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Psicologia positiva

A Psicologia é uma área do conhecimento aceite como ciência já nos finais do século XIX. Tal deveu-se essencialmente à desconfiança com que eram vistos os métodos de estudo dos primeiros psicólogos. De igual forma, pela natureza do seu objecto de estudo, a Psicologia é ainda alvo de críticas no que toca à dificuldade que tem em conseguir consensos e, dessa forma, explicações que permitam compreender fenómenos naturais, como é arquétipo de uma ciência. A emancipação desta área científica adveio do trabalho desenvolvido por Wilhelm Wundt, que criou o primeiro laboratório psicológico, sendo amplamente considerado como pai da Psicologia.

Mediante a corrente dominante, o seu principal objectivo varia entre a compreensão do comportamento humano e a dos processos mentais, permitindo, em ambos os casos, dar a cada indivíduo maior qualidade de vida.

Uma destas novas correntes, bem recente por sinal, é a Psicologia Positiva. Esta nova área da Psicologia surgiu no final da década de 90 na altura em que Martin Seligman, seu grande defensor, exercia o cargo de Presidente da American Psychological Association (APA). Seligman esforçou-se para difundir esta área cuja base está no optimismo em relação às capacidades e aos méritos do ser humano.

Se inicialmente os psicólogos centraram-se em descobrir, entender e ajudar a superar as dificuldades, os desafios e os aspectos mais negativos do ser humano, a partir do momento em que esta corrente entrou em acção houve uma viragem na abordagem da Psicologia aos diferentes problemas das pessoas. Compreendeu-se que a felicidade, o bem-estar e a alegria na vida devem reger o trabalho de todos aqueles que, diariamente, fazem uso dos ensinamentos transmitidos pela Psicologia.

Ao invés de ser dado ênfase às fraquezas, aos danos emocionais, esta perspectiva ensina a ajudar o ser humano focando-se nas forças e nas virtudes como a coragem, a esperança, a preseverança, a honestidade, o optimismo, e outras tantas que incutem uma mensagem renovada de felicidade em todos nós.

O trabalho do psicólogo passa a consistir na identificação dessas virtudes (inatas ou adquiridas) e potencializa-las de forma a dar armas a cada indivíduo para que transponha as vicissitudes da vida.

Existe um manual das forças e virtudes do ser humano (Seligman, Steen, Park & Peterson, 2005), onde são apresentadas 6 virtudes e 24 forças de carácter, que desde então têm direccionado os estudos envolvidos nesta área. Segundo a Psicologia Positiva, podemos utilizar estes conhecimentos para tornar a vida dos indivíduos mais saudável, com um aumento exponencial de felicidade, reduzindo o stresse, tendo como consequência a prevenção de muitas desordens mentais.

Não se assustem, então, se se deparem com um Psicólogo sobremaneira alegre, a falar sobre a felicidade, a coragem, a esperança. Muito provavelmente é um defensor da Psicologia Positiva.

Maurício Ornelas

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