Já pensou enviar, só de ida, o seu professor em Erasmus? Pois a Universidade da Madeira pensou por si — e abriu oficialmente as inscrições. É uma oportunidade única de promover o intercâmbio académico e, ao mesmo tempo, livrar-se temporariamente daquele docente que insiste em usar presenças obrigatórias e dizer “PowerPoint é para fracos”. Fontes da Reitoria que preferem não se identificar garantem que o formulário de inscrição vem pré-preenchido por estudantes entusiasmados, com sugestões de destinos como “o mais longe possível” ou “qualquer sítio sem Wi-Fi”.
A iniciativa, que pretende a mobilidade internacional dos professores, tem sido recebida com entusiasmo por parte dos estudantes, que esperam que esta política permita uma chance de respirar fundo… pelo menos até à chegada do professor substituto, normalmente um doutorando competente e preparado. Recebida com um misto de esperança e cautela, a iniciativa levanta dúvidas legítimas: e se os destinos recusarem os docentes?
A próxima fase incluirá também funcionários técnicos e administrativos. O plano? Exportar a lentidão processual e a mística do “volte amanhã” para outros países. Há inclusive quem proponha, como medida de equidade, uma mobilidade inversa: enviar em Erasmus aquele colega que fala em reuniões de grupo como se estivesse a defender uma tese ou o barulho da biblioteca. Se é para internacionalizar, que se leve tudo. Até o trauma.
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