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Estudos de investigação experimental

A investigação experimental caracteriza-se pelo facto de o investigador atuar sobre a variável denominada independente (pelo seu papel pró-ativo na experiência), procurando conhecer os seus efeitos sobre uma ou mais variáveis, denominadas dependentes (recetoras da ação da variável independente).

O objetivo da investigação experimental é o estabelecimento de relações causa-efeito. Normalmente, o método experimental é descrito como aquele que é conduzido para rejeitar ou aceitar hipóteses relativas a relações causa-efeito entre variáveis.

No estudo experimental, o investigador manipula pelo menos uma variável independente, controla outras variáveis consideradas relevantes e observa o efeito numa ou mais variáveis dependentes (também designada de tratamento).

Os métodos experimentais são desenhados para verificar hipóteses de causalidade. Um termo chave dos métodos experimentais é o controlo. Para além de controlo outros elementos essenciais são variável independente (VI) e, por inerência, variável dependente (VD).

O estudo experimental pressupõe sempre a existência de dois grupos de sujeitos ou de objetos: grupo experimental e grupo de controlo. O que diferencia o grupo experimental do grupo de controlo é a intervenção de que aquele é objeto, enquanto o grupo de controlo ou grupo testemunho (como Fortin também lhe chama) não é submetido a esta.

Campbell e Stanley (1963) designaram três categorias de tipo experimental: a) desenhos experimentais verdadeiros; b) desenhos quase-experimentais; c) desenhos pré-experimentais.

As características dos desenhos experimentais são: 1) A manipulação (tratamento x); 2) O controlo (grupo); e, 3) A aleatorização (repartição aleatória).

A investigação experimental funciona deste modo: o investigador forma dois grupos de sujeitos, aplica a um dos grupos o experimento ou tratamento (VI que manipula), e, ao outro grupo, ou não faz nada, ou aplica um tratamento diferente também designado por efeito placebo. O grupo que recebe o experimento chama-se grupo experimental e o grupo em que nada acontece ou acontece algo diferente chamamos de grupo de controlo. Comparamos os grupos na variável dependente, com o objetivo de verificar se as diferenças nos resultados são devidas, ou melhor, causadas pelo tratamento. A atribuição de causalidade baseia-se no pressuposto da equivalência de grupos que terão de ser necessariamente semelhantes em tudo exceto na exposição à variável independente ou tratamento, ou seja, ao fato do grupo experimental ter recebido o tratamento e o de controlo não, o que fornece base para o investigador inferir de que as diferenças na VD são causadas pela VI.

Referências e sugestões de leituras
Campbell, D. & Stanley, J. (1963). Experimental and quasi-experimental designs for research. Chicago: David McNally.

Carmo, H. & Ferreira (1998). Metodologia da investigação: Guia para a aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta. (Pp. 225-246).

Coutinho, C. (2011). Metodologia de investigação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e prática. Coimbra: Edições Almedina. (Pp. 235-260).

Fortin, M. & Robishaud, S. (2003). “Os estudos do tipo experimental”. In Marie-Fabiene Fortin (Org). O processo de investigação: da concepção à realização (pp.183-199). Loures: Lusociência.

António V. Bento
Professor da UMa

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