente o meu percurso universitário que mais tarde culminaria em uma nova opção profissional. Comecei como qualquer outro estudante, misturado entre apoquentação e confiança, filosofando sobre as diversas anatomias que o curso de Estudos de Cultura iria apresentar, não só em termos teóricos mas em termos práticos. Claro que o nível seria diferente, a dificuldade iria aumentar, a devoção académica transcendia a qualquer outra dedicação e a perseverança elevava-se em uníssono com o nosso espírito. Começámos com a disciplina de Introdução à Linguística Portuguesa, aula leccionada pela professora Helena Rebelo, uma pessoa completamente culta e cheia de energia para nos transmitir. Confesso que ao início estava nervoso pois, neste novo ensino tudo é novo, tudo é mais árduo e por essa mesma razão acanhei-me um pouco no começo. Ao longo das cadeiras do primeiro semestre, a necessidade de expressar opiniões finalmente se desenvolveu num prisma que jamais acharia possível, visto que todas as matérias se divergiam num ponto, mas convegiam em muitos outros dando maior ênfase ao conceito e ao objectivo do curso. Entre obras de Mia Couto, mitos literalmente abstractos, introduções a metodologias de esquemas textuais, conhecimento mais complexo acerca da língua inglesa e por fim esclarecimentos linguísticos e aprendizagem de fenómenos fonéticos, tudo parece não ter qualquer relação. Contudo, cheguei à conclusão de que todas elas se resumiam à simples e eficaz procura e captação de conhecimento de certas culturas universais, exploração esta que teve por base, apresentações, frequências, teses e muitos outros formatos textuais. Não posso dizer que foi fácil, mas que no fim de tanto trabalho, sei que o suor valeu a pena, pela razão de que pude desenvolver capacidades mais acessíveis e flexíveis. Sei que houve persistência, entrega total e luta por um futuro decente. Logo, os resultados foram desejáveis e alcançáveis. Passado o 1.º Semestre, obtive uma visão equilibrada e mais correcta sobre aquilo que era o curso, sem receios para o semestre que se avizinhava. Empiricamente, digo que, se a dificuldade persistir, não há nada melhor do que confiar em si próprio e na sua opção, o que a partir daí significa força e determinação. Entra o 2.º Semestre, com uma força implacável sobre mim, com novos conteúdos, novos professores e novas etapas. Neste semestre, começámos com Antropologia Cultural, Problemática das Religiões, Inglês, Estudos Literários, e Introdução à Literatura e Turismo, que apesar de aparentarem um mundo novo, têm a sua devida relação com as disciplinas anteriores. Não só se resumem a mais um conhecimento geral e abrangente sobre as normas que devemos adoptar, como seres formados e disciplinados na nossa cultura, como também toda a informação acerca das diversas épocas literárias e respectivos géneros, isto pertencente à disciplina de Estudos Literários, leccionada pela Professora Maria Teresa Nascimento. Nesse semestre, estudámos e investigámos a lei do Homem, isto é, o seu surgimento no mundo e a consequente evolução. Neste prisma, aprendemos conceitos como “alteridade”; “etnologia”; “etnografia”; “cinofagia” e entre outros. A partir daí foi uma corrente que se estendeu desde os primórdios das conquistas globais (ex.: os descobrimentos), até perspectivas antropológicas desenvolvidas que nos permitiram ter uma visão mais aberta e complexa acerca do indivíduo numa determinada sociedade ou civilização. Tudo isto, deu-nos a clara ideia de que a construção do Homem remonta a épocas bem primordiais e que foram precisos diversos obstáculos para realmente começarmos a compreender o mundo no seu todo. Foi a disciplina que mais me motivou ao longo de todo o ano, isto porque abriu portas para aquilo que realmente quero para o futuro, que é a antropologia. Notei grande apoio por parte da professora o que foi muito bom, além de estar constantemente em descoberta e exploração, tornando a aprendizagem mais fácil e mais empolgante. Outra disciplina que me inspirou foi Inglês que, mesmo já aprendendo há anos nos ciclos de ensino, trouxe-me, na Universidade, política, história, cultura contemporânea e outras temáticas. Pensar que o Inglês se centra na gramática e no vocabulário é errado, visto a professora Dominique Costa ter-nos dado uma perspectiva polivalente do desenvolvimento desta língua. Em retrospectiva, eu aconselho a quem queira vivamente trabalhar no ramo da literatura, da cultura e até da história, a ingressar no nosso curso pelos domínios do conhecimento que abarca, numa perspectiva humanista. A minha visão profissional mudou assim que entrei no curso e, para quem pense que o curso não nos traz nada de útil, desengane-se. Se trabalhamos para o mesmo e se temos o mesmo objectivo de vida, há que ser confiante e é nisso que estou a trabalhar. Se existe um curso na Universidade da Madeira chamado de Estudos da Cultura, então existe um futuro baseado nesse meio para lutarmos e ao qual nos dedicarmos. Toda a turma se apoia. Mesmo que ainda se formem grupos, o que é inevitável, é um lar de apoio e entreajuda. Estou orgulhoso do meu trabalho até agora e sei que, se continuar assim e os que estão a ler este texto estiverem a compreender toda esta reflexão, acreditem que o curso ideal para conhecermos melhor a nossa vida, o nosso mundo e nossa cultura é este. Luís Ferro Estudante da UMa

Programação com DOUTORECOS

A ideia que as crianças têm da programação é de que apenas serve para fazer programas. Mas o que é a programação? Como é que surgem esses programas? As palavras “algoritmo” e “instrução” são pouco relevantes para as crianças. A verdade é que os algoritmos estão implícitos e integrados em tudo o que as rodeia. São aplicados em tudo e são usados em toda a tecnologia e em todas as decisões que as crianças tomam, diariamente. O objetivo principal da colaboração no DOUTORECOS foi tentar explicar a crianças o que é o algoritmo. Este, mesmo que possa ser bastante complexo, é, na verdade, um conceito bastante simples de explicar e partilho aqui o resultado da experiência. Na ótica de fornecer um bom exemplo sobre a importância de um programa bem construído para uma tarefa bem-sucedida, foi apresentado um vídeo na qual uma criança escreveu um conjunto de instruções para poder fazer uma sandes de Nutella. Conclusão: Essas instruções foram reescritas algumas vezes por falta de detalhe. O desafio para esta criança foi tentar ser mais o específica possível com as suas instruções. Os computadores não sabem quais são os nossos pensamentos e intenções. Logo, se quisermos programar uma máquina para preparar uma taça de cereais, se não especificarmos que é necessário colocá-la em cima da mesa, ela irá acabar por deitar todo o leite no chão! As crianças, por seu lado, podem escrever os seus próprios algoritmos, como por exemplo, um relativo ao que executam todas as manhãs! Podemos considerar o escovar os dentes ou comer cereais. Indiretamente e sem suspeitarem, elas estarão a explorar conceitos computacionais muito importantes, tais como repetições (por exemplo: escovar os dentes do lado esquerdo, do lado direito, de baixo, de cima cinco vezes), sequências (pôr os cereais na taça e, de seguida, o leite) e lógica condicional (se a taça estiver vazia, parar de comer). Com a utilização destes conceitos computacionais nos algoritmos, as crianças podem executar tarefas de uma forma rápida e simples. As aulas de programação servem para estimular a imaginação e a criatividade do aluno, melhorando o seu trabalho em equipa e aumentando a sua concentração. A programação possui várias línguas nas quais são escritas linhas de código de um programa complexo. Quem se interessa por estas línguas, desde cedo acaba por desenvolver um melhor raciocínio lógico. Afinal, a programação tem toda a flexibilidade, é um “pequeno, grande… gigante…” meio onde o pensamento e o raciocínio lógico podem ser expressos através da criação de ferramentas e programas que dão resposta a toda e qualquer necessidade do quotidiano. Ana Drumond Software Developer, Asseco PST O DOUTORECOS é o campo de férias que a ACADÉMICA DA MADEIRA realiza nas instalações da UMa, anualmente. Nele, crianças em idade escolar, realizam atividades diversas com, entre outros, estudantes universitários e investigadores.

Recomendações para a escolha alimentar

Ler cuidadosamente a lista de ingredientes: Uma vez que os ingredientes estão indicados por ordem decrescente do seu peso, deve-se moderar o consumo de produtos alimentares cujos primeiros ingredientes sejam gorduras, óleos, sal, açúcar ou ainda outras formas de “açúcares” (maltose, glucose, dextrose, xarope de açúcar, açúcar invertido, entre outros). Ler cuidadosamente a informação nutricional: · Verificar a quantidade de lípidos; Preferir produtos alimentares com baixo teor em lípidos, sobretudo em saturados e colesterol · Verificar a quantidade de sal; Diminuir a ingestão de produtos ricos em sal · Verificar a quantidade de fibras alimentares Optar por produtos alimentares cujo conteúdo seja equilibrado em fibras; · Verificar a quantidade de hidratos de carbono Adquirir produtos alimentares ricos em amido e pobres em açúcares. Compare a informação nutricional do rótulo do alimento ou bebidas (por 100g ou 100ml, respetivamente). Opte por alimentos e bebidas com nutrientes maioritariamente na categoria verde, modere aqueles com um ou mais nutrientes na categoria amarela e evite aqueles com um ou mais nutrientes com a categoria vermelha. Bruno Sousa Nutricionista