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De regresso à universidade e ao “stress”

Sejam bem-vindos a toda a agitação da vida académica; ao (re)encontro com colegas e professores, com trabalhos e exames; à necessidade de cumprir prazos e horários; à antevisão de algumas noites mal dormidas e refeições apressadas; ao ter que gerir a ansiedade perante situações diversas; ao tentar encontrar o seu lugar no grupo e lidar com a competição, por vezes, sentida; ao ter que lidar com a pressão para ser bem-sucedido, corresponder a expectativas e, ainda, ao ter que gerir finanças; angústias e frustrações, dúvidas e preocupações (“Estarei à altura?”, “Tenho que provar que sou capaz…”).

Depois de um tempo de interregno, nem sempre é fácil regressar a esta realidade, em que a capacidade de gerir o stress é continuamente testada, e em função da qual será determinada a melhor ou pior adaptação a este contexto. Note-se que o stress tem um efeito cumulativo, pelo que caso não sejam encontradas respostas efetivas para estas situações, a crescente ansiedade, dores de cabeça, tensão muscular, cansaço, irritabilidade (…), tornarão mais difícil a concentração, rendimento, motivação, tomada de decisões, levando a sentimentos de exaustão.

Porém, tomando por inspiração a metáfora usada por Daniel Sampaio, podemos, ser comparados a um Ferrari que tem tudo para ser bem-sucedido, mas que pelo facto da estrada da vida não ser suave e sem buracos, não consegue andar tão depressa quanto o seu potencial, tendo de se equipar com pneus mais ajustados ao terreno e reparar alguns dos buracos da estrada. Assim somos nós! Face a todas as pedras ou buracos com que nos deparamos, potenciais fontes de stress, precisamos desenvolver os nossos recursos de gestão de stress, e pô-los em ação de modo a melhor nos ajustarmos ao caminho a percorrer.

Deste modo, a forma como “lemos” as situações constitui um possível recurso, já que afeta a forma como lidamos com as mesmas. Podemos, então, perceber o regresso à universidade como algo ansiogénico, tornando mais difícil o confronto com situações de stress ou, por outro lado, encará-lo como uma oportunidade para explorar novos contextos e atividades, construir novas relações e saberes.

Cuidar diariamente da nossa saúde física e mental; tentar encontrar um equilíbrio entre a vida pessoal e académica; adotar um estilo de vida saudável, com a prática de exercício físico, bons hábitos alimentares e uma boa higiene do sono; e ainda reconhecer que existem momentos em que podemos beneficiar da ajuda de alguém para recuperar o nosso bem-estar psicológico, são outros dos recursos de que dispomos.

Por tudo isto, encaremos este ano como uma oportunidade para desenvolver o nosso potencial, não só pela edificação de conhecimento, mas também pelo nosso próprio crescimento, porque somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e pelos recursos que pomos em ação na gestão do dia a dia, sendo que o stress, tal como referido por Hans Selye, é “o tempêro da vida e sem stress, a vida não teria excitação, desafios, nem sentido de aventura…”.

Serviço de Consulta Psicológica da UMa

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