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Diversidade

As nossas três vidas: familiar, profissional e académica

Para trabalhar e estudar, não é necessário ter uma licenciatura concluída. Muitos estudantes, por opção ou necessidade, optam por conjugar a vida académica com a profissional. Por vezes, essa combinação ocorre apenas no mestrado ou no doutoramento. Noutras situações, a atividade letiva é tão intensa que a interação entre os dois mundos não é possível. A ET AL. começa um ciclo de entrevistas com vários estudantes que têm o desafio de caminhar com as responsabilidades familiares, profissionais e académicas. Não pretendemos que sejam exemplos, mas esperamos que possam servir para ilustrar desafios que são superados. Que possam ser testemunhos honestos de uma realidade que poderá ser a de muitos estudantes, em alguma etapa das suas vidas. Melita Teixeira, aluna do 2.º ano do mestrado em Literatura, Cultura e Diversidade na Universidade da Madeira fala-nos sobre a experiência. Licenciada em Sociologia da Cultura, conta-nos como é se adaptar a um novo ciclo, com estudantes mais novos e a ritmos diferentes, tudo isso conciliando com o mundo familiar e profissional. Para os que estão em dúvida, entre se devem avançar com um mestrado ou não, fiquem com o seu testemunho. Qual a importância de continuar a sua formação no Ensino Superior, após uma licenciatura? É sempre importante mantermo-nos ativos, estarmos atualizados em termos de conhecimentos e, claro, continuar a desenvolver competências. A mudança continua na procura dessa dinâmica. O que a levou a ingressar no mestrado em Literatura, Cultura e Diversidade? O facto de que para mim são áreas de interesse. Quais foram as maiores dificuldades? Ter de reunir uma quantidade de documentos necessários no tempo pré-determinado, pelo facto de desconhecer certos procedimentos e não ser uma nativa digital. O ter de conseguir gerir tempo e espaço, reorganizar-me, planear e replanear. Contudo, consegue-se alcançar o objetivo, com algumas redefinições contínuas. O mestrado tem trazido benefícios? De que maneira? Sim. Do ponto de vista psicossocial imensas. No que diz respeito a atualizar e adquirir conhecimentos, igualmente. Está a ir ao encontro de todas as minhas expetativas. Analisando as cadeiras, existe uma área que tenha chamado mais atenção? Não. Todas as cadeiras são essenciais e foram no sentido de nos abrir os horizontes sobre Literatura, principalmente a Contemporânea, correlacioná-la com a Cultura e a Diversidade e vice-versa. Para além de que são importantes para nos prepararem para o sucesso dos nossos objetivos. No seu conjunto, permitem termos uma visão mais esclarecedora do mundo em que vivemos. Quais seriam os desafios de se estudar num mestrado em Literatura, Cultura e Diversidade? O principal foi tratar-se de um curso em horário pós-laboral, com o seu ponto negativo associado – estar cansada após um dia de trabalho, mas sempre podemos frequentar e manter a atividade laboral. Na vida pessoal, tive e tenho os comentários de que “agora já não apareço” e que “estou sempre ocupada”, mas descobri que sei quais são os momentos em que tenho de dizer “sim”. Os restantes desafios foram sendo “vencidos”, aulas a decorrer em simultâneo com prazos de entrega de trabalhos de investigação, preparar apresentações, investigações e horários de consulta complicados para quem tem um horário laboral por cumprir, a disponibilidade para “analisar e consultar” é complicado, pois a biblioteca tem um horário que tem de ser cumprido e nem todos os livros podem ser requisitados. O estacionar, o chegar a horas são também outra desvantagem. O facto de que o ar condicionado dentro de certas salas é ensurdecedor. É a conclusão a que se chega após mais de uma hora a estarmos expostos a ele. A nossa primeira sala teve este problema e foi solicitada a mudança, esta mudança foi maravilhosa e para mim fez a diferença, eu estava já num ponto de saturação. É que estávamos desde as 18:00, não era só a dor de cabeça, até tínhamos dificuldade em ouvirmos os docentes. Mas tudo isto foi sendo superado e supera-se com o apoio dos docentes, que foram e são excelentes quando abordados, saliento a boa comunicação, acessíveis e sempre predispostos a orientar. As pessoas da portaria e todos os restantes colaboradores são atenciosos e colaboram. Hoje em dia já conheço os serviços e os espaços disponíveis, sempre que solicito ajuda tenho-a, desde a portaria, a biblioteca, o bar, o Núcleo de Informática, o Gabinete do Apoio ao Estudante, a secretaria da faculdade, os serviços administrativos gerais, a Associação, …, todos estão disponíveis e tem sido este o percurso. Outra coisa positiva, são as estratégias que vamos arranjando e a “força” que descobrimos e que nos leva a continuar. No fundo, realmente, o maior desafio é superar o “cansaço” e a maior felicidade é sentir que conseguimos atingir etapa a etapa, ao nosso ritmo. Que opinião tem acerca do funcionamento do mestrado?  Eu tenho uma opinião muito positiva sobre a questão que me coloca, mesmo muito positiva. Poderiam ser feitas e tomadas mais iniciativas, para que este fosse mais valorizado ou aderido? Em relação ao resto, não me vou pronunciar, deixo-a ao cuidado da organização do Curso. Como conjuga a sua vida pessoal, profissional e académica? Virei malabarista! Desculpe, estou a brincar, mas acredite, foi e passa um pouco por fazer “malabarismo” entre a área pessoal e a social. Escolhas, é isto! Foram e são escolhas. Optei por ter vida social restrita e minimalista. Perdem-se momentos e estou limitada em termos de os poder proporcionar. Promovê-los? Nem pensar! Não há muito tempo, e os que tenho de organizar são escassos, são os “importantes”. O resto? Estão à espera que eu tenha tempo. O que é importante mantém-se. Acabei por descobrir os momentos “importantes”, aqueles que eu sinto que se não os ter fico a “pensar” neles. A vida pessoal e a familiar foi e está organizada no sentido de conseguir atingir as etapas do curso e eu crio meta etapas a que me vou propondo, porque é evidente que estou consciente que não tenho a disponibilidade que os meus colegas têm, têm fronteiras mais fluidas. Eles transitaram diretamente da licenciatura e como ainda não trabalham têm ritmos diferentes do

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Compreender a diferença e aceitar a diversidade

“Não há, não, Duas folhas iguais em toda a criação. Ou nervura a menos, ou célula a mais, não há, de certeza, duas folhas iguais.” – António Gedeão Ao longo do ano vemos assinaladas no calendário várias efemérides, as quais vão sendo comemoradas de diferentes formas. O Dia Nacional da Pessoa com Deficiência celebra-se a 9 de Dezembro. Nesse dia, importa olharmos também para dentro de nós porque a inclusão faz-se de dentro para fora, ou seja, a forma como sentimos e pensamos a diversidade vai traduzir-se em comportamentos, vai condicionar relações e movimentos sociais. No contexto educativo todos os alunos necessitam de diferentes estratégias pedagógicas, quer do tipo humano, técnico e material, com o objetivo de assegurar os fins da educação, por exemplo, atingir a autonomia. Contudo, ao longo do percurso escolar, para alguns alunos, poderão surgir eventualmente necessidades educativas especiais (NEE). Assim, quem são os alunos com necessidades educativas especiais? São os alunos que devido a uma problemática específica, além das estratégias mais comuns atrás referidas, necessitarão de outras complementares mais específicas e personalizadas, com metas singulares e progressivas (Batista, 1997).No que concerne às metas e objetivos, é importante referir que estas devem ir ao encontro das particularidades de cada aluno, independentemente de este estar inserido numa turma de ensino regular ou especial. Tem-se vindo a assistir, de fato, a uma passagem de um ensino “discriminatório”, que privilegia os alunos que obedecem aos padrões estandardizados, para um ensino mais inclusivo e aberto à diversidade a todos os níveis. Na construção de uma escola mais inclusiva, é cada vez mais comum a participação e a cooperação dos diferentes elementos que compõem a comunidade educativa, assim como todos aqueles que interagem com o aluno. O importante é compreender o aluno numa perspetiva ecológica. O enfoque do ensino não tem como objetivo primordial formar alunos recetáculos de informação e grandes conhecedores teóricos, mas sim, pelo contrário, formar pessoas capazes de utilizarem e praticarem o conhecimento adquirido e aceitarem a diferença. É imperativo, mais do que conhecer as vantagens da escola inclusiva, praticar e contribuir para um ensino mais inclusivo. Reconhecendo que não existe fórmula mágica que nos permita ficar imunes a qualquer tipo de dificuldade quer seja como consequência do envelhecimento, de acidente ou de outras circunstâncias, é necessária esta consciencialização para não avaliar negativamente o impacto das necessidades educativas especiais em todas áreas da vida da pessoa (Fernandes, Almeida & Mourão, 2007). Embora se reconheça a importância de uma escola inclusiva, no sentido de que alunos com diferenças (raciais, NEE, físicas, étnicas, religiosas, entre outras) sejam integrados, ainda parece utópico pensar numa inclusão em plenitude. Mas sabemos que é por aí que devemos avançar, urge à sociedade ser inclusiva, e cada um de nós pode começar já com gestos singulares no quotidiano, percebendo a riqueza e o colorido da diversidade. Referências Bibliográficas Baustista, R. (Coord.) (1997). Necessidades Educativas Especiais. Lisboa: Dinalivro. Fernandes, E. M., Almeida, L., & Mourão, J. (2007). Inclusive university education viewed by the non disable students. The International Journal of Diversity in Organizations, Communities and Nations, 7(1), 169-178. Dina Freitas Carla Rodrigues Raquel Santos Tatiana Nunes Catarina Faria Estagiárias de Psicologia da Educação

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