As palavras-chave permitem que o leitor tenha acesso aos artigos que foram classificados com esse vocábulo enquanto etiqueta. Dessa forma, o repositório digital de notícias da ET AL. é filtrado para que o leitor consulte o grupo de artigos que corresponde à palavra-chave que selecionou. Em alternativa, pode optar pela procura de termos na barra de pesquisa.

Etiqueta Selecionada

Humanidades

De Gestão aos Estudos Regionais e Locais

Apresentamos a segunda parte da entrevista ao mestrando Nuno Dias, da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira. Integrar este mestrado dá-lhe mais acesso a informações/assuntos/temas que anteriormente não estavam ao seu alcance? Obviamente que sim, até porque desperta as nossas curiosidades para temas/informações/assuntos que não faziam parte de uma conduta mais rotineira, cria em nós a possibilidade de encarar de forma diferente a análise para as diferentes vicissitudes da vida quotidiana. Analisando as cadeiras que teve, existe uma área que lhe tenha chamado mais atenção? A unidade curricular de história do municipalismo (…) foi um enorme desafio lançado pelos docentes. Tive a necessidade de fazer algo de completamente novo, designadamente analisar um ano inteiro de atas de vereação, da Câmara Municipal do Funchal, e fazer um trabalho sobre os acontecimentos que marcaram o ano de 1806, defendendo esse trabalho em contexto de sala de aula e sujeito à sábia crítica dos professores. Quais seriam os desafios (tanto positivos como negativos) de se estudar num mestrado em Estudos Regionais e Locais? Os desafios para mim foram inúmeros, pois estava numa posição difícil por se tratar de algo completamente fora da minha zona de conforto, com unidades curriculares diferentes das minhas bases académicas, o que requereu muita energia, foco, dedicação e resiliência. No entanto, o grupo de mestrandos sempre foi coeso e adotou uma conduta sistemática de entreajuda para que ninguém cedesse perante as dificuldades. Qual a sua opinião acerca do funcionamento do mestrado? Acha que poderiam ser feitas e tomadas mais iniciativas, para que este fosse mais valorizado ou aderido? Sobre essa questão já tive uma conversa com a senhora Diretora do Curso, doutora Helena Dias Rebelo. Julgo ser necessário implementar uma vertente mais prática, no sentido de podermos realizar algumas deslocações para locais externos à própria Universidade, por exemplo museus, bibliotecas, arquivos, etc., compreendendo, porém, que existe uma enorme dificuldade com a articulação dos horários dos alunos com os professores. Acredito que seria adequado trazer algumas personalidades à Universidade para partilhar conhecimentos e implementar um maior dinamismo ao mestrado. São apenas sugestões. Como conjuga a sua vida pessoal, profissional e académica? Muito difícil essa gestão. Inicialmente salientar o excecional apoio da minha esposa que foi inexcedível para que fosse exequível, visto que com dois filhos menores (9 anos e 11 meses) foi uma conjugação muito complexa. Por outro lado, as horas de sono reduziram substancialmente, pois há que fazer opções para conseguir gerir as várias frentes de trabalho e nunca desanimar e resistir sempre através da auto motivação. Com uma vida profissional muito preenchida e exigente, foi sempre possível a compreensão por parte da Direção da AT-RAM, a quem agradeço na pessoa sua diretora dra. Lima Camacho, e de Sua Excelência, o sr. Secretário Regional da Finanças, dr. Rogério Gouveia, que sempre foram exemplares na sua forma de estar e no apoio concedido. Para aqueles que, em áreas de especialização diferentes pretendem enveredar por um outro campo científico, mas sentem-se desinformados o que os tem a dizer? Relativamente a essa questão, referir que nos dias que correm o acesso a informação é cada vez mais fácil, com um leque maior de fontes de recolha de informação (especialmente em fontes abertas) e com a possibilidade de contatar diretamente os organismos para poderem ser corretamente esclarecidos e clarificar as eventuais dúvidas que existam. Referir ainda que, enveredar por outro campo cientifico deverá ser encarado como uma oportunidade de aferir novos conhecimentos, aumentar as suas valências e competências, mas acima de tudo expandir os seus horizontes. Entrevista conduzida por Luís Ferro ET AL. Com fotografia de Fabien Barral.

LER MAIS...

Há um novo projeto na área dos Estudos Insulares

No âmbito da Semana das Artes e Humanidades, foi apresentada no dia 12 de maio de 2022 a Enciclopédia Digital em Estudos Insulares, por Ana Isabel Moniz, investigadora e professora da UMa. Entrevistámos a docente, para conhecer este novo projeto. Como nasceu a ideia de criar uma enciclopédia em estudos insulares? A ideia nasceu da vontade de investigar a realidade insular, a vários níveis, nomeadamente a de fazer uma investigação que permita a análise crítica das representações poéticas da experiência da ilha, assim como do potencial poiético e criador do arquétipo “ilha” nas literaturas e culturas insulares. Godfrey Baldacchino afirma que, nos nossos dias, cerca de 10% da população mundial (600 milhões de pessoas) vive em ilhas, sejam tropicais, de clima moderado ou polar, numa área que ronda 7% da superfície terrestre. Uma condição geográfica natural que poderá contribuir para a existência de uma eventual identidade cultural inerente a um pensamento insular que molda a experiência de quem convive com essa circunstância. O que poderá significar que a condição periférica tende a converter as ilhas em espaços epistemológicos singulares cientes das suas dissemelhanças e especificidades, motivadas sobretudo pela distância geográfica do continente, mas também da própria identidade nacional. É, portanto, um campo vasto de saber que convida à investigação. Que pesquisa científica fez? O projecto enquadra-se na área da nissologia, enquanto área de conhecimento dedicada à exploração científica interdisciplinar das temáticas da ilha, da experiência da insularidade e da mesologia dos seus ecossistemas, particularmente focada no cruzamento dos estudos literários com as várias ciências sociais, em particular com a geografia e a história, produzindo, em articulação interdisciplinar, conceitos como o de pensamento arquipelágico, popularizado por Glissant no culminar das suas investigações em torno da experiência insular das Antilhas e da Crioulidade, que via como característica de uma identidade global resultante da condição pós-colonial e pós- moderna da contemporaneidade. É ainda de destacar o pensamento de autores como Gilles Deleuze e Félix Guattari, Grant McCall e Bertrand Westphal, cujos trabalhos em torno da relação afectiva entre o humano, o espaço e o território levou ao desenvolvimento de disciplinas como a geofilosofia, a geopoética, a geocrítica e a própria nissologia. Na mesma linha, a proposta de Elizabeth DeLoughrey para o desenvolvimento da arquipelografia, pensada enquanto proposta historiográfica, e a proposta de Daniel Graziadei, de uma poética insular, a nissopoética, são confluências entre os estudos literários e a filosofia metodologicamente enquadrada na proposta epistemológica dos estudos insulares. Que desafios encontrou na sua construção? Nas últimas décadas, os estudos insulares têm suscitado um interesse crescente por parte da comunidade de investigadores de distintas áreas do saber, comprovado pelo aumento do número de publicações e encontros científicos sobre o assunto. Introduzir, nesta área, um modelo de trabalho que privilegia o trabalho digital, de cariz interdisciplinar e em cooperação, implica sempre desafios, não só financeiros, mas também desafios suscitados pelo trabalho realizado à distância. Mas, para já, têm sido desafios que têm valido a pena. Quem colaborou na realização desta obra? Neste momento de construção da Enciclopédia, já recebemos colaborações de universidades de diversos países, nomeadamente, Portugal (Madeira, Lisboa, Açores), Inglaterra, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta, Noruega, Estados Unidos, Japão e de Instituições/Associações tais como Instituto de Geografia e Ordenamento do Território – IGOT-ULisboa, ISISA – International Small Islands Studies Association, SICRI – Small Island Cultures Research Initiative, Association CALI, França (Bretanha), Institut de Recherche pour le Développement (IRD) UMR Espace-dev, Maison de la Télédétection, entre outros. Qual considera ser a importância deste testemunho para a comunidade académica e não-académica? Desenvolver conhecimento em torno das questões relacionadas com heranças, pensamentos, símbolos e lugares das ilhas e insularidades no mundo global. Acredita que a sua divulgação em suporte digital tenha peso na adesão dos estudantes a essa área de estudo? Embora tenha a convicção de que o meio digital não substitui totalmente o papel, acredito que, na investigação, o acesso digital permite atingir mais rapidamente os leitores, agilizando a investigação, sobretudo em termos de tempo e de alcance. Como é que os estudos insulares entraram no seu leque de interesse? A vida académica tem destes desafios! Ser professor implica não só a parte lectiva de contacto com os estudantes, mas também a de investigação. Daí que integre, como membro investigador, o CEComp, Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A investigação que realizamos para a Enciclopédia Digital em Estudos Insulares inclui a conformada pela Utopia, que tem sido trabalhada no Cluster Viagem e Utopia do CEComp. Quais são os seus projetos futuros nesta área? Numa primeira fase, é disponibilizar a Enciclopédia em linha de acesso livre e estabelecer uma rede de trabalho interinstitucional em Estudos Insulares com sede no CEComp/UMa. Numa fase seguinte, pretendemos organizar, em Portugal, uma edição da conferência bianual da ISISA e um volume decorrente desse evento, e obviamente, integrar alunos de pós-graduação e pós-graduados no trabalho científico. Cotamos ainda criar, numa fase posterior, um mapa digital das literaturas e culturas insulares em português. O que prevê com a divulgação desta enciclopédia para a área dos estudos insulares, e, de um modo geral, para as humanidades? O estabelecimento de uma rede de cooperação internacional que permitirá a divulgação, no exterior, do trabalho desenvolvido na Universidade da Madeira e no CEComp e, também, a expansão de possibilidades futuras de colaboração a nível internacional. A investigação em Humanidades é também a promoção da humanidade. Entrevista conduzida por Luís Ferro ET AL. Com fotografia de Ahmed Yaaniu. Nota dos editores: A entrevistada segue a grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.

LER MAIS...

Regresso dos cursos de ensino da área das línguas “tem de ser bem estudado” na faculdade

A Faculdade de Artes e Humanidades (FAH) da Universidade da Madeira tem seis cursos de licenciatura, nove mestrados e dois doutoramentos. Segundo Joaquim Pinheiro, atual presidente dessa unidade, a faculdade “tem por missão oferecer uma sólida formação, norteada por princípios de rigor intelectual, pedagógico e científico, combinando tradição e inovação, em diálogo permanente com o global”. A ET AL. conversou com o Presidente da FAH sobre os cursos e os seus desafios. Qual o balanço da Semana das Artes e Humanidades e que impacto poderá ter na promoção do trabalho de estudantes, investigadores e docentes da FAH? O balanço que, em conjunto, fazemos é bastante positivo. Tivemos cerca de 25 docentes da Faculdade envolvidos em actividades, dezenas de estudantes e muitas pessoas da comunidade civil que se sentiram atraídas pelo programa e que integraram as várias sessões temáticas. Acreditamos que estas iniciativas têm um impacto elevado na promoção dos nossos cursos e na maior visibilidade dada à investigação que está a ser desenvolvida pelos nossos docentes. Além disso, realçamos o empenho dos nossos estudantes, reforçando a sua ligação com a Faculdade e os cursos em que estão inscritos. Para 2022, o Orçamento do Estado para cultura representa menos de 0,3% do total e reserva 86,7% das verbas disponíveis para “despesa corrente, aquisição de bens e serviços e despesas com pessoal” (Público). Qual é o impacto que a falta de investimento nesse sector tem tido na atração de estudantes para os cursos ministrados pela Faculdade? De facto, falta uma política cultural de médio e longo prazo no nosso país, sendo incompreensível que os sucessivos Governos não compreendam o retorno económico que o investimento na cultura pode ter. Isso tem, naturalmente, efeitos negativos na produção cultural e científica da área das Humanidades, mas é preciso salientar que a criatividade, a capacidade individual ou de grupos, bem como o conhecimento científico, acabam sempre por ter resultados positivos, sobretudo a longo prazo. Em termos de procura de estudantes, os primeiros ciclos da Faculdade têm registado uma significativa procura, completando as vagas. Quanto aos segundos ciclos, vamos abrir dois novos mestrados acreditados pela A3ES (Design e Psicologia Clínica, da Saúde e Bem-Estar), mantendo a oferta dos restantes mestrados (Estudos Regionais e Locais; Gestão Cultural; Linguística: Sociedades e Culturas; Literatura, Cultura e Diversidade; Psicologia da Educação). Tanto para os mestrados, como para os dois doutoramentos da Faculdade, temos procurado, com os Directores de Curso, encontrar novas vias de promoção e captação de estudantes. Sabemos que a problemática sobre as desistências e os abandonos atinge todo o Ensino Superior. Os dados do governo indicam, numa das piores situações dos cursos da faculdade, que quase 30% dos alunos de Estudos de Cultura na UMa não renovaram a sua inscrição para o 2.º ano. O que pode e deve ser feito para contrariar esse fenómeno? O problema do abandono e das desistências tem diversas razões e são questões distintas e que devem ser tratadas com muita cautela. Nesse e noutros casos, os Directores de Curso estão a acompanhar a situação, juntamente com os respectivos docentes, de forma a apurarmos as razões e a definirmos estratégias que reduzam o abandono e as desistências. Há razões imediatas, como por exemplo o facto de termos estudantes que ingressam no curso por ter sido a sua 3.ª opção, ou razões sociais, relacionadas com o desemprego familiar ou outras. Noto que tanto para Estudos de Cultura, como para outros ciclos de estudos da Faculdade, todos os anos temos, no total, cerca de 20 reingressos ou até mais, que é um sinal positivo. A faculdade tem meios para compreender as razões das desistências e do abandono dos seus cursos? Usamos os meios previstos na Regulamentação interna e por acção dos Conselhos de Curso, onde os estudantes estão representados. Um dos aspectos que os estudantes salientam como muito positivo na nossa Faculdade é a proximidade estudante-docente durante o processo formativo. Esse facto tem de ser potenciado para nos ajudar a melhorar algumas situações. Que conhecimento tem do tratamento dado ao fenómeno das desistências e dos abandonos na UMa? Tenho o conhecimento que é referido nos guiões de avaliação submetidos à A3ES e que são fornecidos pelo Gabinete de Controlo de Qualidade. Quando um estudante desiste e dá entrada a um requerimento nesse sentido, conseguimos acompanhar a situação. Porém, quando um estudante abandona sem dar qualquer informação, torna-se muito mais complicado. O Registo Nacional de Teses e Dissertações indica 7 dissertações do mestrado em Estudos Regionais e Locais, desde 2018. Em mais de 4 anos, este é o número que esperavam? Noto que o ciclo de estudos que referem não abriu todos os anos lectivos nesses 4 anos. Há estudantes que se inscrevem e que têm apenas o objectivo de concluir o primeiro ano, o que é um direito que temos de respeitar. Acresce que estamos numa área de estudo que foi bastante afectada pela pandemia, pois vários estudantes ficaram impedidos de consultar, por exemplo, arquivos e bibliotecas. Além disso, a maioria dos estudantes já tem uma actividade profissional, facto que dificulta muitas vezes a conciliação entre trabalho e elaboração da dissertação. Certamente que, nos próximos anos, várias dissertações serão concluídas. Os cursos de Estudos de Cultura e de Comunicação, Cultura e Organizações, perante um cenário anunciado de falta de professores, deveriam ser combinados ou substituídos pelos cursos da área de línguas que eram leccionados, nos anos 90, pela UMa? Na minha opinião, não podemos colocar a questão dessa forma. Os dois cursos preenchem as vagas há vários anos, oferecendo formações distintas. No caso de Estudos de Cultura temos cerca de 110 estudantes e em Comunicação, Cultura e Organizações cerca de 150. Na sua maioria, os estudantes que ingressam nesses ciclos de estudos têm perspectivas de uma carreira profissional que não passa pelo ensino. Os cursos para formação de professores têm exigências previstas na lei que não se coadunam com os dois planos de estudos destes cursos. Acresce que seria necessário um investimento elevado na contratação de docentes doutorados, por exemplo em algumas áreas das Didácticas

LER MAIS...

Dois caminhos profissionais, um propósito de vida

Nuno Dias é aluno de 1.º ano do mestrado em Estudos Regionais e Locais na Universidade da Madeira. Com uma licenciatura em Gestão, trabalha atualmente na Autoridade Tributária e Assuntos Fiscais (AT-RAM) da Secretaria Regional das Finanças da Madeira, mais precisamente na aérea dos Impostos Especiais sobre o Consumo. Como muitos colegas, é trabalhador e estudante, conciliando dois mundos. Aqui fica a primeira de duas partes da entrevista a Nuno Dias. Qual a importância de continuar a sua formação no Ensino Superior, após uma licenciatura? A formação é um factor nuclear na vida de um ser humano, que deverá ser sempre um foco de qualquer profissional, pois através dela conseguimos aferir novos conhecimentos, específicos ou mais generalistas, que nos fazem expandir os horizontes e poder assim adquirir novas competências/valências para por em prática nos desafios profissionais diários, bem como para o enriquecimento pessoal como ser humano. O que o levou a ingressar no mestrado em Estudos Regionais e Locais? A opção tida consubstanciou-se no facto de, após alguma reflexão, ter decidido que havia chegado a hora de incrementar as minhas habilitações académicas e, considerando as opções existentes na Universidade da Madeira, foi o mestrado que mais se adequa as minhas ambições em termos académicos. Quais foram as maiores dificuldades a nível burocrático? As maiores dificuldades foram de conciliar os meus horários laborais com os horários de funcionamento dos serviços de apoio ao estudante da UMa, para tramitar todos os procedimentos com vista à obtenção do estatuto de trabalhador-estudante. No entanto, é de referir que as senhoras funcionárias dos serviços da UMa anteriormente referidos, foram inexcedíveis no cuidado e na atenção para solucionar a minha questão. De todas as experiências profissionais e pessoais, o que este desafio académico acrescenta? Este desafio académico acrescenta um conhecimento mais localizado das especificidades da cultura insular (conhecimento à escala micro) e dos desafios diários que uma população tem para habitar numa região insular, bem como compreender a evolução da sua organização política, administrativa, cultural e económica ao longo dos últimos séculos da nossa história. Permitiu enriquecer os meus conhecimentos para melhor compreender a articulação e a forma de viver do seu povo, nas suas crenças, cultura e tradições, em suma a sua história tão característica e muito marcada pelas sequelas da história coletiva. Sendo que trabalha na área das ciências económicas, o que a motivou a fazer um mestrado na área das humanidades? Este mestrado também tem uma unidade curricular marcada pelas ciências económicas (na aérea do turismo), mas a área das humanidades permitiu-me enriquecer uma parte da minha formação que se encontrava em déficit, fazendo com que essa vertente fosse mais trabalhada, visando um maior equilíbrio. De que forma consegue relacionar as duas áreas? Na minha opinião, uma área não vive sem a outra. São complementares, na mediada em que a área das ciências exatas terá mais e melhor relevância na sua aplicabilidade quando também existem conhecimento inerente à área das humanidades, pois a adequação das decisões será muito melhor se utilizarmos as sinergias para atingirmos os objetivos finais. No mundo atual, sempre em grande transformação e com um ritmo muito mais acelerado, o processo de decisão sobre uma qualquer matéria/ assunto será muito mais ajustado quando as nossas valências/ competências se alicerçarem em conhecimentos que abrangem as duas áreas. Considera que o mestrado tem lhe trazido benefícios? De que maneira? Claro que sim. Logo pelos factos já supra elencados, como também a partilha de conhecimentos entre os próprios mestrandos, compreendendo os seus percursos, conhecimentos, ambições, etc., e com os professores que partilham as suas vivências e sensibilidades e nos fazem refletir sobre as temáticas abordadas. O mestrado é também a partilha de conhecimento entre todos e concede a possibilidade de encontramos novas amizades e pessoas que mais tarde nos podemos socorrer para melhor nos aconselharmos sobre um determinado assunto. Entrevista conduzida por Luís Ferro ET AL. Com imagem de Joanna Kosinska.

LER MAIS...

Variação Linguística, Identidades e Mobilidades

A Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira vai realizar no dia 20 de maio, entre as 10:45 e as 18:00, no Campus da Penteada, o Seminário Internacional: Variação Linguística, Identidades, Mobilidades. Esta iniciativa insere-se no âmbito da Licenciatura em Estudos de Cultura e do Mestrado em Linguística: Sociedades e Culturas e irá contar com a presença de um vasto leque de oradores, composto por: Alina Villalva (Universidade de Lisboa), Aline Bazenga (Universidade da Madeira), Bruna Pereira (Universidade da Madeira), Fabio Scetti (Universitè Paul-Valéry Montpellier 3), Helena Rebelo (Universidade da Madeira), Idalina Camacho (Universidade da Madeira), Jean Léo Léonard (Universitè Paul-Valéry Montpellier 3) e Naidea Nunes (Universidade da Madeira). Mais informações aqui. Universidade da Madeira

LER MAIS...

Revendo Padre Emanuel Eleutério Figueira de Ornelas

É com enorme pesar que a Universidade da Madeira participa o falecimento do Revendo Padre Emanuel Eleutério Figueira de Ornelas, antigo professor da UMa, na área de Estudos Clássicos e Humanísticos. Nascido, em Câmara de Lobos, em 1943, licenciou-se em Sagradas Escrituras, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, e em Línguas e Literaturas Clássicas, pela Universidade de Lisboa. A par da sua atividade pastoral, colaborou com a Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, no Centro de Apoio do Funchal, e, desde a primeira hora, com a Universidade da Madeira, tendo sido responsável pelas cadeiras de Língua Grega e Latim, entre 1990 e 2003. O Professor Eleutério de Ornelas, marcou, pelo seu conhecimento das línguas clássicas, colegas e estudantes que foi conhecendo na sua atividade letiva. Recordamo-lo hoje, com muita gratidão, prestando-lhe a homenagem que justamente merece pelo seu carácter extraordinário e por uma vida dedicada ao serviço da sua comunidade e ao saber. Fonte: Universidade da Madeira.

LER MAIS...

Bênção de um Universitário

Segundo Immanuel Kant, “Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha”. Este foi o lema que levei comigo ao longo da minha vida académica como caloiro e como novato nesta que é a fase crucial da vida de estudante. Quem não busca o seu futuro, não se identifica com aquilo que estuda ou com aquilo que segue e, por essa mesma razão, tomei a iniciativa de mudar efectivamente o meu percurso universitário que mais tarde culminaria em uma nova opção profissional. Comecei como qualquer outro estudante, misturado entre apoquentação e confiança, filosofando sobre as diversas anatomias que o curso de Estudos de Cultura iria apresentar, não só em termos teóricos mas em termos práticos. Claro que o nível seria diferente, a dificuldade iria aumentar, a devoção académica transcendia a qualquer outra dedicação e a perseverança elevava-se em uníssono com o nosso espírito. Começámos com a disciplina de Introdução à Linguística Portuguesa, aula leccionada pela professora Helena Rebelo, uma pessoa completamente culta e cheia de energia para nos transmitir. Confesso que ao início estava nervoso pois, neste novo ensino tudo é novo, tudo é mais árduo e por essa mesma razão acanhei-me um pouco no começo. Ao longo das cadeiras do primeiro semestre, a necessidade de expressar opiniões finalmente se desenvolveu num prisma que jamais acharia possível, visto que todas as matérias se divergiam num ponto, mas convegiam em muitos outros dando maior ênfase ao conceito e ao objectivo do curso. Entre obras de Mia Couto, mitos literalmente abstractos, introduções a metodologias de esquemas textuais, conhecimento mais complexo acerca da língua inglesa e por fim esclarecimentos linguísticos e aprendizagem de fenómenos fonéticos, tudo parece não ter qualquer relação. Contudo, cheguei à conclusão de que todas elas se resumiam à simples e eficaz procura e captação de conhecimento de certas culturas universais, exploração esta que teve por base, apresentações, frequências, teses e muitos outros formatos textuais. Não posso dizer que foi fácil, mas que no fim de tanto trabalho, sei que o suor valeu a pena, pela razão de que pude desenvolver capacidades mais acessíveis e flexíveis. Sei que houve persistência, entrega total e luta por um futuro decente. Logo, os resultados foram desejáveis e alcançáveis. Passado o 1.º Semestre, obtive uma visão equilibrada e mais correcta sobre aquilo que era o curso, sem receios para o semestre que se avizinhava. Empiricamente, digo que, se a dificuldade persistir, não há nada melhor do que confiar em si próprio e na sua opção, o que a partir daí significa força e determinação. Entra o 2.º Semestre, com uma força implacável sobre mim, com novos conteúdos, novos professores e novas etapas. Neste semestre, começámos com Antropologia Cultural, Problemática das Religiões, Inglês, Estudos Literários, e Introdução à Literatura e Turismo, que apesar de aparentarem um mundo novo, têm a sua devida relação com as disciplinas anteriores. Não só se resumem a mais um conhecimento geral e abrangente sobre as normas que devemos adoptar, como seres formados e disciplinados na nossa cultura, como também toda a informação acerca das diversas épocas literárias e respectivos géneros, isto pertencente à disciplina de Estudos Literários, leccionada pela Professora Maria Teresa Nascimento. Nesse semestre, estudámos e investigámos a lei do Homem, isto é, o seu surgimento no mundo e a consequente evolução. Neste prisma, aprendemos conceitos como “alteridade”; “etnologia”; “etnografia”; “cinofagia” e entre outros. A partir daí foi uma corrente que se estendeu desde os primórdios das conquistas globais (ex.: os descobrimentos), até perspectivas antropológicas desenvolvidas que nos permitiram ter uma visão mais aberta e complexa acerca do indivíduo numa determinada sociedade ou civilização. Tudo isto, deu-nos a clara ideia de que a construção do Homem remonta a épocas bem primordiais e que foram precisos diversos obstáculos para realmente começarmos a compreender o mundo no seu todo. Foi a disciplina que mais me motivou ao longo de todo o ano, isto porque abriu portas para aquilo que realmente quero para o futuro, que é a antropologia. Notei grande apoio por parte da professora o que foi muito bom, além de estar constantemente em descoberta e exploração, tornando a aprendizagem mais fácil e mais empolgante. Outra disciplina que me inspirou foi Inglês que, mesmo já aprendendo há anos nos ciclos de ensino, trouxe-me, na Universidade, política, história, cultura contemporânea e outras temáticas. Pensar que o Inglês se centra na gramática e no vocabulário é errado, visto a professora Dominique Costa ter-nos dado uma perspectiva polivalente do desenvolvimento desta língua. Em retrospectiva, eu aconselho a quem queira vivamente trabalhar no ramo da literatura, da cultura e até da história, a ingressar no nosso curso pelos domínios do conhecimento que abarca, numa perspectiva humanista. A minha visão profissional mudou assim que entrei no curso e, para quem pense que o curso não nos traz nada de útil, desengane-se. Se trabalhamos para o mesmo e se temos o mesmo objectivo de vida, há que ser confiante e é nisso que estou a trabalhar. Se existe um curso na Universidade da Madeira chamado de Estudos da Cultura, então existe um futuro baseado nesse meio para lutarmos e ao qual nos dedicarmos. Toda a turma se apoia. Mesmo que ainda se formem grupos, o que é inevitável, é um lar de apoio e entreajuda. Estou orgulhoso do meu trabalho até agora e sei que, se continuar assim e os que estão a ler este texto estiverem a compreender toda esta reflexão, acreditem que o curso ideal para conhecermos melhor a nossa vida, o nosso mundo e nossa cultura é este. Luís Ferro Estudante da UMa

LER MAIS...

“A César o que é de César…”

O título deste texto é, como se sabe, parte da resposta proferida por Jesus Cristo quando questionado, de forma provocatória, sobre a legitimidade de pagar tributo a Roma. Terá dito mostrando a efígie do imperador numa moeda romana: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” O César representado na moeda era provavelmente Tibério, que por adopção herdara o cognome Caesar do seu padrasto, ele próprio também César por adopção. Na origem, Caesar é cognome da família de Gaio Júlio César, célebre general e estadista romano, conhecido entre os mais novos principalmente graças às aventuras de Astérix e Obélix, e provavelmente uma das personagens mais conhecidas da história romana. Conhecida e citada! Todos nós já alguma vez usámos uma das suas célebres frases: “Cheguei, vi e venci!” (em Latim, veni, vidi, vici) ou “Os dados foram lançados” (Alea iacta est), a primeira usada para demonstrar a extrema facilidade de uma conquista, a segunda usada no contexto de uma situação que é irreversível. Outras expressões que a César devemos serão menos conhecidas mas o seu uso é frequente. Lembremos a tantas vezes mencionada mulher de César, a quem não basta SER séria, é preciso PARECER séria. Poucos, ainda assim, saberão que a expressão – que valoriza a imagem e a aparência, acima da essência – tem origem num episódio da vida conjugal de César. Numa festividade religiosa reservada às mulheres, em honra da Bona Dea, uma deusa associada à fertilidade, e celebrada a 3 de Dezembro, foi detectada a presença de um homem, Clódio, na casa de César, o que levantou suspeitas acerca do comportamento da então esposa de César, Pompeia. Foi Aurélia, a mãe de César e sogra de Pompeia, quem se apercebeu do intruso (por esta razão, sabemos que César não pode ter nascido de cesariana, já que a mãe não teria sobrevivido, na altura, a uma intervenção deste tipo)… Espalhado o boato, que foi aproveitado pelos inimigos políticos quer de César quer de Clódio, meses depois e já divorciado de Pompeia, ao perguntarem a César em tribunal por que razão se divorciara da esposa, terá dito, de acordo com Plutarco: “porque considerei que a minha esposa não deve suscitar suspeitas”. Quer se tivesse tratado de uma estratégia política, quer tivesse sido uma justificação conveniente para o divórcio, o que é certo é que para a esposa de César nunca mais foi suficiente ser moralmente correcta. A César devemos também a ideia de que as pessoas acreditam naquilo que querem, tenham ou não razões para o fazerem. A ideia aparece numa das suas obras, A guerra das Gálias (homines id quod volunt credunt). Trata-se, na verdade, de um comentário a uma estratégia militar: César convenceu um gaulês apoiante dos romanos a fingir-se desertor e a transmitir aos gauleses a ideia de que os romanos enfrentavam grandes dificuldades. Entusiasmados com estas falsas notícias, os gauleses, sem questionarem a veracidade das informações, atacaram os romanos que, obviamente, os esperavam e os venceram. Ficou a expressão, como um aviso contra as “inverdades” e contra os “factos alternativos”… Cristina Santos Pinheiro Professora da UMa e investigadora do UL-Centro de Estudos Clássicos

LER MAIS...

Lar, doce lar: o significado profundo das palavras

Além de um significado imediato, conhecido do público em geral, a expressão «Lar, doce lar» preserva vestígios da língua, da cultura e da religião da Roma Antiga, vestígios que, normalmente, acabam por passar despercebidos. «Lar, doce lar»: eis uma expressão conhecida da maioria. Feliz todo aquele que se pode acolher à protecção de um lar. Em português, a palavra «lar» designa a parte da cozinha onde se acende o lume, o chão da chaminé, sendo sinónimo de «lareira». Por extensão, designa também a casa de habitação, independentemente do seu tamanho, e a família que nela se acolhe. O que poucos terão presente é a realidade que se oculta por detrás destas palavras. Estamos perante vestígios da língua, da cultura e da religião romanas. De origem etrusca, os Lares eram divindades romanas que velavam pelos recintos domésticos e pelas encruzilhadas. Quando representados, assumiam a forma de adolescentes, apoiando-se apenas num pé e envergando uma túnica curta. Numa das mãos seguravam uma cornucópia. O Lar Familiaris protegia os lugares em geral e as casas em particular, protecção que se estendia sobre toda a família, ou seja, sobre todos aqueles que se abrigavam sob um mesmo tecto: parentes, libertos e escravos. O centro de uma casa romana era o atrium. Aí se reuniam os membros da familia em redor do fogo, que tanto servia para preparar os alimentos como se revestia de carácter sagrado, ao assinalar a presença do Lar Familiaris. Mais tarde, quando as casas romanas se tornaram mais complexas, a dupla função de lugar de culto do deus e lugar do fogo desdobrou-se. O fogo utilitário passou então para a culina (a cozinha) e culto manteve o seu lugar de honra no atrium, passando a ocupar o lararium, um nicho com frontão triangular onde se guardava a imagem do deus. Do latim lararium deriva, por via erudita, o português «larário». Era neste altar que se assinalavam acontecimentos importantes, relativos à entrada ou saída de alguém do âmbito familiar (nascimentos, casamentos e mortes). Ao Lar Familiaris eram consagrados os três dias mais solenes no calendário de cada mês: as calendas (calendae), as nonas (nonae) e os idos (idus). Nas propriedades rurais (uillae), bem como nas encruzilhadas, veneravam-se os Lares Compitales, assim chamados porque se lhes prestava culto no compitum, o lugar em que os domínios de uma propriedade se cruzavam com os das propriedades vizinhas. Era nesse lugar e em honra destas divindades que se celebrava um ritual, a 1 de Janeiro. O desdobramento entre lugar de culto do Lar Familiaris e lugar do fogo parece não ter ocorrido nas domus da faixa ocidental da Península Ibérica, território que corresponde grosso modo a Portugal. A evidência que atesta esta realidade é o facto de continuarmos a chamar «lar» ao lugar onde arde o fogo. De «lar» deriva o vocábulo português «lareira», tal como, de «fogo», «fogueira». A memória do culto ao Lar Familiaris e do lugar da casa a ele consagrado surge, assim, como que fossilizada nas nossas palavras «lar» e «lareira». Lembremos, enfim, que o valor sagrado de que se revestia o fogo, em tempos manifestação visível da presença do Lar Familiaris, permanece ainda atestado no facto de continuarmos a chamar «fogo» a uma casa. Telmo Corujo dos Reis Professor da UMa

LER MAIS...

Mitos clássicos, hermafroditas e andróginos: um desafio?

De acordo com a versão de Ovídio, Hermafrodito era filho, como o nome indica, dos deuses Hermes e Afrodite. Poucas categorias se terão mostrado, ao longo dos séculos, tão estranhamente e ao mesmo tempo estáveis como as de sexo e género. Ainda que a dicotomia homem/mulher, macho/fêmea seja considerada “natural”, por se basear em características biológicas, não deixou de com frequência se mostrar insuficiente. Alguns mitos clássicos problematizam esta diferenciação, apresentando uma reflexão acerca da forma como os traços biológicos associados à noção de sexo condicionam as expectativas culturais que configuram o conceito de género. Por esta razão, seres que reúnem elementos dos dois sexos afloram aqui e ali na mitologia, desafiando o que os Gregos consideravam ou “feminino” ou “masculino”. Seres hermafroditas como o próprio Hermafrodito ou como o andrógino do Banquete de Platão revelam os sinais de uma análise mais ou menos coerente da necessidade social do outro, do anseio pela “cara-metade” enquanto base fundamental da existência humana. De acordo com a versão de Ovídio, Hermafrodito era filho, como o nome indica, dos deuses Hermes e Afrodite. Era um jovem belo e garboso, que, nas suas viagens pelo mundo, encontrou um lago de águas cristalinas onde habitava uma ninfa, Sálmacis. Tomada de amores pelo jovem, a ninfa declara-se mas não obtém dele mais do que repugnância e desprezo. Afasta-se então, mas enquanto Hermafrodito, seduzido pela frescura do lago, se banha nas suas águas, Sálmacis atira-se ao jovem, abraça-o e pede aos deuses que nunca os separem. Por algum motivo insondável, os deuses anuíram e fizeram de dois corpos um só. E, acrescenta Ovídio, não se percebe se é homem ou mulher, porque não parece nem um nem o outro, mas ambos. Aristófanes, uma das personagens d’O Banquete de Platão explica a orientação sexual de cada indivíduo com o mito do andrógino. Num passado remoto, existiriam à face da terra três tipos de seres, cada um constituído por duas metades: um ser que tinha duas metades masculinas, outro tinha duas femininas e o terceiro tinha uma metade de cada género. Como, por se sentirem completos, se tornaram demasiado confiantes, decidiram atacar os deuses que, em resposta, os dividiram a todos ao meio. Assim nasceu a actual raça humana: cada um sente a falta da sua metade. Ora, se um indivíduo resulta da separação do ser andrógino, que tinha uma metade masculina (andro-) e uma feminina (gino-), procurará um parceiro do sexo oposto. Todavia, se resulta da separação dos outros dois, procurará um parceiro do mesmo sexo. Estes são apenas dois exemplos duma preocupação constante na história da humanidade: a de criar categorias para explicar, para “arrumar” o mundo. A possibilidade de existir “o verdadeiro hermafrodita”, um ser com os dois sexos capaz de gerar em si próprio, foi durante muito tempo uma ideia assustadora. Ao longo dos séculos, o hermafroditismo e a homossexualidade foram identificadas como patologias, por vezes temidas e associadas às maquinações de forças diabólicas; outras vezes foram consideradas prova do poder exuberante da natureza que não se rege pelas normas dos homens. E neste momento da história onde nos situamos? Cristina Santos Pinheiro Docente da UMa

LER MAIS...
OS NOSSOS PARCEIROS