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Funchal: Cultura Viva permite “uma grande dinâmica na abordagem aos conteúdos historiográficos”

Integrando o programa HERANÇA MADEIRENSE, o percurso Funchal: Cultura Viva foi criado pelo Teatro Bolo do Caco com o serviços cultural e educativo da ACADÉMICA DA MADEIRA. Xavier Miguel, responsável artístico do grupo, conversou com a ET AL.
O percurso HISTORY TELLERS: Funchal Cultura Viva, com a participação do Teatro Bolo do Caco, integra o programa HERANÇA MADEIRENSE, promovido desde 2016 pela ACADÉMICA DA MADEIRA.

O primeiro circuito HISTORY TELLERS, um programa de visitas que a ACADÉMICA DA MADEIRA desenvolve no Funchal, foi inaugurado em 2014.

Intitulado NO CORAÇÃO DA CIDADE, a visita percorre as ruas do núcleo medieval do Funchal, contando a sua história e apresentando o seu rico património. Atualmente, o HISTORY TELLERS é composto por cinco circuitos, sendo que o quinto, Funchal: Cultura Viva, é executado em parceria com o Teatro Bolo do Caco (ATBC).

A União Europeia na minha vida

Até dia 30 de janeiro, estudantes de várias instituições portuguesas de Ensino Superior puderam candidatar-se ao prémio “A União Europeia na minha vida”, para o melhor ensaio/trabalho académico original sobre a União Europeia.

A ET AL. conversou com Xavier Miguel, responsável artístico do grupo e um dos criadores do percurso Funchal: Cultura Viva.

Uma visita cultural e histórica com recurso à encenação de atores e atrizes, pelas ruas da Baixa do Funchal, é uma atividade turística inédita na cidade. Como surge a proposta?

O Funchal: Living Culture Tour surge na sequência de diversos trabalhos de Recriação Histórica que temos vindo a desenvolver no contexto da nossa Associação, influenciados primeiramente pela minha experiência profissional ligada a espetáculos nessa área, bem como, posteriormente, a um crescente interesse e espaço na região para explorarmos a História de um forma lúdica e dinâmica em vários espaços públicos, museológicos, e até privados. Com o Mestrado em Estudos Regionais e Locais, pude aprofundar o conhecimento e as ferramentas necessárias para, no contexto da ATBC, e juntamente com uma equipa de artistas com formação em teatro, muito esforço e dedicação, podermos “dar corpo e vida à História da Madeira”, neste e em outros projetos que exploram o teatro e as artes cénicas tendo como base um forte conteúdo literário e historiográfico.

A visita tem uma forte vertente pedagógica e vocês têm trabalhado com várias escolas e parceiros. Qual a importância do contacto dos jovens com as artes cénicas combinadas com a aprendizagem curricular?

As artes cénicas possibilitam-nos uma grande dinâmica na abordagem aos conteúdos historiográficos, estimulando o interesse em diversos aspetos da cultura e do património. Quer seja para um grupo de estudantes, ou para um grupo de visitantes, os acontecimentos e episódios marcantes do Património Cultural e Imaterial (História, Literatura, Tradições, etc.) são ilustrados de forma teatral, interagindo diretamente entre, e com todos eles. Além disso, os alguns dos locais de importância são visitados, dando assim a conhecer diretamente, pelos personagens teatrais e/ou pelos guias, o Património Material e Edificado (Religioso, Militar, Artístico, etc.).

O Teatro Bolo do Caco, que criou e executa a componente de encenação da visita, tem trabalhado em vários pontos da ilha, em diversas iniciativas. Recentemente, participaram de um certame no estrangeiro e tiveram a oportunidade de contactar com outros grupos. O que podemos esperar de novos projetos para os próximos meses e anos?

A ida à Bélgica permitiu-nos levar o nosso trabalho de Estátuas Vivas ao estrangeiro, colocando-o em interação e diálogo com um público diverso, valorizando junto dessa comunidade alguns dos aspetos identitários da nossa arte, o que tem sido uma constante no nosso trabalho. A forte presença de elementos, temas e materiais ligados à Cultura Madeirense, ou Madeirensidade, é a linha que orienta o nosso trabalho, e nesse sentido, todos os projetos futuros, atualmente “no forno a cozer”, serão sempre de uma maneira ou de outra, formas de homenagear, valorizar, recriar ou dar a conhecer esses mesmos elementos, como é esta tour que os transmite através dos personagens, dos seus trajes, das referências dos discursos, nos percursos e dos locais visitados.

Entrevista conduzida por Luís Eduardo Nicolau.
ET AL.
Com fotografia de Pedro Pessoa.

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