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livro

“Ensinar é desafiante. Ensinar estatística também”

A obra R. UM MUNDO POR DESCOBRIR, de Ana Maria Abreu, foi editada em 2022 pela Lisbon International Press. Segundo a editora, o “R atingiu o estatuto de software estatístico de referência nas Universidades e nos Centros de Investigação”. A obra está disponível no portal da Livraria Atlântico. A autora, professora na Faculdade de Ciências Exatas e da Engenharia da Universidade da Madeira (UMa), também é diretora do mestrado em Matemática, Estatística e Aplicações. Doutorada, pela UMa em Matemática, exerce a docência nessa universidade desde 1994. A ET AL. conversou com a autora sobre a nova obra e sobre área científica de Estatística na UMa. O que R. UM MUNDO POR DESCOBRIR traz aos leitores? Neste livro, o leitor pode encontrar um guia para dar os primeiros passos num software gratuito, de cariz predominantemente estatístico. Desde a instalação, às primeiras ações, o texto engloba uma grande variedade de ensinamentos, que vão desde os mais técnicos, com mais código e algumas características gerais, aos mais aplicados, os quais permitem ao utilizador trabalhar com este software utilizando apenas menus. Apesar de o principal objetivo desta obra ser ensinar a trabalhar com o software R e não ensinar estatística, esta última vertente também se encontra presente, embora não de uma forma aprofundada. O princípio de aprender fazendo está associado a este livro e, por isso, deve ser lido com o computador ao lado. No final, o leitor dedicado terá as ferramentas suficientes para se tornar um utilizador regular do R. R é um programa em código aberto. Quais são as vantagens, para o investigador, em trabalhar com esse modelo? O R, ao ser de código aberto, traz enormes vantagens para os investigadores. Para começar, qualquer investigador pode ter acesso ao código utilizado para desenvolver uma determinada função, o que lhe permite não só o conhecer como, eventualmente, fazer pequenas alterações ou tirar ideias para desenvolver uma função que responda ao seu problema de investigação. Por outro lado, permite que qualquer utilizador contribua para o desenvolvimento de novas soluções para as investigações em curso, com a qualidade garantida pela R Core Team, o que torna o R um programa de vanguarda e em constante evolução. As áreas que abarca, que vão muito para além das inicialmente previstas, permite que os investigadores encontrem respostas em áreas tão diversas como, por exemplo, medicina (ensaios clínicos, epidemiologia), biologia, física, química, farmácia, finanças, hidrologia, desporto, entre outras (consultar CRAN Task Views (r-project.org)). As unidades curriculares de estatísticas são transversais a vários cursos. Quais são os desafios que o ensino dessa disciplina tem enfrentado? Ensinar é desafiante. Ensinar estatística também. Ensinar estatística a uma audiência muito heterogénea, com formações de base muito diversas, é ainda mais. Em qualquer dos casos, ensinar a pensar, duvidar, questionar, observar, relacionar e interpretar constituem, para mim, os principais desafios das unidades curriculares de estatística. Há mudanças anunciadas para o ensino na Matemática durante o Secundário. Em 2019, a maioria das escolas tinha uma média negativa no exame nacional de Matemática do 9.º ano. Como sente a preparação dos alunos que chegam às unidades de Estatística? Os alunos provêm de formações diversas, pelo que a sua preparação é um reflexo disso mesmo. Os que vêm da área de ciências, em geral, têm a preparação adequada. Os que vêm de outras áreas, em especial as de letras, têm uma menor preparação, algumas vezes insuficiente, os que os obriga a um maior esforço e dedicação para conseguir realizar as unidades curriculares de estatística. Mas o mais importante é que, seja qual for a preparação, com o trabalho adequado, o sucesso é possível. A UMa tem um mestrado em Matemática, Estatística e Aplicações, em funcionamento há alguns anos. Como tem sido a procura por essa área? O mestrado em Matemática, Estatística e Aplicações, presentemente, tem vagas abertas para o próximo ano letivo. Habitualmente, este mestrado abre uma nova edição a cada dois anos. Embora a licenciatura em Matemática só tenha voltado a oferecer vagas há poucos anos, desde 2010 que este mestrado (que anteriormente se designava por mestrado em Matemática) tem tido um procura regular de cerca de 8 alunos por edição, os quais têm sido provenientes não só da licenciatura em Matemática, mas também em Gestão, Economia e Engenharia Informática. Para além destes cursos da UMa, tem havido ainda alunos provenientes de outras universidades do país e da Venezuela, com licenciaturas análogas às enunciadas, para além de outras. Os candidatos internacionais (Paquistão e países africanos) não têm conseguido efetivar a sua inscrição em tempo útil, por dificuldades de legalização ou de suporte financeiro. Entrevista conduzida por Luís Eduardo Nicolau ET AL. Com fotografia de Fili Santillán.

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Funchal reforça em 30% apoio à aquisição de livros e material escolar

A Câmara Municipal do Funchal vai reforçar, em 30%, o valor do apoio à compra de livros e material escolar, passando dos atuais 100 euros, para 130 euros. Uma medida apresentada por Pedro Calado na reunião de Câmara desta quinta-feira, no âmbito de uma alteração proposta ao Regulamento de Apoio à Natalidade e à Família em vigor. Todos os apoios financeiros previstos no referido regulamento serão ainda alvo de uma majoração de 10%, no caso de agregados familiares monoparentais ou sinalizados num contexto de violência doméstica, bem como em situações em que existam elementos portadores de doenças oncológicas ou doenças crónicas incapacitantes. Dado o atual contexto socioeconómico atualmente existente, derivado dos efeitos da pandemia e do conflito militar em curso no leste da Europa, a Câmara do Funchal entende que emergiu uma necessidade premente de ajuda às famílias do concelho, sendo a compra dos livros e material escolar uma dificuldade com que os agregados se deparam no início de cada ano letivo. O documento, agora aprovado em reunião de Câmara, será submetido a apreciação da Assembleia Municipal do próximo dia 12 de julho, por forma a que o reforço de 30% no apoio à compra de livros e material escolar possa ser possível já no próximo ano letivo. Com texto e fotografia da Câmara Municipal do Funchal.

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A calçada madeirense como nunca foi lida, vista e compreendida

A obra CALÇADA MADEIRENSE: BORDADOS EM PRETO E BRANCO de João Baptista Silva, José Luís Freitas e Celso Gomes foi apresentada ao público em março, numa edição da IMPRENSA ACADÉMICA, chancela editorial da ACADÉMICA DA MADEIRA, e da Acordo Heroico. O tratuário, do francês trottoir, é o substantivo masculino que diz respeito a parte da rua destinada aos peões. Em novembro de 2015, no artigo “Tratuário” publicado pela IMPRENSA ACADÉMICA, a investigadora Aline Bazenga indicava o vocábulo como integrante do léxico regional madeirense. É o património cultural, em particular o geológico, que foi tratado em CALÇADA MADEIRENSE: BORDADOS EM PRETO E BRANCO, pela mão de três investigadores portugueses. Chegou, recentemente, ao cenário editorial nacional, numa edição bilíngue, em Português e Inglês. Ao longo de 340 páginas, ricamente ilustradas com fotografias de exemplares da calçada madeirense, incluindo várias imagens aéreas da autoria da Salvador Freitas, além de esquemas da autoria de José Luís Freitas, a obra trata do seu objeto enquanto amostra da geodiversidade do arquipélago, em adição ao seu papel no registo histórico e cultural da ilha. Segundo João Baptista, em declarações ao Diário de Notícias da Madeira, a “calçada madeirense constitui uma autêntica referência histórica e patrimonial do Arquipélago da Madeira e representa bem a singularidade em termos de geodiversidade dos territórios insulares respetivos”. Alertou, contudo, que essa calçada é, por vezes, confundida com a calçada portuguesa, mesmo sendo distinta em vários aspectos como na sua composição. Explicou o autor que a calçada madeirense é composta, essencialmente, por pedra rolada, seixo ou calhau, e pedra navalheira, sendo essa composição particular o fator distintivo perante qualquer outro tipo de calçada. Outro propósito da obra é a sua missão didática e prática para os profissionais da calcetaria, individuais e coletivos, sendo também um tributo para a profissão e difusão dessa arte que merece ser preservada e transmitida como vários mestres calceteiros fizeram ao longo de séculos. Como explicou João Baptista, ao Diário de Notícias da Madeira, vários mestres saíram da Madeira para diferentes pontos do globo levando a arte de “bem conceber e construir pavimentos com elementos pétreos rolados recolhidos em praias, desde a descoberta do chamado Novo Mundo“. Em nota da IMPRENSA ACADÉMICA sobre a obra, é indicado que os autores “realçam a mestria dos executantes desta arte surpreendente, os calceteiros que transportam para os pavimentos a simetria calculada matematicamente, debruçando-se sobre os motivos e os padrões que surgem nas calçadas do arquipélago ou nas que, usando os mesmos materiais, se encontram espalhadas pelo Mundo”. Na apresentação, realizada no Salão Nobre da Assembleia Legislativa Regional, o Presidente do parlamento regional, felicitando os autores, referiu que a obra “passa a ser uma referência na divulgação do nosso património cultural, em particular do património geológico”. Enaltecendo o contributo para a investigação científica, o Secretário Regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, frisou que o livro “convida a população a conhecer mais a sua história”, numa representação “de pedra de toda a nossa identidade. Uma representação que não se gasta e que se for bem cuidada perdurará por muitos e muitos séculos”. João Baptista Pereira Silva é engenheiro geológico e doutor em geociências pela Universidade de Aveiro; José Luís De Gouveia Freitas, falecido recentemente, era professor de Matemática, investigador e divulgador científico, sobretudo junto da comunidade escolar; e Celso De Sousa Figueiredo Gomes é investigador e professor catedrático aposentado da Universidade de Aveiro. Luís Eduardo Nicolau ET AL.

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Os livros são como as casas

Fay Weldon, em 1984, publicou Letters to Alice: on First Reading Jane Austen, um volume pequenino, constituído pela correspondência com a sua sobrinha punk de cabelos verdes, que tinha demonstrado uma especial rebeldia em relação à leitura de Jane Austen. Fay Weldon é ela própria devedora do “wit” de Austen e da sua mestria em criar retratos detalhados e incisivos, às vezes quase “diabolicamente” irónicos, das personagens que povoam os seus romances. A autora transmite à jovem Alice que os livros ajudam a lidar com as situações mais imprevistas e que a literatura se relaciona com os homens através das emoções, do apelo ao raciocínio, despertando-os para o mundo que os rodeia, favorecendo o seu empenho ético e desenvolvendo a sua humanidade e humanismo. Com a “Cidade da Invenção”, onde os escritores constroem “Casas da Imaginação”, Fay Weldon oferece ao leitor talvez uma das mais bonitas metáforas da literatura: todas as casas nos acolhem de forma diferente e têm histórias para contar, as antigas e as novas, as muito visitadas e as poeirentas, ou as que cheiram ainda aos materiais de construção. Há ainda as que estão à espera que lhes abram as portas e lhes encontrem os segredos e outras em ruínas, porque perderam a capacidade de atrair (estas interessam especialmente alguns académicos, que são como os arqueólogos e se entusiasmam a tirar o pó de uma pedra, na qual conseguem ver um palácio inteiro). Visitar Jane Austen e Fay Weldon é obrigatório para todos. Como é obrigatório visitar os clássicos, nossos eternos contemporâneos. E a pergunta não deve ser se são os clássicos suficientemente modernos para nós, mas se seremos leitores suficientemente modernos para compreender os grandes escritores clássicos. Levar o leitor pelas “Casas da Imaginação” da minha “Cidade da Invenção” e aconselhar a visita de algumas delas é, para mim, muito difícil. Isto porque a minha Cidade, com as suas ruas, está sempre em movimento e as casas mudam de lugar. Os livros que aconselho ler neste mês de férias seriam outros se eu escrevesse daqui a uma semana. Mas, correndo o risco de me arrepender até ao fim do dia, aqui vão umas casas simpáticas que podem acolher o leitor: Casa antiga muito visitada: Os Cadernos de Picwick, de Charles Dickens, primeira obra do autor, publicada em folhetim com as caricaturas de Robert Seymour, que nos leva pelas aventuras do ingénuo Samuel Pickwick e dos seus amigos do Picwick Club. Tem um ritmo apaixonante e é difícil conter a gargalhada com as trapalhices do pitoresco grupo. Grande oficina de escrita para aspirantes a escritor. Casa antiga e misteriosa: para os amantes de casas com quartos que escondem segredos e dão arrepios, uma antologia de Edgar Allan Poe; estando aqui, abre-se uma porta para uma… Casa nova (pode ter uma casa, em frente, igualzinha, igualzinha, porque esta construtora gosta de imagens duplas que se refletem numa espécie de espelhos): a de Ana Teresa Pereira, de Matar a Imagem, de 1989, a passar por Karen, prémio Oceanos, de 2016, à últimas obras. Casas sempre abertas: visitem Pepetela. Para quem gosta de um policial ao avesso, com um James Bond angolano, Jaime Bunda e o Agente Secreto; para quem quer conhecer a Angola de hoje, num fabuloso romance que nos amarra o estômago e se crava na consciência, com os meninos de rua e a violência dos predadores, Se o Passado não Tivesse Asas. Fica uma série de questões éticas no ar que nos deixa acordados. Sobrado: porque é brasileira esta casa de Jorge Amado, Os Velhos Marinheiros ou o Capitão de Longo Curso, que conta a história de Vasco Moscoso de Aragão, marinheiro cheio de histórias que encanta a cidade de Periperi, mas que, na realidade, nunca pôs os pés na água, fiacmos a saber que o que se vê pode não ser o que se é e que a verdade está escondida “no fundo de um poço”; se quiserem compreender melhor o mundo dos vossos docentes e as ambições que, por vezes, estão por detrás do meio académico, Farda Fardão Camisola de Dormir. É muito esclarecedor. Estou a piscar-vos o olho… Casa à espera de ser aberta: A Comédia da Vida, de Luzia. Há na GAUDEAMUS e garante muitos sorrisos a partir do retrato dos “indiferentes” desta vida, que passam por ela muito mais preocupados com a cor de um vestido (ou com as fotografias das redes sociais…) do que com o que se passa à sua volta. Luísa Paolinelli Docente da UMa

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Livro Azul

Olá! Eu sou o Pedro Vale, professor de primeiro ciclo e aluno universitário de Cultura na UMa. Vivo na ilha desde 2002 e adoro. Quando não estou a trabalhar ou a estudar leio e vou aos espetáculos. Gosto de fotografar à noite sempre em busca de uma nova narrativa e mergulho frequentemente, quer nas levadas da Laurissilva, quer no azul do mar. Em casa, se não estiver a ler ou a ver um filme, encontro-me geralmente a cozinhar ou a trabalhar na perfeição das bolas de lama brilhantes japonesas, chamadas “Hikaru Dorodango”. A parte preferida do meu dia é quando fico uns minutos a olhar para o teto sem pensar em nada. Azul Instantâneo é o meu primeiro livro e resulta de um exercício de escrita imediata e livre empreendido no Facebook durante um ano e meio. Poesia lírica, dadaísta, visual e concreta, filosofia, observação, experimentalismo e até haikus formam uma obra de arte portátil que apela diretamente aos sentidos dos leitores, resultando numa provocadora viagem sensorial. Convido-vos desde já à sua descoberta. A segunda edição está aí à porta! Podem acompanhar a caminhada azul instantânea no Facebook nos perfis “Pedro Vale” e “Livro Azul Instantâneo”, no Instagram em “pedro.vale.1293” e “pedro_a._vale” e no Twitter em “vale10pedro” e “livro_azul”. Por vezes Acontece entrarmos Num maravilhoso jardim árabe E sentarmo-nos logo ali No primeiro banco de pedra lisa Imaginando o azul do mar. Talvez um dia recordes num qualquer espelho torto quão simples fora a tua salva e te lembres daquela vez em que ceáramos apenas meia laranja e nada de pão naquela casa cega com o telhado a verter lágrimas de fel. Os meus sonhos são simples. Um coreto atual, uma praça ficcional, mistura de estranho jardim, bordel e prisão, um vestido dormido, milhões de línguas cortesãs, uma maçã trincada, jazz moderno, uma imposição vitoriana, talento comercial, cruzamentos, estações por abandonar, sorrisos satânicos, belas rameiras, uma precetora desenhada e cobras, e mais cobras. Os meus sonhos não sei se são simples. Helen Gruegge Students’ Union German Volunteer

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