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Bênção de um Universitário

Segundo Immanuel Kant, “Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha”. Este foi o lema que levei comigo ao longo da minha vida académica como caloiro e como novato nesta que é a fase crucial da vida de estudante. Quem não busca o seu futuro, não se identifica com aquilo que estuda ou com aquilo que segue e, por essa mesma razão, tomei a iniciativa de mudar efectivamente o meu percurso universitário que mais tarde culminaria em uma nova opção profissional. Comecei como qualquer outro estudante, misturado entre apoquentação e confiança, filosofando sobre as diversas anatomias que o curso de Estudos de Cultura iria apresentar, não só em termos teóricos mas em termos práticos. Claro que o nível seria diferente, a dificuldade iria aumentar, a devoção académica transcendia a qualquer outra dedicação e a perseverança elevava-se em uníssono com o nosso espírito. Começámos com a disciplina de Introdução à Linguística Portuguesa, aula leccionada pela professora Helena Rebelo, uma pessoa completamente culta e cheia de energia para nos transmitir. Confesso que ao início estava nervoso pois, neste novo ensino tudo é novo, tudo é mais árduo e por essa mesma razão acanhei-me um pouco no começo. Ao longo das cadeiras do primeiro semestre, a necessidade de expressar opiniões finalmente se desenvolveu num prisma que jamais acharia possível, visto que todas as matérias se divergiam num ponto, mas convegiam em muitos outros dando maior ênfase ao conceito e ao objectivo do curso. Entre obras de Mia Couto, mitos literalmente abstractos, introduções a metodologias de esquemas textuais, conhecimento mais complexo acerca da língua inglesa e por fim esclarecimentos linguísticos e aprendizagem de fenómenos fonéticos, tudo parece não ter qualquer relação. Contudo, cheguei à conclusão de que todas elas se resumiam à simples e eficaz procura e captação de conhecimento de certas culturas universais, exploração esta que teve por base, apresentações, frequências, teses e muitos outros formatos textuais. Não posso dizer que foi fácil, mas que no fim de tanto trabalho, sei que o suor valeu a pena, pela razão de que pude desenvolver capacidades mais acessíveis e flexíveis. Sei que houve persistência, entrega total e luta por um futuro decente. Logo, os resultados foram desejáveis e alcançáveis. Passado o 1.º Semestre, obtive uma visão equilibrada e mais correcta sobre aquilo que era o curso, sem receios para o semestre que se avizinhava. Empiricamente, digo que, se a dificuldade persistir, não há nada melhor do que confiar em si próprio e na sua opção, o que a partir daí significa força e determinação. Entra o 2.º Semestre, com uma força implacável sobre mim, com novos conteúdos, novos professores e novas etapas. Neste semestre, começámos com Antropologia Cultural, Problemática das Religiões, Inglês, Estudos Literários, e Introdução à Literatura e Turismo, que apesar de aparentarem um mundo novo, têm a sua devida relação com as disciplinas anteriores. Não só se resumem a mais um conhecimento geral e abrangente sobre as normas que devemos adoptar, como seres formados e disciplinados na nossa cultura, como também toda a informação acerca das diversas épocas literárias e respectivos géneros, isto pertencente à disciplina de Estudos Literários, leccionada pela Professora Maria Teresa Nascimento. Nesse semestre, estudámos e investigámos a lei do Homem, isto é, o seu surgimento no mundo e a consequente evolução. Neste prisma, aprendemos conceitos como “alteridade”; “etnologia”; “etnografia”; “cinofagia” e entre outros. A partir daí foi uma corrente que se estendeu desde os primórdios das conquistas globais (ex.: os descobrimentos), até perspectivas antropológicas desenvolvidas que nos permitiram ter uma visão mais aberta e complexa acerca do indivíduo numa determinada sociedade ou civilização. Tudo isto, deu-nos a clara ideia de que a construção do Homem remonta a épocas bem primordiais e que foram precisos diversos obstáculos para realmente começarmos a compreender o mundo no seu todo. Foi a disciplina que mais me motivou ao longo de todo o ano, isto porque abriu portas para aquilo que realmente quero para o futuro, que é a antropologia. Notei grande apoio por parte da professora o que foi muito bom, além de estar constantemente em descoberta e exploração, tornando a aprendizagem mais fácil e mais empolgante. Outra disciplina que me inspirou foi Inglês que, mesmo já aprendendo há anos nos ciclos de ensino, trouxe-me, na Universidade, política, história, cultura contemporânea e outras temáticas. Pensar que o Inglês se centra na gramática e no vocabulário é errado, visto a professora Dominique Costa ter-nos dado uma perspectiva polivalente do desenvolvimento desta língua. Em retrospectiva, eu aconselho a quem queira vivamente trabalhar no ramo da literatura, da cultura e até da história, a ingressar no nosso curso pelos domínios do conhecimento que abarca, numa perspectiva humanista. A minha visão profissional mudou assim que entrei no curso e, para quem pense que o curso não nos traz nada de útil, desengane-se. Se trabalhamos para o mesmo e se temos o mesmo objectivo de vida, há que ser confiante e é nisso que estou a trabalhar. Se existe um curso na Universidade da Madeira chamado de Estudos da Cultura, então existe um futuro baseado nesse meio para lutarmos e ao qual nos dedicarmos. Toda a turma se apoia. Mesmo que ainda se formem grupos, o que é inevitável, é um lar de apoio e entreajuda. Estou orgulhoso do meu trabalho até agora e sei que, se continuar assim e os que estão a ler este texto estiverem a compreender toda esta reflexão, acreditem que o curso ideal para conhecermos melhor a nossa vida, o nosso mundo e nossa cultura é este. Luís Ferro Estudante da UMa

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Para além do diploma, o que levas da universidade?

Hoje em dia, entrar na Universidade é praticamente comum nos países industrializados. A universidade passou a ser o prolongamento do ensino secundário, havendo cada vez mais jovens a ingressar no ensino superior. A entrada na universidade implica várias roturas, descontinuidades e recomeços. No entanto, significa também a definição de outros objetivos e a construção de novas experiências. Estar numa universidade implica reconhecer e adaptar-se a novos métodos, aprender a trabalhar em equipa, com pessoas diferentes, de diferentes idades e vivências, implica ainda saber comunicar com docentes, colegas, funcionários, aumentar a autonomia no estudo e pesquisa de informação, desenvolver novas estratégias de gestão de tempo e da ansiedade face a apresentações orais e exames de maior complexidade. No entanto, o percurso universitário não acarreta apenas mudanças e ganhos a nível intelectual. A experiência universitária também oferece ao estudante uma realidade rica e diversificada com ganhos incontáveis para o seu desenvolvimento pessoal, emocional e relacional. Ser estudante universitário significa experienciar e reconhecer emoções em si e nos outros, saber lidar com a pressão, a frustração, a desmotivação, a tristeza e a euforia; significa ainda ser tolerante à diferença, ser solidário, humilde, conhecer e aceitar pontos de vista diferentes e mostrar-se disponível para aprender com os outros; significa encontrar pontos de ligação, construir pontes, estreitar laços e identificar interesses idênticos que enriquecem as relações e perpetuam memórias. Mais do que um diploma, um estudante universitário leva consigo uma bagagem cheia de experiências e aprendizagens que não vêm no currículo nem são passíveis de “equivalências”. Por isso, se és finalista, estás de parabéns! Sugerimos que uses algum do teu tempo para abrir a tua bagagem e refletir no que foste capaz de guardar ao longo do teu percurso. Se ainda estás a percorrer o caminho da vida universitária, convidamos-te a fazer parte do Programa de Tutoria PARES, onde terás um tutor que te pode ajudar nesta viagem e a preencher a tua ‘bagagem’. Serviço de Consulta Psicológica da UMa

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