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Economia do sexo

O conceito de bem-estar é aquele que mais se foca na Economia. Este é por norma quantificado em unidades monetárias ou noutra unidade que meça a utilidade, vulgarmente chamada de útil. De forma a dissipar todo e qualquer tabu que exista sobre esta temática, nada melhor do que fazer o paralelo entre dois temas que podem parecer contraditórios: o Sexo e a Economia. Qualquer assunto que se relacione com o sexo parece à primeira vista, uma temática para sexólogos, sociólogos ou psicólogos, mas nunca para economistas. Mas sendo uma das prioridades do economista estudar soluções que maximizem a felicidade das pessoas, dois professores de Economia, David G. Blanchflower e Andrew J. Oswald, realizaram um estudo que visou mostrar o quão importante é a actividade sexual para o bem-estar do Homem. O estudo, que foi realizado com uma amostra de 16000 Americanos, apresentou resultados, no mínimo, surpreendentes. Concluiu-se que os casados são aqueles que provam mais do fruto proibido assim como a felicidade é maior quando o número de parceiros é igual a 1. Para todos aqueles que acreditaram sempre que o dinheiro é um afrodisíaco muito eficaz, comprovou-se que rendimentos mais altos não implicam maior actividade sexual. Por último, as pessoas que confirmavam ter mais relações sexuais também se mostravam mais felizes. Não só ficamos mais felizes com mais sexo, como também nos tornamos mais produtivos, porque também há uma relação entre estas duas variáveis. Segundo um estudo realizado por Andrew Oswald, Eugénio Proto e Daniel Sgroi da Universidade de Warwick, a produtividade dos trabalhadores aumenta com a felicidade destes. Para além destas conclusões a que vários economistas chegaram, existem outras que se revêem na lógica económica. Exemplo disto é o ponto de vista de muitos profissionais de Economia no que concerne à prostituição. Para muitos a ilegalização da prostituição é um dos melhores exemplos do quão ineficaz é esta medida em termos económicos. Steven Levitt e Stephen Dubner, autores da obra Superfreakonomics, afirmam que não há pior política do que proibir a prostituição, primeiramente porque é complicado para as autoridades controlar a actividade, em segundo lugar porque, na eventualidade de punir um trabalhador do sexo, através da prisão, originará uma diminuição na oferta com uma procura constante, isto é, o número de clientes mantém-se. Isto faz com que o preço do serviço aumente, consequentemente, torna-se mais atractivo entrar nesta actividade. Em países como a Holanda, a actividade é legal, fazendo com que as pessoas que se dedicam à prostituição tenham um acompanhamento médico que previne as doenças sexualmente transmissíveis e obriga os trabalhadores do sexo a pagarem impostos pela sua actividade, contribuindo para as finanças públicas. Tendo em conta que alguns destes profissionais chegam a auferir 10 000 euros por mês, se pensamos que a taxa de IVA atinge os 23%, no território continental, a escolha da legalização da actividade torna-se cada vez mais atractiva. Em forma de término, através destas taxas a actividade poderia perder trabalhadores, devido à redução do lucro, assim como o controlo da prostituição faria com que o tráfico ilegal de mulheres diminuísse exponencialmente. Sérgio Rodrigues

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Como falamos de sexo?

A resposta à questão pode ser dicotómica: se por um lado temos as mentes que muito vagueiam e opinam sobre o tema, por outro temos quem mais se resguarde do assunto. Num relacionamento mais longo, por exemplo, há um desenvolvimento crucial da sexualidade que está intimamente ligado à evolução da própria relação. E desenvolvimento não é sinónimo de melhoramento. P. Vaughan, no seu Mito da Monogamia, afirma que 60% dos maridos e 40% das esposas já traíram. E. Brown, directora do Key Bridge Therapy and Mediation Center, atesta que um dos principais motivos para trair é a falta de intimidade. Eu, humildemente, complemento, dizendo que o único culpado é o casal. Por se esquivar, todos os dias, de conversar sobre si. Por esquecer, aos poucos, a sua intimidade, de quão importante é a partilha de prazer e por ignorar que os “assuntos da cama” são fulcrais para uma relação profícua. J. Gameiro, psiquiatra, diz que para os homens a variável sexo é a mais importante, enquanto para as mulheres a sua importância está dividida com outros aspectos. Afirma que “os casais que se dão mal, normalmente não funcionam bem na cama”. Não funcionam porque não dialogam, não “conseguem comunicar sobre como gostam de estar um com o outro”, não são capazes de se ouvir, têm (demasiado) pudor. Josefina Lobato, doutora em Antropologia Social, relata no seu Prazeres e Deveres, que o sexo acaba, em muitos casais, por se tornar um hábito e um dever, levando a que se queiram vivenciar determinados momentos extra–conjugalmente, quase defendendo que compromisso e sexo não combinam. No entanto, afirma, baseada no Kamasutra, que “aquele que deseja virtude, prosperidade e amor sexual deve […] tornar-se senhor dos seus sentidos” e, digo eu, abrir a mentalidade ao diálogo nas relações. Resta saber onde se situa a origem do problema: no interior da relação ou antes do início da mesma. Repetidamente questiono-me se, por acaso, as pessoas assinam alguma cláusula que, algum tempo depois, os obrigue a evitar o sexo, o beijo, o toque, a sedução e a conquista diária?! Talvez a falha não seja de agora. Eduardo Sá admite que é preciso educar-se para o sexo e para o amor. Desde cedo. Que se fale entre pais e filhos, maridos e mulheres. O psiquiatra ressalva que não se pode resumir a sexualidade “ao aparelho reprodutor e aos métodos contraceptivos”, que “é urgente acarinhar uma cultura do prazer”, “fantasiar”. Então, como falamos de sexo? Mal e porcamente, permitam-me e perdoem-me a expressão. “É por isso que é urgente falar da sexualidade não tanto como o princípio do prazer mas como aquilo com que as pessoas constroem a sua infelicidade. Pelos sentimentos que guardam. E com o silêncio com que os revestem” (Sá). Na falha da vida sexual, a culpa não morre solteira. Morre em cada homem e em cada mulher que ao não falarem de sexo, com os cônjuges, ou com quem partilham a cama, sentenciam a sua felicidade e arrumam o sexo como uma experiência de infelicidade e dever. Vera Duarte Alumnus

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