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Argentina

Centro de Química da Madeira recebeu mais uma investigadora da Argentina

A ET AL. entrevistou Angela Carboni, que veio de Buenos Aires para o Funchal, para se dedicar à investigação científica no Centro de Química da Madeira. Além dos estudantes estrangeiros para os seus cursos, a UMa recebe todos os anos investigadores de várias nacionalidades ao abrigo de diferentes programas de investigação científica ou inovação tecnológica. O Centro de Química da Madeira (CQM), que realiza o seu 9.º Encontro anual entre 28 e 30 de setembro, é um centro de investigação da Universidade da Madeira (UMa) que recebe investigadores de todo o mundo para promoção da sua investigação, projetando o nome da Universidade da Madeira na comunidade científica internacional. O CQM tem uma atividade diversificada que se centra na investigação, passando pela disseminação da ciência e da tecnologia, prestação de diversos serviços à comunidade e oferta de bolsas de investigação, de estágios e outras posições no quadro da ciência. Angela Carboni é uma investigadora argentina que trabalha num projeto internacional que o CQM integra, reunindo centros de investigação e indústria de Portugal, da Argentina, de Espanha, de França e do Reino Unido, sendo financiado pela União Europeia através do programa Horizonte 2020. O projeto de investigação que participa é o PREMIUM, acrónimo para PREservação de MIcroorganismos pela Utilização de Mecanismos de protecção envolvendo oligossacáridos. Pretende a obtenção de oligossacáridos (açúcares) com atividade prebiótica e crioprotetora que possam ser usados para auxiliar a proteção e crescimento de bactérias lácticas que são benéficas para a nossa saúde. A ET AL. conversou com a investigadora sul-americana para conhecer o seu trabalho que, entre outros objetos de estudo, tem dedicado alguma atenção à farinha obtida das lentilhas. Fala-nos do trabalho de investigação que estás a realizar. Que impacto social gostarias que tivesse? Eu estou a fazer o doutoramento da Faculdade de Ciências Exatas, na área da Química, da Universidade Nacional de La Plata, em Buenos Aires, na Argentina. O objetivo do doutoramento é a elaboração de alimentos panificados utilizando farinha de lentilha tratada com o fim de obter produtos com as melhores características nutricionais, tecnológicas e funcionais. Por outro lado, na Universidade da Madeira estamos a trabalhar com o aproveitamento dos resíduos obtidos a partir do tratamento dessas lentilhas e outros grãos na proteção de bactérias. Como surgiu a oportunidade de desenvolver a pesquisa na Universidade da Madeira? Esta oportunidade surgiu a partir do projeto PREMIUM (Preservation of microorganisms by understanding the protective mechanisms of oligosaccharides) que procura novas estratégias para preservar bactérias ácido lácticas e que conta com a participação de institutos e empresas de diferentes países, entre eles, Portugal e a Argentina. Na Argentina, desenvolvias a mesma linha de investigação do que na Madeira? Se não, que desafios enfrentaste ao mudar para uma área diferente? Na Argentina minha pesquisa está focada no desenvolvimento de panificados e aqui na Madeira já o trabalho vai numa outra linha de investigação. Isto representou uma dificuldade, mas tive oportunidade de aprender as técnicas necessárias para o trabalho pouco antes de vir. Por outro lado, os colegas na UMa ajudaram-me a aprender coisas novas, tais como o uso de equipamentos. Já conhecias Portugal e a Madeira? Como descreverias o nosso país, especialmente esta região? Nunca tinha vindo a Portugal e sinceramente não sabia da existência da Madeira, por isso vir para um lugar do qual não tinha ouvido falar foi muito surpreendente. Penso que Portugal é um país muito lindo, com imensos lugares para conhecer e com grande consciência ambiental. Quanto à Madeira achei que é um lugar incrível, com muita natureza e tranquilidade. A língua Portuguesa é um desafio ou uma oportunidade? Eu gosto de aprender outras línguas, logo para mim, ter a possibilidade de falar português todos os dias foi uma experiência ótima. Por outro lado, aprender as diferenças entre o português do Brasil (que já falava) e o de Portugal, principalmente em termos do sotaque, representou uma dificuldade. Quando terminares o doutoramento, que planos tens para o futuro? Neste momento, estou focada em acabar a minha investigação. Depois vou ver se continuo nesta linha de investigação que é muito interessante e ainda tem muitas coisas para serem descobertas. Entrevista conduzida por Carlos Diogo Pereira ET AL. Com fotografia de Pedro Pessoa. Em maio, a ET AL. entrevistou Gonçalo Nuno Martins, doutorando em Química pela Universidade da Madeira e detentor de uma bolsa de Doutoramento pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Leia aqui a entrevista para conhecer mais sobre o projeto de investigação PREMIUM. Angela Carboni é aluna de doutoramento na Universidad Nacional de La Plata. Desenvolve a sua investigação no Centro de Investigación y Desarrollo en Criotecnología de Alimentos (CIDCA) que integra o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas e a Comisión de Investigaciones Científicas de la Provincia de Buenos Aires. O seu doutoramento é orientado pela Professora Doutora Cecília Puppo (CIDCA-CONICET/UNLP) e pela Professora Doutora Cristina Ferrero (CIDCA-CONICET/UNLP). No CQM, a sua investigação foi orientada pela Professora Doutora Paula Castilho. O CQM é uma unidade de Investigação Nacional, com sede na Universidade da Madeira, classificada com “Excelente”, e apoiada pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, pela ARDITI – Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação e pela SRECT – Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia.

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Investigação na Argentina

A Argentina é pouco conhecida em Portugal. Fruto do mediatismo do futebol, Diego Armando Maradona poderá ser a personalidade mais conhecida no nosso país, da mesma forma que Cristiano Ronaldo será o detentor do troféu análogo em terras dos Pampas, dos Andes e da Patagónia. Poucos saberão que o general britânico William Carr Beresford, que seria comandante-chefe do Exército português (nomeado em 1809), depois de liderar uma invasão britânica falhada a Buenos Aires, em 1806, foi o comandante das tropas britânicas na segunda ocupação da Madeira, que começou em dezembro de 1807. Abandonemos o futebol e a História Militar pela Química e a investigação nesse campo. No caminho inverso do general Beresford, um jovem investigador madeirense, Gonçalo Nuno Martins, do Centro de Química da Madeira (CQM), rumou para a Argentina, continuando um intercâmbio que a ET AL. acompanhou em 2019, no Centro de Investigacíon y Desarollo en Criotecnologia de Alimentos (CIDCA), durante um mês, sob a supervisão da Doutora Andrea Gómez-Zavaglia. O projeto, liderando pelo Institut National de la Recherche Agronomique de França, junta vários centros de investigação e indústria de Portugal, da Argentina, de Espanha, de França e do Reino Unido, sendo financiado pela União Europeia através do programa Horizonte 2020. Pretende desenvolver novas estratégias de preservação de bactérias produtoras de ácido lático (LAB), aumentando o seu tempo de preservação, para que sejam economicamente sustentáveis e ambientalmente responsáveis. Dessa forma, fornecerão soluções inovadoras para o setor industrial. Para conhecer o seu trabalho, a vida na Argentina e os desafios da ciência em terras rioplatenses, a ET AL. conversou com o doutorando Gonçalo Nuno Martins. Porque o regresso à Argentina? O projeto de investigação PREMIUM, acrónimo para PREservação de MIcroorganismos pela Utilização de Mecanismos de protecção envolvendo oligossacáridos, pretende a obtenção de oligossacáridos (açúcares) com atividade prebiótica e crioprotetora que possam ser usados para auxiliar a protecção e crescimento de bactérias lácticas que são benéficas para a nossa saúde. Há 4 anos, fui ao instituto CIDCA, o Centro de Investigação e Desenvolvimento de Criotenologia de Alimentos, trabalhar na primeira etapa – obtenção de açúcares; agora, fui investigar a segunda parte – a sua ação protetora em estirpes de bactérias selecionadas. Quais foram os novos desafios? A natureza do trabalho e o tempo disponível. Apesar de eu ter uma formação muito sólida em bioquímica, a área da microbiologia e a manipulação de bactérias pressupõe métodos de trabalho muito específicos. Como é uma linha de trabalho com a qual não estou muito familiarizado, tive de reaprender tudo. E, claro, tendo só 1 mês para desenvolver todo um plano de trabalho, é necessário um elevado nível de planeamento e de previsão de eventuais problemas que possam surgir e de como os resolver, para que não se perca nem uma oportunidade que o intercâmbio proporcionou. Como se faz ciência na Argentina? Com muita qualidade e de forma muito cooperativa e com entusiasmo e com o devido reconhecimento por parte da sociedade! Todos os colegas com quem tive a oportunidade de contactar faziam ciência de elevado nível, com qualidade excelente, com impacto real nas indústrias do país ou na saúde da população. Era uma delícia saber sobre os outros trabalhos, pois todos eram altamente interessantes. Importância do intercâmbio na ciência? Além do tradicional alargar de horizontes, que é extremamente importante, principalmente para estudantes e investigadores como eu que viveram neste ponto insular toda a vida, os intercâmbios em ciência são extremamente positivos. Acho que a melhor forma de explicar a sua importância é usando a famosa expressão “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Eu posso ter reuniões por videoconferência e discutir por e-mail e por mensagem com os meus colegas todos os dias, mas nada equiparará a experiência in loco. Ver as coisas a acontecer, saber realmente como se faz algo, com que material, “agitando para a esquerda”, “segurando por baixo”, “incubando a amostra na estufa 2 dias”, etc. Durante um intercâmbio somos capazes de absorver uma gigantesca quantidade de informação que nem se compara àquela que aprenderíamos à distância. Os intercâmbios enriquecem mesmo muito os trabalhos e as pessoas que os desenvolvem, por vezes, também, criando amizades para a vida das quais podem resultar novas ideias e projetos. Achas que a ciência é valorizada em Portugal? Não. Parece-me que no nosso país a ciência só é valorizada pelos pares, pelos próprios cientistas. A nível da sociedade ainda existe uma certa resistência a abordar temas mais “científicos” e os próprios meios de comunicação não sabem como o fazer. Isto sem esquecer a crise que enfrentam os bolseiros de investigação e a incerteza profissional e pessoal na qual vivem. Durante anos, décadas a transitar de uma bolsa de investigação para outra, mas sem nunca realmente saber se “no ano seguinte ainda terão trabalho”. Se isto não é suficiente para mostrar como a ciência em Portugal é desvalorizada, não sei o que será. Quais são os pontos em comum entre Portugal e a Argentina? Os argentinos e os portugueses partilham algumas facetas muito interessantes e curiosas. Aquela com a qual mais me deparei foi o “desenrascanço”. A capacidade de fazer muito com pouco e de, assim, inovar e criar novas formas de fazer o mesmo. A rentabilização de recursos é algo muito importante em ciência, para a diminuição de custos, mas também para a redução do impacte ambiental e tal como os portugueses, os argentinos são altamente eficientes na sua forma de trabalhar. Além disso, posso referir a boa disposição e o calor humano que se sente. O que te surpreendeu na Argentina? Uma coisa menos positiva, foi o uso que ainda é feito do plástico descartável, em copos de café ou pratos e talheres para as refeições. Felizmente, já vivemos numa fase em que estranhamos o uso do plástico, o que indica que as nossas políticas de consciencialização ambiental vão num bom caminho. Mas algo que me surpreendeu bastante foi a carreira de investigador já existir desde a década de 1950. Parece-me dizer muito sobre a visão que o povo argentino tem da

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Uma experiência argentina

Concluído o mestrado em Bioquímica Aplicada, continuei a minha actividade como investigador no Centro de Química da Madeira (CQM) ao abrigo do projecto PREMIUM* – Preserving Bacteria with Oligosaccharides and Eco-friendly Processes. Este é um programa internacional onde participam instituições de ensino superior e empresas do sector industrial e tem como objectivo a produção de probióticos (bactérias) estabilizados com açúcares.

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OS NOSSOS PARCEIROS