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Salamanca…mais que um programa Erasmus

Os postais que tenho à minha frente fazem-me perceber que esta imagem difusa que tenho sobre viver em Espanha é real e durou 5 meses. É uma imagem que começou a ser construída no dia 12 de fevereiro, numa fria madrugada em Salamanca. Poucas horas depois, mal dava por mim e já estava a ir para a Faculdade de Psicologia. Após andar uns 20 minutos, já avistava a faculdade ao longe. Depois de alguns passos, começava a desenhar-se grandes árvores à minha frente e a porta de entrada acercava-se. Dentro de mim, continuava aquele sentimento que tinha surgido, já antes de entrar no avião, de uma certa ansiedade que se mesclava com um otimismo e uma vontade de aproveitar a vida. Os dias passaram e esses sentimentos foram-se dissipando, visto que a minha esperança de aproveitar esta oportunidade tornava-se realidade. Esta realidade era composta por pessoas de diferentes países e etnias que se juntavam à noite no “Paniagua”, sempre passando pelo ponto de encontro, a “Plaza Mayor”. Aí conheci pessoas da Grécia, da Bélgica, da Itália, de França, da Inglaterra, do México, entre outros. Conhecer pessoas de lugares tão variados fez-me sentir que a minha Madeira era um lugar tão pequeno. Esta pequenez é acentuada quando volto a olhar para os postais que captam um pouco da essência de várias zonas de Espanha, desde Ronda, Sevilha, Zamora, Valladolid, Madrid, Córdoba, Ávila, Salamanca até Granada. Penso nestes locais e surgem-me as ruas com laranjeiras, os grandes edifícios, as muralhas, a fala rápida com os “essês” arrastados, os “bocadillos”, as várias igrejas, os monumentos de influência árabe, a paella, os edifícios cor amarelo-torrado, o flamenco e a bachata… tudo se junta numa amálgama de imagens sem associação ao nome da cidade, mas que mesmo assim não deixam de ser reais. Um sorriso no rosto ao lembrar-me de tudo isto, intercalado por alguns suspiros que revelam uma ténue saudade. Guardo os postais e fecho os olhos, não queria ter acordado deste sonho de cinco meses. Texto e fotografia de Alexandre Gouveia Alumnus da UMa

Trabalhar vs. Estudar: como ser adaptável?

“Da mesma forma que tive que me adaptar ao ensino superior, aos professores e aos horários de estudo intensivo, tenho que me adaptar a tudo o que aquele trabalho me irá trazer.”

A igualdade de género diz respeito a homens e mulheres

Quando abordamos a temática da “Igualdade de Género” a definição correta dos conceitos é muito importante. Assim, quando falamos em sexo feminino ou masculino estamos a referirmos às diferenças determinadas biologicamente entre mulheres e homens, que são universais. Mas quando nos referimos ao género feminino ou ao género masculino, falamos do conjunto de qualidades e de comportamentos que as sociedades esperam das mulheres e dos homens e que formam a sua identidade social, uma identidade que difere duma cultura para outra em diferentes períodos da história. De acordo com a definição da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, Igualdade de Género “Significa que todos os seres humanos são livres de desenvolver as suas capacidades pessoais e de fazer opções, independentes dos papéis atribuídos a homens e mulheres e que os diversos comportamentos, aspirações e necessidades de mulheres e homens são igualmente considerados e valorizados. Assim sendo, quando falamos em Igualdade de Género falamos sobretudo em Igualdade de oportunidades entre meninas e meninos, rapazes e raparigas, homens e mulheres, de escolherem ser e fazer aquilo que quiserem independentemente do género a que pertencem. Liberdade de opções nas escolhas dos seus hobbies/ ocupação de tempos livres, dos seus desportos, formação e em termos profissionais. Os Estereótipos de Género, representações generalizadas e socialmente valorizadas, acerca do que os homens e as mulheres devem fazer, condicionam e restringem as escolhas de ambos os géneros. A eliminação de estereótipos, através da adoção de medidas específicas, como a integração da perspetiva de género nos diferentes domínios da política, na política de transportes, de horários de trabalho, do ambiente, da saúde e da educação e a integração de homens e mulheres nas equipas políticas e económicas é fundamental para a prossecução de um percurso de igualdade e sobretudo de oportunidades para todas e para todos. E como o caminho da Igualdade faz-se caminhando, todos os contributos são pequenos/grandes passos rumo à Igualdade… Mariana Bettencourt Coordenadora do Serviço de Igualdade de Género da SRIAS

Similarities in the Ocean of Differences

Funchal and my home city are so distant, however, what are their similarities? In this united Europe, what do our cities share in this Union of, so far, 28 countries? Funchal and Warsaw are both capital cities. At this point, I could end the list of similarities between both places. What comes to my mind are mostly differences. In terms of the number of citizens, area, architecture and landscape that surrounds both cities. But where I see the biggest difference is climate. In Warsaw and generally Poland, the weather is quite unpredictable. During summer days there might be an average of thirty-five degrees plus. On the other hand, sometimes in winter, the thermometer can show minus twenty-five degrees celsius. While Madeiran temperatures are more stable throughout the year. Secondly, I need to mention the pace of life. In my home city, everyone is running for something, always late and stressed. Here time slows down and people seem to be more relaxed. Maybe a high dose of vitamin D in their veins caused by the sun’s rays makes them happy. In my opinion, the common thread is in people, their beliefs, culture and values. In the past, shared European identity was deeply associated with Christianity. Nowadays most people in both countries still declare to be Roman Catholic and a lot of public holidays in Poland as well as in Portugal have a connection to religion. People, especially youngsters from European countries, are similar to each other. They listen to the same music, dress in the same clothes, eat similar food, and have common hobbies. It seems this is what we call globalisation. Katarzyna Janek Students’ Union Polish Volunteer

From the countryside in the middle of Poland to Funchal

At the first glance, it is hard to believe that my home and Funchal have anything in common. The place where I come from is located in the centre of Poland. It is a peaceful countryside town where days pass slowly. There is neither a river nor a lake. Unlike Funchal, which is surrounded by waves of the Atlantic Ocean. No doubt Funchal and the whole of Madeira have unbelievably varied and beautiful flora. Much more diversified than the flora in my countryside. Nevertheless, forests remind me of my countryside. Especially during the Levada walks, I have peace and relaxation. Another similarity is the hospitality of local people. Their kindness and willingness to help others bring to my mind my family and friends who wish me well. Both, the Portuguese and Polish respect and preserve their history, which is a part of their national identity and it constitutes a precious value for them. They, try to protect and maintain their national heritage by sharing historical knowledge among themselves and tourists. The idea of History Tellers is the best example of that. People from my countryside also take care of history. All these things above make Funchal and my home slightly similar. Magdalena Zawadzka Students’ Union Polish Volunteer

“Eu compro, logo valorizo-me”. O consumo e a sua representação social.

O presente artigo pretende fazer uma breve abordagem acerca da importância e do significado das representações psicológicas e sociais, que se encontram relacionadas com o conceito de consumo. Na sociedade actual, o consumo está associado não só às possibilidades de prazer instantâneo imediato, mas ao medo da exclusão social. As redes sociais, são um excelente exemplo, pois verifica-se que, através de um padrão de consumo, a maioria das pessoas procura reconhecimento público como um indicador do seu valor social. O indivíduo passou a existir na sociedade, com uma indissociável dimensão económica. A satisfação das necessidades básicas deixou de regular a oferta no mercado, impondo a necessidade de um marketing cada vez mais agressivo e competitivo. O comportamento do consumidor passa a ser uma atividade diretamente envolvida em obter, consumir e dispor de produtos e serviços, que inclui os processos de decisão que antecedem e sucedem estas acções. No entanto, as suas decisões não são tomadas de forma isolada, uma vez que é influenciado quer por fatores culturais, psicológicos, sociais, nomeadamente, por grupos de referência (aqueles a que um indivíduo pertence e interage como a família, ou os papéis desempenhados pelo homem e pela mulher na sociedade) quer por factores de natureza política, tecnológica, ambiental e económica. Por outro lado, e dada a enorme concorrência do mercado, a atenção das empresas está direccionada para o nível de satisfação do cliente, porque define uma resposta emocional ou cognitiva, baseada na experiência pessoal relativamente à aquisição de um determinado produto e/ou serviço (mediante a comparação das expectativas existentes antes e após a compra). Os factores emocionais e psicológicos (motivação, percepções, etc.) envolvidos nesse processo, diferem de um consumidor para o outro, porque depende da importância dada por cada um, às diferentes características e atributos dadas a um determinado produto/marca. Nesta perspectiva, a fidelidade é outro factor importante no comportamento pelo que o objectivo de uma empresa, é cumprir sempre o que foi prometido ao cliente, transmitindo uma imagem de confiança. A fidelização de clientes surge assim a partir do desenvolvimento de um plano de satisfação e encantamento, por gerar um sentimento de se ter encontrado o que se queria e desfrutar de algum momento efémero de felicidade. Como o valor do indivíduo é estabelecido em grande parte pelo seu poder de aquisição, surge a fantasia de que comprar equivale a valorizar a própria existência na sociedade. A aquisição de bens/produtos e/ou serviços, está assim directamente vinculada a aspectos simbólicos, uma vez que passam a ser concebidos, não apenas como objectos que proporcionam a satisfação de necessidades e desejos, mas como meios que possibilitam a atribuição de uma identidade pessoal, de um sentimento de pertença a um grupo e de reconhecimento social. Desta forma, o consumismo passou a ser considerado não só como um indicador de poder e prestígio, mas a principal matriz das relações sociais. Mas, até quando? Serviço de Defesa do Consumidor

SIDAdania: Todos fazemos parte

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), desde a sua descoberta na década de 80, representa um dos maiores problemas de saúde. A população jovem adulta encontra-se frequentemente exposta a contextos multidesafiantes, podendo manifestar comportamentos de risco e consequentemente contrair uma Infeção Sexualmente Transmissível (IST). Quando os/as alunos/as ingressam no ensino superior demonstram mudanças comportamentais, tais como responsabilidades, autonomia financeira, poder na tomada de decisão, maior contato e oportunidade do uso do álcool, drogas e a prática de sexo inseguro e consequentemente tornam-se mais vulneráveis às IST’s/SIDA. Alguns dos comportamentos de risco são: múltiplos parceiros/as sexuais e/ou relações casuais; confiança excessiva nos/as parceiros/as; não usar preservativos (interno ou externo) e/ou métodos anticoncecionais ou usar preservativos de forma incorreta; manter relações sexuais sob o efeito de álcool e/ou drogas e relutância em procurar esclarecimentos, informação ou ajuda junto dos profissionais/ serviços de saúde. Face ao exposto, torna-se de extrema relevância convencer a população académica de que qualquer pessoa está sujeita à infeção pelo VIH/SIDA e outras Infeções Sexualmente Transmissíveis. Na Região Autónoma da Madeira, segundo o Relatório Infográfico do Instituto de Administração da Saúde, IP-RAM (2016), desde 1987 até ao 1.º semestre de 2016, o n.º de casos notificados por infeção VIH/SIDA entre os jovens (dos 15 aos 29 anos de idade) são cerca de 215 casos. Por estas razões, a Delegação Regional da Madeira da FPCCSIDA participou, por diversas vezes, na receção ao caloiro, com o objetivo de esclarecer, desmistificar e intervir dotando a população académica de informação/conhecimento para a promoção da saúde e a prevenção da doença. A Infeção por Vírus da Imunodeficiência Humana não discrimina ninguém pela sua etnia, idade ou estatuto social, pelo que a prevenção é da responsabilidade de todos/as nós – “SIDAdania, Tu Fazes Parte!” Jenny Vicente e Mafalda Abreu Equipa da Delegação Regional da Madeira da FPCCSIDA Referências: Secretaria Regional da Saúde através do Instituto de Administração da Saúde, IP-RAM. (2016). Relatório infográfico caraterização dos casos VIH/ SIDA notificados na RAM entre 1987 – 1.ºsemestre de 2016. Sales, W. B., Caveião, C., Visentin, A., Mocelin, D., Costa, P. M. & Simm, E. B. (2016). «Comportamento sexual de risco e conhecimento sobre IST/ SIDA em universitários da saúde». Revista de Enfermagem. 10.

EU in the Atlantic Ocean?

The following article will be about some of the major similarities Madeira has in common with the Mainland of the European Union, but also some of the most interesting differences for me, compared to my home town in Austria Starting with some of the things which appear very different in Austria. First off, the mentality the people have on this island is about 180 degrees turned from the one the people in my area have. There is a famous saying, “Schaffa, schaffa, Hüsle bua!” which means translated into English “Work and do not stop working until you can build a house and get a family”. In these past two months, I got the feeling that people on this Island keep things way more chilled than we do. On the other hand, in general, Madeira is also Europe/EU, which means we suffer from the same problems here and everywhere in the EU. For example in Austria these days a lot of the people move from being open to new things and new cultures, back to this stupid nationalist thinking. I also got the image of Madeira having the same kind of problem for example. But, I think this is not a bad thing because we are “together is this”, maybe this will help people realise that we are all the same, even if we might look a bit different, earn different amounts of money, believe in different things or have different interests. My name is Raphael Johler, I was born and raised in Austria. A week ago I turned 19 years, which sounds like a lot to me, but in the end, I am just a kid with a bird’s nest of hair on his head. Project co-financed by Erasmus+. Raphael Johler Students’ Union Austrian Volunteer

A importância de pensar o futuro e a carreira

Costumas pensar sobre o futuro e preparar-te para o mesmo? Costumas tomar decisões e assumir a responsabilidade pelas tuas ações? Costumas procurar oportunidades para te desenvolveres enquanto pessoa? Procuras dar o melhor no que fazes, adotando uma postura de resolução de problemas? Se respondeste maioritariamente “sim” a estas questões, preenches alguns dos requisitos chave que te ajudarão a adaptar a um mundo de trabalho, que requer atenção contínua e antecipação dos passos a dar, tal como se tratasse de um jogo de xadrez. Falamos, por isso, dos 4 c’s (em inglês) que constituem o que chamamos de adaptabilidade de carreira: Concern (preocupar-se acerca do percurso profissional), Control (assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento da carreira), Curiosity (explorar novos cenários e os diferentes selfs possíveis) e Confidence (acreditar na sua capacidade para alcançar os objetivos). Se respondeste tendencialmente “não”, podes estar a ter mais dificuldade em adotar uma postura ativa na construção da tua carreira, nomeadamente, adiando e/ou evitando determinadas decisões. Tal poderá surgir pela incerteza sentida face ao futuro. No entanto, não podemos esquecer que, para além de incerto, o futuro pode guardar novas possibilidades e oportunidades, ou não tivesse a vida dois ou mais “lados”. Enquanto estudante do ensino superior, importa que penses a Universidade como um “laboratório”, onde que podes experimentar diferentes papéis/funções, um espaço único para te conheceres, desenvolveres competências e desenhares o teu projeto de vida, alinhado com os teus objetivos, valores e interesses. Perguntas como “Onde estou? Para onde vou? Porque vou? Como vou? Quando vou?” podem ser assustadoras, mas são fundamentais, de modo a direcionares os teus esforços, pois já lá diz a máxima “Quem não sabe o que procura não reconhece quando o encontra!” Importa salientar que todo este processo de construção requer comprometimento e proatividade da tua parte. Estudos indicam que indivíduos proativos, tendem a identificar mais oportunidades, a tomar as ações necessárias, mostram iniciativa e perseveram face aos obstáculos, estando a proatividade associada ao sucesso na procura de trabalho e na carreira. Talvez, por tudo isto, seja altura de te perguntares o que é para ti o futuro e como queres que ele seja. S empre existirão, no teu percurso, elementos sobre os quais não terás controlo. Porém, ao escolheres as tuas ações, escolhes também as tuas consequências, pelo que é uma escolha apostares ou não no desenvolvimento contínuo de competências, facilitadoras das transições da vida, de que é exemplo a transição entre a universidade e o mercado de trabalho. Explora mais sobre a temática em: Oliveira, F., Soares, L. & Lucas, C. V. (2016). Life and career behaviour: Some considerations about the need to assist college students to change their mindset and behaviours toward life constructions. RUMUS – Revista Científica da Universidade do Mindelo, 3(1), 109-122. Projecto co-financiado por Erasmus+ Juventude em Ação. Serviço de Consulta Psicológica da UMa

Differences and similarities between Germany and Madeira

My name is Anne, I am part of the voluntary project in Madeira. Therefore, I want to share my thoughts on the comparison between Germany and Madeira. Although, Madeira is on the border of Europe, close to Africa there are lots of similarities between Germany and Madeira. You can find some typical German food in supermarkets like Haribo or Nürnberger Würstchen. Most of the people are very nice, helpful and dressed like people in Germany. And last but not least we share the same currency, the Euro. However, there are also some differences. Due to the fact that the weather is much better than in Germany, the people are more tanned and different plants grow around the island. Therefore, there are some fruits in the supermarket that I have never seen before. For example, the mixture of banana and pineapple or tomato-maracujá fruit. But, not only the fruits are new to me, but there is also some typical Madeiran food like Bolo do Caco I tried for the first time. I really like the local cuisine, beverages, and fado concerts. Although, sometimes I also miss the culture of my home country. Especially, when it comes to tapping water, German bread and punctuality. Well, every culture has its benefits and drawbacks. It is good that we are all different, so we can learn from each other and improve one another. Nevertheless, in my opinion, it is important to accept new values in a new country and try to adapt to the culture. Anne Schroeder Students’ Union German Volunteer