Procurar
Close this search box.

The long and winding road

Embora só em 2000 tenha ingressado nos serviços de informática da UMa, entrei como assistente estagiário para a área de Física em 1992. Já estou nesta casa há vinte e um anos, portanto. De então para cá assisti a muitas mudanças na instituição. Sendo todas elas importantes, com maior ou menor impacto, há uma constante que se verifica em todas elas, que é a cada vez maior dependência da informática.

Ao nível das aplicações informáticas desenvolvidas localmente, tem havido um constante aumento de novas funcionalidades e requisitos. Com efeito, à medida que desenvolvemos novas aplicações, ou melhoramos as existentes, aumentam também as expectativas dos utilizadores.

No início, estas aplicações eram as estritamente necessárias para o funcionamento dos serviços. Resumiam-se às bases de dados e pouco mais. Muitos de nós ainda nos lembramos das filas intermináveis de alunos ao balcão dos serviços académicos, para tudo e mais alguma coisa – desde qualquer inscrição, reclamação e requerimento até ao simples pedido de informação.

O primeiro portal da UMa, se alguém ainda se lembra, era muito primitivo e continha muito pouca informação. Estávamos no início da World Wide Web (WWW) e as linguagens de programação para páginas ‘HTML’ ainda estavam na sua infância… algumas nem sequer existiam, os protocolos ainda estavam a ser definidos e não havia um consenso sobre os padrões a utilizar. Basicamente cada um fazia como queria e achava melhor. Aos poucos foram-se definindo padrões, as linguagens foram-se aperfeiçoando, apareceram novas técnicas e funcionalidades e hoje a WWW é o que se vê. Encontra-se praticamente tudo e quase tudo é possível de ser feito, com um computador e uma ligação à internet.

O sistema informático da UMa foi também evoluindo aos poucos, dentro das limitações existentes. Fomos sempre tentando acompanhar as evoluções da web e ao mesmo tempo aumentando o número de funcionalidades oferecidas, sem esquecer de melhorar as existentes.

Começou-se por implementar um sistema de matrículas informatizado – isto em 1997 – mas ainda não pela internet. O primeiro serviço implementado através da internet foi o webmail. Inicialmente foi tudo feito localmente – programação e produção de imagens. Com o aparecimento de versões mais profissionais, embora gratuitas, optou-se por terminar este desenvolvimento e adoptou-se uma dessas soluções. Este serviço tem evoluído com o tempo, encontrando-se agora na sua terceira versão.

O segundo grande projecto foi um desafio que surgiu dos serviços académicos e que consistia em criar um sistema de lançamento de notas pela internet. O sistema existente, até então, era totalmente manual: o docente escrevia nuns livros próprios (chamados de ‘livros de termos’) os nomes dos alunos e a respectiva classificação para cada cadeira leccionada. Era um pesadelo. Se havia algum erro, o docente tinha de rasurar o livro manualmente. Além do mais, como os ‘livros de termos’ não podiam, por lei, ser removidos das instalações dos serviços académicos, lançar uma pauta era quase uma aventura para o docente pelo transtorno que isso era (ter de se deslocar aos académicos por vezes implicava ‘perder’ uma manhã ou uma tarde inteiras). Se, por azar, uma dada cadeira tivesse muitos alunos, então a aventura transformava-se numa odisseia! Com a implementação deste projecto, este processo ficou totalmente informatizado, bem como a consulta das pautas, que passou a ficar disponível pela internet, para os alunos. Agora o docente só precisa de lançar as notas e as respectivas datas, o sistema informático trata do resto. Ainda há aspectos a melhorar neste procedimento, obviamente, mas já não se compara em nada com o que era dantes.

A partir daqui os novos requisitos foram-se sucedendo e a implementação de novos projectos nunca mais parou.

A dependência do sistema informático é uma realidade, não só para os alunos mas para toda a comunidade académica. Ao longo do tempo tem sido feito um esforço no sentido de migrar para a web todas as diversas aplicações que foram desenvolvidas para os diversos serviços. Para além disto é também muito importante a integração de todos os diferentes sistemas num único. Esta última parte é talvez a mais complexa, atendendo à variedade de aplicações e utilizadores existentes, com diferentes permissões atribuídas.

Como o trabalho dos técnicos de informática da UMa é transversal a toda a Universidade, por vezes os alunos (ou outro grupo restrito de utilizadores) não se apercebem das funcionalidades que estão a ser implementadas ou melhoradas. Se estamos a implementar um sistema de acreditação de unidades curriculares (como foi feito), por exemplo, que afecta essencialmente os docentes, os alunos não se apercebem disso, a não ser que sejam também docentes, claro; e estas funcionalidades podem ser complexas e demoradas de implementar! Por vezes as solicitações (que são muitas) não podem ser atendidas logo, podendo até levar bastante tempo até o serem… mas não ficam esquecidas. Os serviços de informática existem para servir toda a Universidade, mas como têm recursos limitados, assim como a própria Universidade, temos de fazer escolhas. O planeamento dos projectos tem de ter em conta, em primeiro lugar o plano estratégico da UMa, depois terá de haver uma organização de projectos em função da sua exequibilidade. Para dar um exemplo, não faz sentido começar em Março a trabalhar num melhoramento do sistema de lançamento de notas, que poderá levar um mês a implementar, quando só no final do semestre é que as pautas são mais utilizadas pelos docentes. Neste caso, o que faz sentido é começar este projecto em Maio ou Junho (dependendo dos requisitos específicos), e até lá ir trabalhando noutros; haverá concerteza projectos que não estão condicionados por este tipo de restrições, se assim lhes podemos chamar.

Em 2011, os serviços informáticos da UMa foram desafiados pela Associação Académica (AAUMa) a desenvolver um sistema de eleições informatizado. A ideia da AAUMa era, inicialmente, a de aplicar este sistema a todas as eleições dos alunos. Atendendo aos projectos que tínhamos em curso, e aos recursos existentes, não pudemos iniciar este objectivo como desejaríamos. O desfasamento foi de mais de um ano, mas não ficou esquecido! Neste momento este sistema já está desenvolvido, embora de uma forma mais alargada que a prevista incialmente pela AAUMa: aplica-se a todas as eleições que se realizam na UMa. No momento em que escrevo isto estamos a testar o sistema por forma a implementá-lo nas próximas eleições dos estudantes para o Senado Universitário, que serão em Abril. Esperemos que tudo corra bem, estamos a fazer os possíveis para que isso aconteça.

Há muitos outros projectos ainda por fazer e que já estão pensados. Se vão ser realizados… não sei. Cabe aos órgãos próprios da casa decidir qual a estratégia a seguir pela Universidade, e nós cá estaremos para implementar essas decisões, na parte que nos compete e dentro das nossas capacidades.

Há um longo e sinuoso caminho a percorrer… ‘bora lá!

António Pires
Responsável pelo GDAI da UMa

DESTAQUES