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Luciana Ferreira

Não deixemos que outra pandemia prospere

Seja ao nível da saúde mental ou física, como no caso da Covid-19, seja em questões ligadas ao género, orientação sexual, origem étnica, religião ou estatuto social, o estigma e a discriminação criam prejuízos para uma sociedade que se quer resiliente. Por este motivo, todos somos chamados a ajudar no combate ao estigma e à discriminação, evitando a propagação de mitos e crenças errados, assentes em preconceitos e estereótipos, provenientes do medo e do desconhecimento. Assim, a procura de conhecimento de qualidade e a reflexão crítica sobre a realidade, não agindo em piloto automático, aceitando as diferenças inter-individuais, constituem o caminho que importa seguir, mas que nos leva a uma viagem desafiante para fora da nossa zona de conforto. O ser humano está geneticamente preparado para responder às ameaças do meio envolvente. Assim, se por um lado somos máquinas de sobrevivência, por outro, somos seres biopsicossociais, determinados pela cultura e aprendizagens. Estas dinâmicas levam-nos a integrar a nossa identidade e a criar um sentido de pertença. No entanto, podem de igual modo criar limites, quando não aceitamos as diferenças do “outro”, considerando-as indesejáveis. É neste contexto que pode surgir o estigma e a discriminação. A discriminação refere-se ao tratamento negativo de uma pessoa/comunidade, por pertencer a um certo grupo. É, pois, o preconceito em forma de ação. Note-se que o preconceito representa um julgamento formado antecipadamente e sem fundamento crítico. Por tudo isto, a discriminação resulta, muitas vezes, na violação dos direitos e liberdades fundamentais, levando à rejeição, segregação e exclusão social. A pandemia da Covid-19 trouxe ao de cima muitas histórias deste tipo, tanto contra pessoas de certas origens étnicas, bem como qualquer pessoa que pudesse ter estado em contato com o vírus, o que acarretou múltiplos custos e perigos acrescidos para o bem-estar individual e social. O medo dos rótulos ou de poder ser percecionado como ameaça por outros, e ser excluído como tal, trouxe risco acrescido de contágio, pela possibilidade da pessoa esconder os seus reais sintomas e/ou adiar a procura de cuidados de saúde. Nesta e noutras situações, a própria pessoa pode chegar a internalizar as ideias estigmatizantes, acreditando que tem menos valor por conta do seu problema de saúde, condição física, escolhas e/ou crenças. Por tudo isto, e porque o conhecimento e a reflexão crítica são os nossos melhores aliados, não nos deixemos afundar em medos irracionais assentes no desconhecimento. Lembremo-nos que o Coronavírus e outros problemas de saúde não discriminam. Não discriminemos nós também, e evitemos assim perigar a nossa saúde e a saúde dos que nos rodeiam, contribuindo para construir uma sociedade mais amadurecida, empática e capaz de superar a adversidade, porque tal como dizia Darwin: “Não é a espécie mais forte ou a mais inteligente que sobrevive. É aquela que é mais adaptável face à mudança.” Luciana Ferreira e Carla Vale Lucas Serviço de Psicologia da UMa

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Já cuidou da sua saúde mental hoje?

Será que damos a devida importância à nossa saúde mental e cuidamos adequadamente da mesma? No nosso dia a dia é normal que nos magoemos e que surjam o que podemos chamar de feridas psicológicas. Estas feridas definem-se através do mal-estar causado, exibindo uma constelação de sinais e/ou sintomas (seja por exemplo, ao nível do sono, apetite, motivação, preocupação, choro…), que representam um processo normal de resposta do organismo à situação, por vezes mais stressante e/ou angustiante. A higiene mental passa por monitorizar e tratar das feridas psicológicas, atempadamente, antes que cresçam e causem prejuízos no nosso funcionamento/ desempenho em diferentes áreas, adotando por isso uma série de hábitos que contribuem para a manutenção do nosso bem-estar. Deixamos, por isso, dicas de como proceder à higiene mental no dia a dia: 1. Perante uma “ferida psicológica”, preste atenção à dor emocional sentida. Ganhe consciência acerca do que se está a passar, dos pensamentos e sentimentos que lhe ocorrem, bem como dos comportamentos adotados. A prática do journaling (escrever sobre o que pensa, sente, age) pode ser uma ferramenta útil, contribuindo para aumentar a autoconsciência. 2. Permita-se sentir. “Estou a sentir-me triste, neste momento, tenho motivos para isso, mas em breve irei ficar melhor…” 3. Ative estratégias que lhe permitam diminuir a reatividade fisiológica provocada pelas experiências emocionais. Por exemplo, respire lenta e profundamente, sentindo o corpo a relaxar à medida que o faz. 4. Esteja atento ao seu pensamento, identifique e interrompa ciclos de pensamentos que possam ser prejudiciais, questionando os mesmos e/ou substituindo-os por outros. 5. Pense em estratégias de resolução de problemas que possa ativar. Pergunte-se “O que posso fazer para me sentir um pouco melhor e/ou para resolver esta situação?”, “Será que posso ler o que aconteceu de uma outra forma?” 6. Aposte no autoconhecimento e autoaceitação, identificando forças e fragilidades, treinando a autocompaixão. 7. Defina objetivos para si, desenvolva um plano e vá monitorizando, de modo a fazer os ajustes necessários. Assuma uma postura de aprendizagem e desenvolvimento contínuo, consciente que o aprender com o erro faz parte do processo. 8. Peça ajuda sempre que necessitar. A procura de suporte social pode ser um elemento protetor da saúde mental. Cuide e reforce as suas relações interpessoais. 9. Pratique exercício físico, cuide da alimentação e da higiene do sono, aposte em atividades gratificantes e prazerosas, que promovam o seu bem-estar (por ex.: fotografia, dança…), prestando atenção ao seu corpo e mente, como um todo. Por tudo isto, invista na prática da higiene mental. O autocuidado mental fortalecerá a sua/a nossa saúde, o que ajudará a prosperar. Se quer saber mais sobre esta temática, explore: https://bit.ly/2vBQv3z Luciana Ferreira Serviço de Psicologia da UMa

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