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Tiago Ornelas

Crise, suicídio e crimes violentos de mãos dadas

Nos dias que correm, palavras como crise, recessão e impostos é do que mais se ouve quer na imprensa como suma simples conversa de café. A razão para tanta insistência no tema é bem fundamentada por Karl Marx, quando indica que a crise é um período em que um processo económico sofre uma avaria, que se alastra com muita rapidez e que pode ter efeitos devastadores nas sociedades. Um desses efeitos é o aumento dos crimes violentos e dos suicídios desde o primeiro impacto desta falência financeira em que nos encontramos. Citando o Dr. Francisco Pereira, psiquiatra do Hospital de Faro, podemos considerar a crise “como factor desencadeador de uma doença”, nomeadamente depressões. Depressões essas que são “o segundo problema psiquiátrico mais frequente no mundo”. Era então de esperar que a nossa sociedade, por mais desenvolvida e consciente que seja, fosse transformar essas tais depressões que não são detectadas por profissionais de saúde em actos de extrema violência e cobardia. Crimes como assaltos armados a bancos e ourivesarias, carjacking e homicídios são infelizmente notícia todos os dias. Em média, por dia, são assaltadas 30 residências e uma ourivesaria em Portugal. Num país que se diz civilizado estes dados são inadmissíveis. A falta de agentes da autoridade, a alta fragilização na Justiça ou mesmo as poucas infra-estruturas para albergar prisioneiros são factores que também não devem ser esquecidos como impulsionadores destes actos bárbaros. Visto que a crise incentiva ao assalto pelo facto dos seus praticantes estarem em dificuldades económicas, o que poderemos então dizer das forças da autoridade que têm como papel deter tais sujeitos? Sem dinheiro não há recursos para criar e reforçar meios de combate ao crime violento razão pela qual este tipo de crimes tende a aumentar. A cada ano que passa esse aumento situa-se nos 1,3%, sendo que os crimes que mais têm contribuído para este aumento são o assalto a ourivesarias, bombas de gasolina e residências. Não só o crime violento tende a ser cada vez mais frequente, o aumento exponencial da taxa de suicídios, quer em Portugal, quer na Europa, quer no Mundo constitui, já, uma preocupação das autoridades. A Grécia, por ser um dos países do mundo mais afectados pela crise, registou um aumento de 40% na taxa de suicídio em 2011. Em Portugal, um país com elevada taxa de sinistralidade rodoviária morrem, por ano, menos pessoas em acidentes do que por via do suicídio. E a tendência é aumentar. Tiago Ornelas Aluno da UMa

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