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Ainda vale a pena estudar?

Esta é uma questão colocada aos estudantes quando pensam em ingressar na vida académica. A verdade inconveniente é que muitos acabam por desistir da ideia em candidatar-se ao Ensino Superior por falta de condições financeiras ou porque precisam de trabalhar. Muitos outros ingressam com o objectivo de obterem um Curso Superior. Eu, como aluno que viera de um curso científico-humanístico, e que iniciou recentemente o seu percurso académico, sob o meu ponto de vista, menciono que vale a pena estudar. Para além do nosso curriculum vitae tornar-se mais completo, a vida académica trata-se de uma experiência de vida única. Normalmente os estudantes que ingressam num curso científico-humanístico, já têm em mente prosseguirem com os seus estudos. Contudo, todos os estudantes devem aproveitar o tempo, após a conclusão do Ensino Secundário, para aumentarem as suas qualificações. Embora o país esteja a atravessar um período de crise, ninguém deve pensar que não vale a pena estudar, porque no final de contas, o esforço e a dedicação de cada pessoa acabam por ser valorizados, seja no mercado de trabalho nacional, seja no mercado internacional. A Educação é o “motor” do progresso e do desenvolvimento e obviamente que quem menos estuda pertence à classe dos mais desfavoráveis neste mundo de grande concorrência e de grande exigência. Um apelo que posso vos fazer é de que não desistam daquilo que está ao vosso alcance, pois um dia dará os seus frutos. Quando olharem para trás, irão notar que os dias mais belos foram aqueles em que lutaram. Carlos Abreu Estudante da UMa Será que realmente ainda vale a pena estudar? Esta é uma questão que ainda atormenta muitos. Porquê é que tal acontece? Falta de emprego, dificuldades financeiras, são algumas de uma infinidade de possibilidades. Mas serão apenas essas as razões? Segundo o ponto de vista de algumas pessoas o Ensino Superior e o Ensino Secundário são um “desperdício de tempo”, pois muitos são da opinião de que perante a falta de empregabilidade em Portugal, com ou sem estudos, é difícil ingressar no mercado de trabalho. Mas lanço a questão: Será isso assim tão linear? Tendo em conta o que popularmente se afirma, a realidade é que se já é difícil ingressar no mercado de emprego com competências técnicas e reconhecimento académico, então sem estas competências a tarefa de encontrar trabalho é ainda mais complicada e demorosa. Muitos defendem que Portugal encontra-se numa crise financeira, onde as bolsas de estudos são cada vez menos e os rendimentos de apoio social sofrem cortes drásticos. Poderá isto afectar o nível de ensino a que os estudantes se submetem? Obviamente que os cortes nos apoios sociais e nas bolsas de estudos comprometem cada vez mais o nível do Ensino Superior, sendo que as propinas académicas são de um custo que não é acessível a todos. Mas será apenas isto que leva cada vez mais os jovens a desistirem de ingressar na vida académica? Em certos casos as verdadeiras razões para os estudantes não ingressarem no Ensino Superior coincidem com os pontos acima transcritos. Apesar disso, a verdade é que muitos afirmam também já não terem “paciência” para continuar a estudar, pois o estudo obrigatório causa “tédio suficiente”. Desta forma lanço a seguinte questão: E tu achas que ainda vale a pena estudar Cláudio Gomes Estudante da UMa

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A (in)utilidade das teses

De acordo com a Infopédia (2011), um mestrado é o “grau académico do ensino superior que […] é conferido a quem conclui o segundo ciclo de estudos”, um doutoramento é “[…] conferido a quem conclui o terceiro ciclo de estudos” e uma tese é o “trabalho original escrito para obtenção do grau de mestre ou doutor; proposição sustentada publicamente, numa escola superior ou universidade”. Os três conceitos estão intimamente ligados e, em Portugal, o Ensino Superior Público sustenta cerca de 1900 mestrados e mais de 650 doutoramentos. Segundo a Base de Dados “PORDATA” (2011), existem actualmente cerca de 135 000 alunos matriculados nestes graus académicos. Em 2009, a PORDATA afirma que 1399 indivíduos viram reconhecidas, por universidades portuguesas, as suas teses de doutoramento. Uma tese, independentemente da área de estudos ou grau académico a que pertence, tem como principal fim propor algo, tomar determinada posição, defender uma ideia baseada em pesquisas, estudos e teorias formuladas por quem a compõe. É, sem dúvida, um árduo trabalho, amplo, que desenvolve ideias, alimenta ou contra-ataca outras ideias e culmina num trabalho académico digno de se defender e tornar público. A principal questão prende-se com a sua utilidade ou falta dela. Por exemplo, das 1399 reconhecidas no ano de 2009, quantas teses estão a ser activamente aproveitadas, quantas têm uma aplicação válida e contribuíram para desenvolver aspectos das áreas a que estão ligadas? Quantos alunos têm o privilégio de ver os seus trabalhos finais, não como documentos que lhes irá conceder um determinado grau académico, mas como um passo vanguardista das suas áreas de intervenção ou formação? É um facto que os trabalhos defendidos e aprovados nas instituições universitárias em Portugal, e quiçá no Mundo, são os mesmos que se encontram fechados em bases de dados parcamente consultadas. Joana Correia, a frequentar a licenciatura em Psicologia, na Universidade da Madeira, afirma que “com o Processo de Bolonha, houve uma banalização das teses de mestrado/doutoramento, mas em contrapartida aumentou a sua diversidade em temáticas, sendo por isso contributos importantes para a comunidade científica.” Quanto à utilidade posterior diz que “se trata de mais uma fonte de estudo e material para todos aqueles que ainda estão no seu percurso académico e/ou todos aqueles que pretendam adquirir informação de fontes fidedignas.” Diana Nunez, aluna de Psicologia na mesma academia, defende, por seu lado, que deveria existir uma ferramenta que permitisse a toda a sociedade aceder a estes trabalhos, independentemente do seu tema ou academia. Rodrigo Silva, a frequentar o Mestrado em Psicologia da Educação, em Rio Maior, diz-se “um pouco céptico nesta matéria de teses, tal como nos trabalhos lectivos de licenciatura e do fazer por fazer. “Na minha opinião todos estes estudos, deveriam ser uma resposta a uma necessidade real, seja ela colectiva, social, cultural, empresarial ou mesmo singular. Só trabalhado casos reais é que nos aproximamos da realidade e saímos do tubo de ensaio que é o ensino.” Esquecimento, pouca adequação às necessidades da sociedade, mas também, aumento das temáticas trabalhadas e de fontes de informação fidedignas, são algumas das características fundidas no actual sistema de mestrados e doutoramentos em Portugal. Perante isto, outra questão aprimora-se: qual a solução para este panorama? Crozier (1970), no seu livro “A Sociedade Bloqueada”, assegura que “a universidade e a sociedade vivem naturalmente em simbiose.” Realmente, como o autor afirma “uma universidade isolada fica cega”. Por essa razão, na nossa humilde opinião de estudantes, urge uma mudança. O bom português gosta de se acomodar, mas vivemos num mundo em permanente alteração, que nos obriga a caminhar em passos rápidos, adequando o nosso passo ao dos demais. Há que criar oportunidades. E se estas existem, têm de ser aproveitadas, quanto mais não seja para nos apercebermos que há um mundo fora das paredes das academias e que trabalhamos, não também, mas preferencialmente para ele. A resposta, a mudança, o reconhecimento verdadeiro está nas mãos de todos. Nós e o mundo somos os responsáveis da (in)utilidade do nosso trabalho. Vera Duarte Alumnus

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Eduque-se para mais tarde não ouvir ‘Estudasse’

Visando tanto a formação para a cidadania como a mão-de-obra altamente qualificada capaz de torná-la economicamente competitiva no plano internacional, a União Europeia perspectiva a Educação como formação de recursos humanos. De acordo com o compromisso assumido pelo Conselho Europeu em 2000, habitualmente conhecido como ‘Estratégia de Lisboa’, a UE estabeleceu como objectivo para 2010 a constituição de uma Sociedade Europeia do Conhecimento, através da qual será capaz de fazer frente às restantes economias avançadas (como Austrália, Estados Unidos e Japão) e em ascensão (como Brasil, China e Índia). De forma concreta a Estratégia de Lisboa estabeleceu metas de redução do abandono escolar no Ensino Básico, de aumento da escolaridade média da população para o Ensino Secundário, de combate à iliteracia e de aumento da porção da população adulta que aposta na aprendizagem ao longo da vida. Aperceberam-se os líderes europeus de que o desenvolvimento económico está directamente associado ao desenvolvimento científico e tecnológico, o qual também se reflecte socialmente, e nessa óptica, decidiram apostar no ensino das Ciências e das Tecnologias. Em Portugal, por exemplo, várias foram as políticas educativas que advieram da Estratégia de Lisboa: a reforma dos currículos nacionais, o Magalhães, o Ciência Viva, a oferta de formação profissional em estabelecimentos de ensino público, as Novas Oportunidades, entre outros. A importância destas políticas é tão grande que a Ciência e a Tecnologia passaram mesmo a integrar a designação oficial dos Ministérios que as tutelam, assumindo papéis determinantes das estratégias de governo de sucessivas legislaturas. Usando a comédia shakespeariana, pergunta o comum cidadão não será ‘tanto barulho por nada’? A verdade é que estas sucessivas reformas no ensino modelaram e modelarão a forma de pensar e de agir dos portugueses, além de implicarem um enorme investimento do Estado que pesa nos bolsos dos contribuintes. A resposta não é simples, como é óbvio, até porque muitas destas estratégias políticas foram mal aceites por diferentes sectores da sociedade (começando pelos próprios professores), e tiveram certa publicidade negativa resultante da pouca transparência dos gastos estatais. Além disso, a visão economicista da educação da parte de quem governa, leva a uma perspectiva economicista da sociedade e, tal como se vê actualmente, isso provoca mudanças que afectam muita gente em nome de um bem comum que parece não chegar. A medalha tem, no entanto, um reverso positivo que precisa de ser devidamente valorizado. Uma sociedade culta e educada é uma sociedade que tem menor probabilidade de comer gato por lebre, que sabe pesar prós e contras e tomar decisões responsáveis sem se deixar influenciar por quem fala mais alto. É uma sociedade com espírito crítico em que a elite intelectual dá lugar a uma massa intelectual, com todas as suas vantagens e desvantagens. É uma sociedade mais democrática, pelo menos do ponto de vista ideológico. A aposta no ensino das ciências permite formar cidadãos mais esclarecidos, que sabem exactamente porque razão devem votar a favor ou contra algo, sem que sejam guiados por campanhas mais voltadas para o estômago do que para o cérebro, por exemplo. São cidadãos que em caso de doença, tanto sabem os limites das mezinhas (sem que hajam artes ocultas à mistura), como usar de forma responsável os fármacos disponíveis no mercado. São cidadãos que respeitam as regras de trânsito e de conduta social, que educam os filhos sem os espacarem, que tomam o seu futuro pelas rédeas em vez de esperarem a concretização de desejos ou premonições. A aposta do ensino das ciências permite ainda formar novos investigadores. Portugal será pátria para mais Amatos Lusitanos, Egas Monizes, Antónios Damásios ou Joões Maguejos e, em vez de os exportar, sabê-los-á manter e investir nas suas descobertas ou invenções, desenvolvendo-se e deixando de estar tão dependente do estrangeiro. Terá um desenvolvimento suficiente até para gerar novos Camões, Pessoas e Saramagos, novas Amálias, novas Paulas Rêgos, melhores governantes. Até mais Futres, Figos e Ronaldos. Jean-Baptiste Colbert sobre o seu modelo mercantilista de governo do Estado, afirmou que ‘O dinheiro é o sangue das monarquias’. Aplica–se inteiramente à actualidade pois o dinheiro é o verdadeiro sangue do organismo de um Estado e a melhor forma de o gerar é através do desenvolvimento científico e tecnológico. É esse mesmo desenvolvimento que permitirá uma maior igualdade dos cidadãos. Carlos Diogo Pereira Estudante de Ensino da Biologia e de Geologia do EB3/ES

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