Observar aves no seu esplendor não só é possível na floresta, nos campos agrícolas e no mar. As cidades também proporcionam a observação de aves, que ali encontram o equilíbrio entre a abundância de alimento e o seu habitat. Além dos já habituais pombos, gaivotas e até patos, existe outro grande leque de espécies que vivem livremente e podem ser avistadas nas cidades.
Por exemplo, nas zonas verdes da cidade do Funchal, é habitual a observação do canário-da-terra, pintassilgo e do melro-preto. Menos fáceis de observar, são a toutinegra e o papinho mas que têm vocalizações características, semelhantes a estalidos rochosos ou metálicos, respetivamente.
Os habitats húmidos proporcionados pelas ribeiras, lagoas e zonas à beira-mar, são geralmente associados a aves migratórias. O arquipélago, privilegiado pela sua posição atlântica, recebe algumas destas aves que repousam de longas rotas migratórias. Assim é possível a observação ocasional de garças, patos, pilritos, borrelhos e outras espécies aquáticas.
Por outro lado, devido à abundância de presas como roedores e insetos, é possível observar aves de rapina. Durante o dia o francelho assume o controlo das cidades e chega a construir os seus ninhos em edifícios degradados, enquanto a noite fica reservada para a coruja-das-torres.
A presença destas aves permite o equilíbrio do ecossistema nos centros urbanos, favorecendo os espaços verdes e o controlo de pragas. Agora, a cidade é convidativa a andar com os binóculos ao pescoço.
SPEA
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves